Através da estatística descritiva, de entrevistas via telefone e e-mail e da análise da campanha de quatro candidatos, o artigo examina as características de 73 indígenas que concorreram nas eleições de 2014, ressaltando seus atributos sociais e partidários em comparação com o universo mais amplo de competidores. A análise dos dados revelou a concentração dessas candidaturas nas regiões Norte e Nordeste, nos pequenos partidos de esquerda, e a alta escolaridade dos candidatos. O estudo evidenciou ainda que, em termos de atributos adstritos e adscritos, candidatos indígenas e não indígenas são muito semelhantes entre si. Assim, não devem ser buscadas nessas diferenças as razões para o seu baixo desempenho eleitoral. Indígenas candidatam-se muito pouco a cargos de representação estadual e federal, sendo eles a etnia com o menor contingente em 2014. Isso pode indicar que eles tendem a fazer mais política em associações e organizações do “movimento indígena” do que por via da política institucional. Essa minoria é, politicamente, ainda mais excluída do que mulheres e negros, contudo, as causas dessa exclusão devem ser melhor pesquisadas.
Through the descriptive statistics of the data provided by the TSE, the interviews via phone and e-mail, and the analysis of four campaigns by 73 indigenous candidates, this article examines the characteristics of this group, emphasizing their social and party membership attributes in contrast to the broader universe of competitors. The data analysis indicated the concentration of these candidacies in the North and the Northeast Brazil, within small leftist parties, and the high educational level of the indigenous candidates. This study also shows that, in terms of adstrict and adscript attributes, indigenous and non-indigenous candidates are very similar among themselves. Thus, this is not where we should look for the reasons of indigenous’ candidates low electoral performance. Indigenous people rarely run for state and federal representation offices, and they represented the smallest contingent in 2014. This may reveal that they tend to conduct politics within “indigenous movement” associations and organizations rather than within institutional politics. Politically speaking, this minority is even more excluded than women and black people. However, the causes of such exclusion are still in need of further analysis.
Grâce à des statistiques descriptives, des entretiens par téléphone et par courrier électronique ainsi que l’analyse de la campagne électorale de quatre candidats, l’article examine les caractéristiques des 73 indiens qui ont participé aux élections de 2014. Il met en valeur leurs attributs sociaux et leurs engagements politiques par rapport à l’univers plus large des concurrents. L’analyse des données a révélé une concentration de ces candidatures dans les régions Nord et Nord-Est du Brésil, au sein des petits partis de gauche. Elle révèle également le niveau d’instruction élevé de ces candidats. L’’étude a aussi démontré que les candidats indiens se ressemblent beaucoup aux non indiens par rapport aux attributs qui leur sont assignées et attachés. Ainsi, ce n’est pas par rapport à cette caractéristique que nous devons rechercher les raisons de leur faible performance électorale. Les indiens ne posent que très peu leur candidature à des postes de représentation fédérale ou régionale. En 2014, ils ont constitué le plus faible contingent de candidats. Cela peut indiquer une tendance à faire davantage de politique au sein d’associations et d’organisations du « mouvement indigène » que d’utiliser le biais de la politique institutionnelle. Cette minorité est politiquement davantage exclue que les femmes et les noirs. Mais les causes de cette exclusion doivent être mieux étudiées.