RESUMO Este trabalho ilumina a conexão entre hábitos alimentares e forjamento de identidade no contexto da imigração na Espanha. A preocupação dos muçulmanos marroquinos e paquistaneses com a manutenção de práticas alimentares halal entra em conflito com a dependência e celebração do presunto ibérico na Espanha. Esse "conflito de duas culturas alimentares", o que conceituo como um binário halal/carne de porco, pode ser rastreado até a reconquista espanhola no século XV. No entanto, o res tabelecimento atual dos proprietários de restaurantes marroquinos da narrativa da convivência (coexistência), sua ênfase numa identidade coletiva de Andaluzia e sua "tapasização" e "halalização" de alimentos marro quinos muçulmanos e espanhóis servem como soluções possíveis para essa tensão. Este trabalho de identidade nos restaurantes permite-lhes reconciliar as tensões culturais, religiosas e gastronômicas entre muçulmanos e não muçulmanos na Espanha e reescreve os alimentos halal dentro da paisagem alimentar espanhola.
ABSTRACT This work illuminates the connection between foodways and identity forging in Spain’s migration context. The concern of Moroccan and Pakistani Muslims over maintaining halal food practices conflicts with Spain’s reliance on and celebration of Iberian ham. This "two food cultures conflict," which I conceptualize as a halal/pork binary, can be traced back to the 15th century Spanish reconquista. However, Moroccan restaurateurs’ current revival of the convivencia (coexistence) narrative, their emphasis on a collective Andaluzi identity, and tapasization and halalization of Moroccan-Muslim and Spanish foodways are possible solutions to this tension. This identity work in the restaurant allows them to reconcile the cultural, religious, and gastronomic tensions between Muslims and non-Muslims in Spain and rewrites halal foodways into the Spanish foodscape.
RESUMEN Este trabajo ilumina la relación entre las prácticas culinárias y la forja de identidad en el contexto migratorio de España. La preocupación de los musulmanes marroquíes y paquistaníes de mantener prácticas culinárias halal entra en conflicto con la dependencia y celebración española del jamón ibérico. Este "conflicto de dos culturas culinárias", lo que conceptualizo como un binario halal/cerdo, se remonta a la reconquista española del siglo XV. Sin embargo, el revival actual de los propietarios de restaurantes marroquíes de la narrativa de la convivência (coexistencia), su énfasis en una identidad andaluza colectiva y la conversión de prácticas culinárias marroquíes-musulmanas y españolas en platos estilo tapas y halal sirven como posibles soluciones a esta tensión. Este trabajo de identidad en el restaurante les permite reconciliar las tensiones culturales, religiosas y gastronómicas entre musulmanes y no musulmanes en España y reescribe las prácticas culinárias halal en el marco gastronómico español.