Cryptococcus neoformans e C. gattii são frequentemente isolados de excretas de aves, entretanto ocorre pouca recuperação desse fungo a partir do trato gastrintestinal. Os objetivos desse estudo foram verificar a existência de C. neoformans e C. gattii no inglúvio e na cloaca de aves de vida livre e cativeiro, avaliando uma possível fonte primária desta levedura nas excretas e determinar a capacidade invasiva do fungo em aves por meio da aglutinação em látex. Para tanto, foram coletadas 172 amostras de cloaca e 77 de inglúvio de pombos- domésticos, Passeriformes e Psittaciformes. Nenhuma amostra se mostrou positiva, sugerindo-se que o fungo não é saprobiótico do aparelho digestório destas aves. Das 82 amostras de soro colhidas a partir de pombos-domésticos e Psittaciformes, somente uma obtida a partir de pombo-doméstico se mostrou positiva (titulação 1:2), demonstrando que Cryptococcus sp. apresenta baixa capacidade invasiva em aves, sendo, portanto, considerado somente um colonizador de excretas ressequidas.

Cryptococcus neoformans and C. gattii are associated with dry bird excreta but rarely recovered from birds' digestive tract. The objective of the present study was (1) to verify the existence of C. neoformans and C. gattii in crop and cloaca of wildlife and captivity birds hypothesizing about a possible primary source of this yeast in the excreta, and (2) to determine the fungi's invasive capability in avian species through latex agglutination. For that purpose, 172 cloacal and 77 crop samples of domestic pigeon, Passerine, and Psittacine birds were collected. None of these samples was positive, suggesting that the yeast is not saprobiotic in the digestive tract of these birds. Only one out of 82 serum samples collected from pigeons and Psittacine birds was positive (title 1:2) showing that Cryptococcus sp. probably has a low invasive capability in birds, and is thus considered only a dry excreta colonizer.