Resumen A lo largo de su historia, el sector cañero de Brasil ha sido marcado por innumerables movimientos de reestructuración productiva que se materializaron en una mayor productividad y expansión de capital. Con el tiempo, el sector continuó experimentando procesos de cambio a partir de la incorporación de tecnologías en las distintas etapas de la producción agrícola. Las tecnologías, particularmente las de carácter mecánico, son realizadas por máquinas agrícolas y reemplazan el "trabajo vivo" existente en los cañaverales. La mecanización de la cosecha se ha expandido en los últimos años y esto ha generado implicaciones directas en los procesos de trabajo. Este nuevo contexto, marcado por un mayor número de máquinas que ocupan los cañaverales, provoca "extrañamientos" para los sujetos trabajadores que experimentan estos cambios así que sus subjetividades se transforman. Muchas de las investigaciones realizadas sobre este contexto actual identifican que las nuevas tecnologías incorporadas son generadoras de productividad, reductoras de costos y, principalmente, ahorradoras de fuerza de trabajo. Sin embargo, se sabe poco sobre el significado de la mecanización para los sujetos que son directamente impactados por tales acciones. Es decir, no hay respuestas a la siguiente pregunta: ¿cómo interpretan y comprenden los trabajadores el proceso de mecanización agrícola ocurrido en el sector cañero y que acaba interfiriendo directamente en sus procesos de trabajo? Ante dicho interrogante, este texto pretende presentar la teoría de las representaciones sociales como un recurso para investigar la subjetividad de los trabajadores cañeros y, así, ser una herramienta más para la comprensión del fenómeno modernizador que vienen experimentando los procesos de trabajo del sector en los últimos años. Esta investigación busca oxigenar el debate sobre los procesos de trabajo en el sector cañero y, así, contribuir con la discusión que involucra un sector importante en la historia económica brasileña y que ha pasado por cambios tecnológicos en los últimos años. Descriptores: agricultura, azúcar, mecanización, trabajador agrícola.
Abstract Throughout its history, the Brazilian sugarcane sector has been marked by innumerable movements of production restructuration that materialized in an increase of the productivity and capital expansion. Over time, the sector was continuously transformed due to the incorporation of technologies in the various stages of agricultural production. The technologies, particularly those of a mechanical nature, are carried out by agricultural machines and replace the "living labour" existing in the cane fields. Harvest mechanization has expanded in recent years and this has had direct implications on the work process. This new context, marked by a greater number of machines occupying the sugarcane fields, causes "strangeness" for the working subjects who experience these changes, and their subjectivities also change. Many of the investigations carried out on the matter conclude that the new technologies incorporated are generating productivity, reducing costs, and mainly, saving labour force. However, little is known about the meaning of mechanization for subjects who are directly impacted by such actions. In other words, there are no answers to the following question: how do workers interpret and understand the process of agricultural mechanization that occurred in the sugarcane sector and that ends up directly interfering in their work processes? This text aims to present the Theory of Social Representations as a resource to investigate the subjectivity of sugar cane workers and, thus, be another way to understand the modernizing phenomenon that the sector's work processes have been going through in recent years. With the proposal of the text it is expected to oxygenate the debate on work processes in the sugarcane sector and, thus, to contribute to the discussion that involves a sector so present in Brazilian economic history and that has undergone technological changes in recent years. Descriptors: agriculture, sugar cane, mechanization, agricultural workers.
Resumo No decorrer da sua história, o setor canavieiro brasileiro foi marcado por inúmeros movimentos de reestruturação da produção que se materializaram em aumento da produtividade e expansão do capital. Ao longo do tempo o setor seguiu passando por processos de mudanças a partir da incorporação de tecnologias nas diversas etapas da produção agrícola. As tecnologias, particularmente as de caráter mecânico, são realizadas por máquinas agrícolas e substituem o "trabalho vivo" existente nos canaviais. A mecanização da colheita tem se expandido nos últimos anos e esse fato tem gerado implicações diretas nos processos de trabalho. Este novo contexto, marcado por uma maior quantidade de máquinas ocupando as lavouras de cana-de-açúcar, provoca "estranhamentos" para os sujeitos trabalhadores que vivem essas mudanças e suas subjetividades também passam a ser alteradas. Muitas das investigações realizadas sobre esse atual contexto identificam que as novas tecnologias incorporadas são geradoras de produtividade, redutoras de custos e, principalmente, poupadoras de força de trabalho. Pouco se sabe, no entanto, sobre o significado da mecanização para os sujeitos que são impactados diretamente por tais ações. Em outras palavras, não há respostas à seguinte pergunta: como os trabalhadores interpretam e entendem o processo de mecanização agrícola ocorrido no setor canavieiro e que acaba por interferir diretamente nos seus processos de trabalho? Diante disto, o presente texto tem como objetivo apresentar a Teoria das Representações Sociais como recurso para investigar a subjetividade dos trabalhadores canavieiros e, dessa forma, ser mais uma via na compreensão do fenômeno modernizante que os processos de trabalho do setor vêm passando nos últimos anos. Espera-se, com a proposição do texto, oxigenar o debate sobre os processos de trabalho no setor canavieiro e contribuir para a discussão que envolve um setor tão presente na história econômica brasileira e que passou por modificações tecnológicas nos últimos anos. Descritores: agricultura, cana de açúcar, mecanização, trabalhador agrícola.