Resumo:
Assumo o fato de atentar para as narrativas sobre a primeira menstruação de Kelly e Eva Yukuna, de gerações opostas, como um engajamento sensorial com a situação do corpo no mundo que me permite compreender o sentido/significado que elas atribuem ao processo de tornarem-se mulheres. Recorro à transcrição etnopoética para compreender o modo como cada fase do processo se entrelaça para construir um corpo/pessoa de uma mulher adulta no processo de aprender/gerar um conhecimento corporificado como força da mandioca. O contraste entre estes dois relatos que se contrapõem no tempo permite-me dar conta da heterogeneidade das experiências e da forma como estas expressam a mudança nos corpos e subjetividades que a relação com os brancos tem implicado nesta história colonial e neste processo de tornar-se mulher no rio Mirití -Paraná, na Amazônia colombiana oriental.
Palavras-chave:
Força; Mulheres; Yukuna-matapi; Menstruação; Exogamía