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ERICA: prevalência de tabagismo em adolescentes brasileiros

RESUMO

OBJETIVO

Estimar as prevalências de tabagismo, experimentação e fumo frequente em adolescentes brasileiros.

MÉTODOS

Foram avaliados os participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), estudo transversal de base escolar e abrangência nacional. Participaram adolescentes de 12 a 17 anos de municípios com mais de 100 mil habitantes. A amostra foi estratificada e conglomerada e tem representatividade nacional, regional e para as 27 capitais. As informações foram obtidas usando-se questionário autopreenchível. Experimentação foi definida como: ter experimentado cigarros alguma vez na vida. Foram considerados fumantes atuais de cigarros aqueles que fumaram pelo menos um dia nos últimos 30 dias. Utilizou-se como indicador de uso frequente de tabaco ter fumado cigarros por pelo menos sete dias seguidos. Considerando-se o desenho complexo da amostra, prevalências e intervalos de confiança de 95% foram estimados segundo características sociodemográficas e socioambientais.

RESULTADOS

Foram avaliados 74.589 adolescentes; dentre esses, 18,5% (IC95% 17,7-19,4) fumaram pelo menos uma vez na vida, 5,7% (IC95% 5,3-6,2) fumavam no momento da pesquisa e 2,5% (IC95% 2,2-2,8) fumavam com frequência. Adolescentes de 15 a 17 anos tiveram prevalências mais elevadas de todos os indicadores comparados aos de 12 a 14 anos. As prevalências não apresentaram diferenças significativas entre sexos. Maiores prevalências foram observadas na região Sul e menores na região Nordeste. Independentemente de sexo, as prevalências foram maiores para adolescentes que tinham tido trabalho remunerado, nos que não moravam com os dois pais e que referiram ter tido contato com fumante em casa ou fora. Adolescentes do sexo feminino de escolas públicas fumavam mais do que as de escolas privadas.

CONCLUSÕES

O tabagismo entre adolescentes ainda é um desafio. Visando a redução da prevalência de tabagismo entre jovens, em especial os que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o Brasil deve consolidar e ampliar medidas de saúde pública efetivas.

Adolescente; Tabagismo, Epidemiologia; Prevalência; Inquérito

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