Resumo Neste artigo aponto para certos limites intrínsecos ao conceito de mediação, que tem dominado debates recentes sobre a relação entre religião e tecnologia na antropologia e além. Inspirado etnograficamente pelas técnicas e tecnologias de oração utilizadas por um profeta pentecostal baseado em Acra, Gana, meu argumento destaca a qualidade atmosférica da fé pentecostal, fruto de uma concepção de agência divina a um só tempo difusa e intensiva, contingente e visceral. Destaco como essa relação ecológica com a presença condiciona o engajamento pentecostal com a tecnologia, que tende a operar menos como uma forma de mediação de algo que os excede e mais como uma forma de afinamento sensorial para algo que os constitui. Proponho um conjunto alternativo de conceitos capazes de desagregar as diversas operações homogeneizadas pela noção de mediação, como virtualidade, possibilidades de ação (affordances) e afinamento atmosférico.
Abstract In this article I propose a critique of the concept of mediation, which has dominated recent debates on religion and technology in anthropology and beyond. Inspired by the prayer techniques and technologies mobilized by a Pentecostal prophet based in Accra, Ghana, I highlight the atmospheric quality of pentecostal faith, fruit of a conception of divine agency simultaneously diffuse and intensive, contingent and visceral. I argue that Pentecostals’ ecological relation with divine presence conditions their engagement with technology, which operates less as a form of mediation between “here” and “beyond”, and more as a form of attunement to something that already constitutes them. I propose an alternative set of concepts able to unpack the various operations often homogenized by the concept of mediation, such as virtuality, affordances, and atmospheric attunements.
Resumen En este artículo señalo ciertos límites intrínsecos al concepto de mediación, el cual ha dominado debates recientes sobre la relación entre religión y tecnología en la antropología y más allá. Inspirado etnográficamente por las técnicas y tecnologías de la oración utilizadas por un profeta popular, residente en Accra, Ghana, mi argumento destaca la calidad atmosférica de la fe pentecostal como fruto de una manera de concebir la agencia divina al mismo tiempo difusa e intensiva, contingente y visceral. Pongo en destaque cómo esa relación ecológica con la presencia condiciona la interdependencia pentecostal a la tecnología, que tiende a funcionar menos como una forma de mediación de algo que los sobrepasa y más como una forma de afinamiento sensorial a algo que los constituye. Propongo un conjunto alternativo de conceptos capaces de disgregar las diversas operaciones homogeneizadas por el concepto de mediación, como virtualidad, posibilidades de acción (affordances) y afinamiento atmosférico.