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Misinformação, preferências políticas e traços cognitivos: um olhar sobre o eleitorado brasileiro

Resumo

Com objetivo de expandir a crescente literatura sobre misinformação para um contexto diferente dos países desenvolvidos, este artigo busca respostas para perguntas como: que tipo de pessoas são mais suscetíveis à misinformação? O que determinaria tal vulnerabilidade? Esta pesquisa usa uma amostra de eleitores brasileiros, ouvidos entre maio e junho de 2019, e constata que as preferências partidárias isoladamente não explicam a suscetibilidade à misinformação. O efeito das preferências partidárias sobre a propensão à misinformação é moderado pela capacidade analítica, necessidade de cognição e conhecimento político. Pessoas com altos níveis desses atributos tendem a ser mais capazes de avaliar uma informação através das lentes de suas crenças políticas. Os achados também sugerem que as pessoas que mais confiam no jornalismo profissional podem ser menos propensas à misinformação.

misinformação; partidarismo; necessidade de cognição; teste de reflexão cognitiva; conhecimento político

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