RESUMO A compreensão dos fatores que afetam o risco de queda de árvores inteiras o suas partes (galhos estruturais e caule) é importante para amenizar tais problemas. Para quantificar esses fatores realizou-se uma análise do risco de Fraxinus americana L., Morus nigra L. e Populus deltoides Marshall por meio da metodologia TRAQ. Além disso, registraram-se as seguintes variáveis: número de defeitos no coleto, tronco e galhos estruturais, diâmetro do caule à altura do peito (DAP), classe de copa, assimetria da copa, espaço de crescimento da árvore e a espécie. Ajustou-se um modelo de regressão logística multi-categoria usando o procedimento backward step-wise. Os fatores que influenciaram significativamente o risco de queda das árvores avaliadas foram: espécie, classe de copa, o número de defeitos no coleto e nos galhos estruturais. As árvores de P. deltoides tiveram valores de risco maiores em comparação às árvores de F. americana e M. nigra. As árvores de copas codominantes tiveram maior probabilidade de ser classificada como de risco médio ou alto do que as árvores de copas dominantes e intermediarias. Por último, cada defeito observado no coleto aumentou em três vezes a probabilidade das árvores de ser classificadas como de risco médio ou alto. No entanto, essas probabilidades aumentaram em 1,44 vezes por cada defeito observado nos galhos estruturais. Porém, outros fatores como DAP, assimetria da copa e o espaço de crescimento não mostraram relação com o grau de risco. Por tanto, os dados demostraram que a seleção de espécies adequadas é a ferramenta mais importante para diminuir o risco de queda das árvores urbanas e que, para cada espécie, os esforços devem ser orientados à minimização dos defeitos no coleto, tronco e galhos principais.

ABSTRACT Understanding the factors that affect tree hazard condition is important to mitigate it. To quantify these factors for Fraxinus americana L., Morus nigra L., and Populus deltoides Marshall trees we have conducted a survey recording their hazard rating according to the TRAQ methodology. The following covariates were registered for each tree: the number of single tree defects in root collar, trunk and scaffold branches, trunk diameter at breast height (DBH), crown class, crown asymmetry, and the size of the tree pit. A multi-category logistic regression model was fitted to the data using the backward step-wise procedure. Among the factors considered, only the species, crown class, number of single defects in root collar and scaffold branches significantly affected the tree hazard condition. P. deltoids trees had higher values of hazard compared to F. Americana and M. nigra trees. Trees with co-dominant crowns presented a higher probability of being classified as medium and high hazardous than trees with suppressed and dominant crowns. Finally, every single defect observed on root collar and scaffold branches increased the probability of a tree being of medium or high hazardous, by about 3.00 and 1.44 times, respectively. Other factors like crown asymmetry, DBH, and the tree pit size did not have a significant effect on the score of tree hazard. Our results demonstrate that the species selection is an important tool to manage urban tree hazard under the study conditions. At the species level, efforts should be directed towards minimizing defects in root collar, trunk and scaffold branches.

RESUMO O objetivo deste trabalho foi caracterizar o comportamento fenológico das diferentes variedades de laranja-doce, tangerinas e híbridos de tangerina que crescem em condições de clima temperado. Os estádios fenológicos foram observados semanalmente, durante cinco anos consecutivos, usando uma escala BBCH (Federal Biological Research Centre for Agriculture and Forestry) adaptada para citros. Todas as variedades apresentaram um período de repouso invernal entre junho e agosto. As primeiras variedades no início de brotação foram ‘New Hall’ e ‘Navelina’, e a última foi ‘Okitsu’. O início da floração ocorreu no período de 13 de agosto a 6 de setembro, e do dia 12 de setembro até 2 de outubro observou-se a plena floração. A colheita dos frutos foi iniciada em março com a cv. ‘Okitsu’ e foi estendida durante sete meses com as outras variedades. A variação interanual na época do início da brotação foi elevada (44 dias), e seu tempo de ocorrência foi correlacionado com o acúmulo térmico (acima 13ºC) e a quantidade de radiação solar durante julho (p<0.0001; r2=0.79). As laranjeiras-de-umbigo e o híbrido ‘Murcott’ apresentaram uma antecipação na floração de 5 a 15 dias, o que pode aumentar a probabilidade de danos ocasionados por geadas tardias.

