JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: São diversos os fármacos empregados e diversas as vias de abordagem da região peribulbar. Nosso objetivo foi investigar a qualidade do bloqueio oftálmico periconal, através de dois pontos de punção, utilizando ropivacaína em diferentes concentrações, sem adição de hialuronidase. MÉTODO: Foram estudados 50 pacientes submetidos à cirurgia oftalmológica, distribuídos aleatoriamente em dois grupos: R1 (Ropivacaína a 1%) e R0,75 (Ropivacaína a 0,75%). O volume de anestésico local injetado foi ajustado conforme a tolerância e distensibilidade do espaço periconal no ponto infraorbitário e, se necessário, um volume adicional de até 3 ml no compartimento periconal medial da órbita. Escores de motilidade foram atribuídos a cada músculo reto. Foi avaliado também o grau de bloqueio motor dos músculos elevador da pálpebra superior e orbicular ocular. Os dados foram avaliados nos seguintes momentos: M0 = imediatamente antes de realizar o bloqueio; M5 = 5 minutos após o bloqueio; M10 = 10 minutos após o bloqueio; e M15 = 15 minutos após o bloqueio. RESULTADOS: Dois pacientes do grupo R1 e oito pacientes no grupo R0,75 necessitaram complementação, sendo esta diferença significativa. Em 72% dos casos, em ambos os grupos, foram realizadas somente as duas punções iniciais. O volume total de anestésico e o volume empregado na primeira punção foram respectivamente, no grupo R1: 9,72 ± 2,38 ml e 6,96 ± 0,97 ml e no grupo R0,75: 12,64 ± 5,10 ml e 7,36 ± 1,07 ml, apresentando também diferença significativa. Houve diferença significativa dos escores de motricidade nos momentos M10(R1 = 1,6; R0,75 = 3,8) e M15(R1 = 1,04; R0,75 = 2,8). CONCLUSÕES: Concluímos que a ropivacaína a 1% mostrou-se mais eficiente do que a ropivacaína a 0,75% quando utilizadas sem hialuronidase para realização de bloqueios oftálmicos periconais pelas técnicas apresentadas. Houve uma tendência a um menor número de punções com a ropivacaína a 1%, e um número significativamente menor de pacientes necessitou de complementação neste mesmo grupo.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Several drugs and methods are used for peribulbar blockade. Our objective was to investigate the quality of ophthalmic periconal blockade by the double puncture technique, with different ropivacaine concentrations and without hyaluronidase. METHODS: Participated in this study fifty patients submitted to ophthalmologic surgery, who were randomly allocated in two groups: R1 (1% Ropivacaine) and R0.75 (0.75% Ropivacaine). Local anesthetic volume was adjusted according to the tole- rance and elasticity of the periconal space at the infraorbital site and, when necessary, not more than 3 ml were used at the medial canthus site. Motor function scores were attributed to each rectus muscle. Motor block of the levator palpebrae superioris and orbicularis muscles was also evaluated. Data were evaluated in the following moments: M0 = immediately before blockade; M5 = 5 minutes after blockade; M 10= 10 minutes after blockade; and M15 = 15 minutes after blockade. RESULTS: Two R1 patients and eight R0.75 patients needed complementation and this difference was significant. In 72% of cases only 2 initial punctures were performed in both groups. Total anesthetic volume and first puncture volume were, respectively, for R1: 9.72 ± 2.38 ml and 6.96 ± 0.97 ml; and for R0.75: 12.64 ± 5.10 ml and 7.36 ± 1.07 ml, also with significant differences. There were significant motor function score differences in moments M10 (R1 = 1.6; R0.75 = 3.8) and M15 (R1 = 1.04; R0.75 = 2.8). CONCLUSIONS: We concluded that 1% ropivacaine is more effective than 0.75% ropivacaine when no hyaluronidase is used to perform ophthalmic periconal blockade by the double puncture technique. There was a trend to less punctures with 1% ropivacaine and a significantly lower number of patients needed complementation in this same group.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Diversos son los fármacos empleados y diversas las vías de abordaje de la región peribulbar. Nuestro objetivo fue investigar la calidad del bloqueo oftálmico periconal, a través de dos puntos de punción, utilizando ropivacaína en diferentes concentraciones, sin adición de hialuronidasa. MÉTODO: Fueron estudiados 50 pacientes sometidos a cirugía oftalmológica, distribuidos aleatoriamente en dos grupos: R1 (Ropivacaína a 1%) y R0,75 (Ropivacaína a 0,75%). El volumen de anestésico local inyectado fue ajustado conforme la tolerancia y distensibilidad del espacio periconal en el punto infraorbitário y, si necesario, un volumen adicional de hasta 3 ml en el comportamiento periconal medial de la órbita. Contajes de motilidad fueron atribuidos a cada músculo recto. Fue evaluado también el grado de bloqueo motor de los músculos elevador de la pálpebra superior y orbicular ocular. Los datos fueron evaluados en los siguientes momentos: M0 = inmediatamente antes de realizar el bloqueo; M5 = 5 minutos después del bloqueo; M10 = 10 minutos después del bloqueo; y M15 = 15 minutos después del bloqueo. RESULTADOS: Dos pacientes del grupo R1 y ocho pacientes en el grupo R0,75 necesitaron complementación siendo esta diferencia significativa. En 72% de los casos, en ambos grupos, fueron realizadas solamente las dos punciones iniciales. El volumen total de anestésico y el volumen empleado en la primera punción fueron respectivamente, en el grupo R1: 9,72 ± 2,38 ml y 6,96 ± 0,97 ml y en el grupo R0,75: 12,64 ± 5,10 ml y 7,36 ± 1,07 ml, presentando también diferencia significativa. Hubo diferencia significativa de los contajes de motricidad en los momentos M10 (R1= 1,6; R0,75= 3,8) y M15 (R1= 1,04; R0,75= 2,8). CONCLUSIONES: Concluimos que la ropivacaína a 1% se mostró más eficiente que la ropivacaína a 0,75% cuando utilizadas sin hialuronidasa para realización de bloqueos oftálmicos periconales por las técnicas presentadas. Hubo una tendencia a un número menor de punciones con la ropivacaína a 1%, y un número significativamente menor de pacientes necesitó de complementación en este mismo grupo.