RESUMO
Objetivo
Avaliar as mudanças no consumo alimentar e status de peso de adultos no Brasil.
Métodos
Neste inquérito dietético, foram avaliados dados dos blocos de consumo alimentar das Pesquisas de Orçamento Familiar dos anos 2008-2009 (n=21.003 adultos) e 2017-2018 (n=28.153 adultos) para estimar a média de consumo (g/dia) de 20 grupos de alimentos. O índice de massa corporal foi calculado para classificar o status de peso dos adultos e estimar a prevalência de sobrepeso e obesidade. Diferenças entre os inquéritos foram identificadas quando os intervalos de 95% de confiança não se intercalaram. Todas as análises foram realizadas separadamente por sexo e consideraram o peso amostral e a complexidade do desenho amostral.
Resultados
A prevalência de sobrepeso aumentou tanto entre homens (38,4%; intervalo de confiança 95%: 36,8-40,0, em 2008-2009 vs 42,2%; intervalo de confiança 95%: 40,9-43,5, em 2017-2018) como entre mulheres (29,5%; intervalo de confiança 95%: 58,0-30,9 vs 35,2%; intervalo de confiança 95%: 34,0-36,4, respectivamente). A média de consumo de frango e ovos (57,6g/dia vs. 77,9 g/dia, em homens e 43,5g/dia vs. 57,3g/dia, em mulheres, p<0,05) e fast foods (31,3g/dia vs. e 48,7g/dia, em homens e 25,3g/dia em 2008-2009 vs. 34,8g/dia, em mulheres, p<0,05) aumentou entre os dois inquéritos, enquanto a média de consumo de arroz, feijão, frutas, café e chá, peixes e frutos do mar, carnes processadas, leite e derivados, doces e sobremesas, bebidas açucaradas e sopas diminuiu.
Conclusão
As mudanças no padrão de consumo da dieta brasileira acompanham o aumento nas prevalências de sobrepeso e reforçam a necessidade de se estimular padrões saudáveis que resgatem a cultura alimentar e hábitos alimentares de nosso país.
Palavras-chave:
Inquéritos sobre dietas; Ingestão de alimentos; Obesidade; Sobrepeso