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Regimes de memória, conflitos sobre recursos e etnogêneses na Amazônia

Resumo

Este texto focaliza os processos de etnogênenes que despontaram no final da década de 1990 na Amazônia, especificamente entre os grupos indígenas na região do baixo rio Tapajós, no sudoeste do estado do Pará. Ressaltando o caso dos indígenas Munduruku, ao lado dos Borary e Arapium, o texto procura pensar estas etnogêneses como constituindo um novo regime de memória, que confere aos indígenas uma contra narrativa aos modos como a historiografia e as instâncias do poder dominante têm, ao longo do tempo, não só omitido como renegado a permanência das alteridades étnicas e culturais na região. Confrontando as narrativas historiográficas que, desde meados do século XIX, afirmavam o seu desaparecimento no baixo Tapajós, os indígenas aportam na virada para o século XXI com uma contra narrativa ao do apagamento de sua existência, recolocando sua presença novamente na história do baixo Tapajós, e fazendo valer suas demandas nas negociações do poder. O texto procura ainda compreender as motivações (materiais e ideológicas), que alavancaram esses processos de etnogêneses, os quais se conformaram em um campo de disputas fortemente marcado por interesses do setor madeireiro.

Palavras-chave:
etnogênese; regime de memória; identidades étnicas; Amazônia/baixo Tapajós

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