OBJETIVO: Identificar fatores clínicos, bioquímicos e ultra-sonográficos preditivos de coledocolitíase no período pré-operatório de doentes portadores de litíase vesicular avaliados por colangiografia. MÉTODOS: Analisamos prospectivamente 148 doentes portadores de litíase vesicular, relacionando critérios pré-operatórios clínicos, bioquímicos e ultra-sonográficos. Todos estes doentes foram submetidos à colangiografia, podendo esta ser endoscópica pré-operatória ou realizada pelo cirurgião durante a colecistectomia. Foram calculados os valores da sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo (VPP) e negativo (VPN), e acurácia para cada um dos critérios estudados, além da correlação de Spearman, Odds ratio e análise de regressão logística para a variável coledocolitíase. RESULTADOS: Os resultado obtidos mostraram que na análise univariada, a presença de icterícia na internação, a elevação de fosfatase alcalina, gama glutamiltransferase (gamaGT), aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, bilirrubina total, e ultra-sonografia (USG) com presença de dilatação de vias biliares e visibilização de cálculo na via biliar principal (VBP) tiveram diferença estatisticamente significante para coledocolitíase em nossa amostra (p<0,001). Na análise de regressão logística, obtivemos como fatores na equação para coledocolitíase: a icterícia na internação, a USG com visibilização de cálculo na VBP e a gamaGT, nessa ordem. A gamaGT obteve o maior VPN, sendo considerado o melhor critério isoladamente para se descartar coledocolitíase. Todos os doentes com coledocolitíase em nossa amostra apresentavam ao menos um dos critérios pré-operatórios analisados. CONCLUSÕES: A presença de icterícia e a visibilização de cálculo na VBP foram os melhores fatores para predizer coledocolitíase e a gamaGT foi o melhor exame para descartar o diagnóstico de coledocolitíase.
BACKGROUND: The aim of this study was to identify clinical, biochemical and ultrasonographic predictors of choledocholithiasis in patients sustaining gallstones assessed by cholangiography. METHODS: In a prospective study, 148 patients were analyzed regarding clinical, biochemical and ultrasonographic data. All patients underwent cholangiography, either preoperative endoscopic or during cholecystectomy. Each variable was compared between the ones who sustained lithiasis in the biliary tree and the others, in order to find out the predictors of choledocholithiasis. Sensibility, specificity, positive predictive value, negative predictive value (NPV) and accuracy were calculated. Spearman correlation, Odds ratio and logistic regression were employed for the statistical analysis, considering p<0.05 as significant. RESULTS: The variables that showed statistical significance were: presence of jaundice, elevated blood serum levels of alkaline phosphatase, g glutamyltransferase (gammaGT), aspartate aminotransferase, alanine aminotransferase, total bilirrubin, and biliary tract dilatation or choledocholithiasis in the ultrasound. The logistic regression presented an equation capable of predicting the probability of choledocholithiasis based in the variables: jaundice, presence of choledocholithiasis in the ultrasound, and blood levels of gammaGT. The best option to exclude the presence of choledocholithiasis was gammaGT , as it held the higher NPV. Every patient with choledocholithiasis in this sample sustained at least one of the preoperative criteria analyzed. CONCLUSIONS: Jaundice and choledocholithiasis at the ultrasound were the best predictors of choledocholithiasis; as well as gammaGT was the most reliable factor to exclude this diagnosis.