ABSTRACT The aim of this study was to characterize the phenology of different sweet orange, tangerines and tangerine hybrid varieties growing under the temperate climate conditions of Santa Fe Province, Argentina. Phenological stages were observed weekly during five consecutive years using a BBCH (Biologische Bundesanstalt, Bundessortenamt and Chemical industry) scale adapted for Citrus trees. All varieties showed a winter rest period from June to August. ‘New Hall’ and ‘Navelina’ varieties were the first to reach sprouting stage, whereas ‘Okitsu’ was the last. Inception of flowering occurred from August 13th to September 6th; and full bloom from September 12th to October 2nd. Fruit harvest started with the ‘Okitsu’ cultivar in March, and continued over a 7-month period. Interannual variation for inception of sprouting was high (44 days), and sprouting was correlated with both thermal accumulation (above 13ºC) and the amount of solar radiation measured during July (p<0.0001; r2=0.79). Navel oranges and the ‘Murcott’ hybrid bloomed 5–15 days earlier than other varieties, increasing probability of damage by late frosts.

RESUMO. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta ao acúmulo de refrigeração artificial de dois cultivares de maça de baixo requerimento de frio. Coletaram-se ramos a campo das cultivares "Caricia" e "Princesa", e da cultivar "Gala" (utilizada como controle), com e sem gemas apicais (ramos intactos e decapitados, respectivamente), as quais foram expostas ao acúmulo de refrigeração artificial (4.0 ± 0.5°C) de zero a 1200 unidades de frio (UF). A brotação das gemas em ambos os tipos de ramos foi maior do que 50% em todo o intervalo de acumulação de frio avaliado em "Caricia" e "Princesa". No entanto, em "Gala·" a brotação excedeu 50% somente nos ramos intactos depois de acumular 900 UF. Observou-se que o tempo médio para a brotação das gemas de "Caricia" e "Princesa" estabilizou-se acima das 600 UF, dependendo do tipo de ramo e do ano de experimentação. As gemas dos cultivares avaliados neste trabalho mostraram uma dormência pouco profunda, no entanto precisaram de acumulação moderada de frio (800 - 1150 UF) para satisfazer seus requerimentos ecofisiológicos. Portanto, apesar da dormência pouco profunda permitir que estes cultivares sejam adequadamente cultivados em zonas com invernos amenos, não podem ser considerados de baixo requerimento de frio.

ABSTRACT. The purpose of this work was to study the response of two apple cultivars bred for low chilling environments to artificial chilling accumulation. Two trials were carried out; in experiment one, excised shoots were randomly taken from "Caricia" and "Princesa", and in experiment two, intact and excised shoots of "Caricia", "Princesa" and "Gala" (control) were collected. After collection, both shoot types were exposed to artificial chilling accumulation (4.0 ± 0.5°C) from 0 to 1200 chill units (CU). Bud break of mixed buds of "Caricia" and "Princesa" was higher than 50% between 0 CU to 1200 CU, irrespective of shoot type. Bud break of "Gala" mixed buds exceeded 50% only in intact shoots after accumulating 900 CU. The mean time to bud break of "Caricia" and "Princesa" diminished with increasing chilling accumulation and stabilized after ~600 CU, depending on the type of shoot and the year of experimentation. The low-chill apple cultivars tested in this work showed shallow dormancy, but they required moderate cold accumulation (800 - 1150 CU) to fully satisfy their chilling requirements. Thus, although their shallow dormancy makes them suitable for cultivation in chill-deficient environments, they cannot be considered low-chill cultivars.

The aim of this work was to quantify frost damage and the reproductive and vegetative behaviour of some Citrus species after intense frost events registered between June 7th and 8th 2012. After the frost events, trees showed severe fruit drop, partial or total defoliation and eventually, tree death. Growth response during the following growing season showed that percentage of sprouting (y) was inversely related to defoliation (x) caused by frost (y=146. 32-0.92x). Flowering intensity was reduced in the majority of the citrus varieties tested, with a relative increase of vegetative and leafy shoots. Fruit set was increased (69-92%) in relation with years without frost occurrence with the exception of tangerines. Fruit yield of each variety was related with its mean flowering intensity at the central area of Santa Fe. Those cultivars which normally reach high flowering intensities (>250 flowers per 100 nodes) showed higher fruit yield, up to 67% compared to non-frost years. In the other hand, cultivars which normally reach lower flowering intensities showed low fruit yields (<26.3- 84.5%) in comparison with non-frost years.

