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A humanidade e seu(s) gênero(s): mito, parentesco e diferença no noroeste amazônico1 1 Agradecemos os comentários de Nicole Soares-Pinto, Milena Estorniolo, Melissa Oliveira e dos pareceristas anônimos às versões que resultaram neste texto.

Humanity and its gender(s): myth, kinship and difference in the Northwest Amazonia

RESUMO

Este artigo pretende articular duas investigações etnográficas, entre os Tukano e Baniwa, que abordam a relação entre parentesco e mito. Pretende-se compreender a produção das diferenças sociocosmológicas no Noroeste Amazônico recorrendo-se às narrativas míticas da origem da humanidade. A análise seguirá os acontecimentos que se desdobram a partir de Jurupari, uma criança extraordinária e artefato cerimonial possuidor de capacidades reprodutivas; da cobra-canoa, um animal-objeto-útero que gesta a humanidade; dos nascimentos nas cachoeiras de Hipana e Ipanoré; do adultério com uma cobra-homem branco; e da guerra entre homens e mulheres. Todos estes eventos, personagens e relações, articulam de modo complexo transespecificidade e relações de sexo cruzado. Esperamos ao final evidenciar esses dois distintos modos pelos quais a humanidade atual é estabilizada a partir de um fundo virtual de alteridade, notando as importantes transformações tukano e baniwa no Alto Rio Negro.

PALAVRAS-CHAVE
Noroeste Amazônico; mito; parentesco

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