RESUMO Durante as últimas duas décadas, o Peru tem assistido a uma dramática expansão de restaurantes e atenção à sua gastronomia, um fenômeno conhecido como o "boom da gastronomia". Os chefs peruanos tornaram-se celebridades nacionais, e os seus esforços empresariais e culinários foram retratados como um meio de transformar o Peru em uma nação mais próspera. Neste artigo, com base em 16 meses de pesquisa etnográfica em Lima, examinei as práticas de socialização encontradas em duas escolas culinárias, para esclarecer como o trabalho culinário está ligado à formação de pessoas no Peru. Demonstro que os instrutores incentivam os estudantes a evitar práticas de negócios localmente classificadas como "vivo" (desonesto e astucioso) para se tornarem mais organizados. Também incutem nos alunos a importância de ter a ambição necessária para alcançar uma proeminência internacional. Em conjunto, essas lições promovem um modelo para um cidadão peruano jovem e saudável, cuja combinação de extroversão e restrição exemplifica o potencial do Peru na economia global.
ABSTRACT Over the past two decades, Peru has seen a dramatic expansion of restaurants and attention to Peruvian cuisine, a phenomenon known as the "gastronomy boom." Peruvian chefs have become national celebrities, their entrepreneurial and culinary efforts portrayed as a means of transforming Peru into a more prosperous nation. In this paper, based on sixteen months of ethnographic research in Lima, I examine socialization practices in two culinary schools to elucidate how culinary work is linked to person formation in Peru. I show that instructors encourage students to eschew business practices locally classified as vivo (dishonest and crafty) in order to become more orderly. They also instill in students the importance of having the ambition necessary to achieve international prominence. Together, these lessons promote a template for a new, ideal Peruvian citizen whose combination of extroversion and restraint exemplifies Peru’s potential in the global economy.
RESUMEN Durante las últimas dos décadas, Perú ha visto una drástica expansión de restaurantes y atención a su gastronomía, fenómeno conocido como el "boom de la gastronomía". Los chefs peruanos se han convertido en celebridades nacionales, sus esfuerzos emprendedores y culinarios se han retratado como medio de transformar Perú en una nación más próspera. En este estudio, basado en 16 meses de investigación etnográfica en Lima, examino prácticas de socialización en dos escuelas de gastronomía para aclarar cómo el trabajo culinario está relacionado con la formación de la persona en Perú. Muestro que los instructores alientan a los estudiantes a evitar prácticas de negocios localmente clasificadas como vivas (deshonestas y arteras) para ser más disciplinados. También infunden en los estudiantes la importancia de tener la ambición necesaria para alcanzar prominencia internacional. En conjunto, estas lecciones promueven un molde para un nuevo e ideal ciudadano peruano cuya combinación de extroversión y moderación ejemplifica el potencial de Perú en la economía global.