En la región central de Santa Fe, durante los días 7 y 8 de junio del año 2012 se produjeron heladas advectivas de gran intensidad y duración. El objetivo del presente trabajo fue caracterizar los daños por heladas y el comportamiento vegetativo y reproductivo de diferentes variedades de cítricos, durante la siguiente estación de crecimiento. En las plantaciones se reportaron pérdidas de fruta, defoliaciones y hasta muerte de plantas. La brotación del siguiente ciclo (y) estuvo inversamente relacionada con la defoliación (x) producida (y=146,32-0,92x). Se observó una reducida intensidad de floración con predominio de brotes vegetativos y generativos con hojas. El cuajado de los frutos aumentó entre un 69 a 92% en relación con los valores medios de la zona, a excepción de las mandarinas. El rendimiento alcanzado por cada variedad luego de los daños por fuertes heladas se relacionó con su intensidad de floración media en la zona. Las varie- dades que normalmente desarrollan intensidades de floración superiores a 250 flores cada 100 nudos en años sin fuertes heladas presentaron un rendimiento superior a su valor promedio. En cambio, aquellas que normalmente presentan menores intensidades de floración tuvieron disminuciones de rendimiento entre un 26,3 y 84,5% respecto de su valor medio.

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da carga de frutos sobre a produção total, calibre, massa média, comprimento dos ramos e intensidade da frutificação no ano seguinte, em plantas de macieira (Malus × domesticaBorkh.) cv. ‘Princesa’. Durante os anos de 2009 e 2010, as infrutescências foram submetidas a raleio manual, deixando nas árvores uma carga de 1 a 9 frutos por centímetro quadrado de superfície do tronco (FCQ). A produção total aumentou com o incremento da carga frutífera desde 1 a 9 FCQ, enquanto a massa média dos frutos diminuiu no mesmo intervalo. A quantidade de frutos pequenos aumentou até atingir 10% do total nas plantas de maior carga e a proporção de frutos de tamanho médio cresceu, alcançando 35% do total da produção. No entanto, a quantidade de frutos grandes não foi afetada pelo nível de carga, mantendo-se em maior proporção com relação ao total colhido (˜66%). O crescimento dos ramos, até 60 dias após a colheita, esteve negativamente afetado pela intensidade de carga. Observouse que não houve alternância de safra no ano seguinte ao experimento. A carga ótima para minimizar a produção de frutos pequenos, alcançando a maior produção total sem debilitar as árvores, pode-se atingir no intervalo entre 5 e 9 FCQ.

The aim of this study was to evaluate the effect of crop load on yield, fruit size, vegetative growth and return to bloom of low-chill apple (Malus × domestica Borkh.), cv. ‘Princesa’. During 2009 and 2010 crop load was manually adjusted from 1 to 9 fruits per unit of trunk cross-sectional area (TCSA). Fruit yield was positively related tocrop load, but mean fruit weight decreased with increasing crop load. The proportion of small and middle-sized fruits increased with rising crop load reaching 10% and 35% respectively of the total yield at the highest crop load. However the proportion of large-sized fruits did not change with the increase in crop load. Shoot length at 60 days after harvest was negatively related to crop load whereas return to bloom was not affected. These results demonstrates that the optimum crop load for ‘Princesa’ apple ranges between 5 to 9 fruits per unit of TCSA.

The crop load level of an apple (Malus × domestica Borkh.) tree impacts fruit yield and quality parameters, tree vigor and biennial bearing. The optimal crop load is that which allows for consistent annual cropping and fruit quality acceptable to the market. We evaluated the effect of crop load on yield and fruit quality of two low-chill apples cv. ‘Caricia’ and ‘Eva’, growing in a mild winter area. During 2010 and 2011 crop load was manually adjusted from 2 or 3 to 17 fruits cm−2 of trunk cross-sectional area (TCSA). Fruit yield was positively related to crop load in both cultivars but mean fruit weight diminished as the crop load increased. For both cultivars, the production of non-commercial and small-sized fruit increased, whereas production of middle-sized fruit diminished as the fruit load increased. Shoot length was not affected by crop load in ‘Eva’ whereas it was reduced in ‘Caricia’. Red skin color (RSC %) had a quadratic response to crop load in ‘Caricia’. On the other hand, the RSC % of ‘Eva’ fruit was adjusted to a negative logarithmic model as an effect of crop load increment. No biennial bearing was observed in either cultivar. This research study suggests that the maximum limit of crop load for both cultivars is 7 fruits cm−2 of TCSA, and the lower limit of crop load was 3 fruits cm−2 of TCSA for ‘Eva’ and 5 fruits cm−2 of TCSA for ‘Caricia’.