Achados angiográficos de quatro pacientes portadores de tumor hepático com fístula arteriovenosa transtumoral intra-hepática (duas arterioveno portais e duas arterioveno hepáticas). Concomitantemente, é mostrado o resultado após embolização com cianoacrilato (Histoacryl®) em um paciente e após introdução de Lipiodol® em dois. São comentadas as características fisiopatológicas especiais de cada um dos dois tipos de fístula e as eventuais conseqüências da passagem da mistura quimioembolizante através do tumor: gênese de abcessos hepáticos, resposta irregular ao tratamento e complicações pulmonares. Apesar do Lipiodol® atravessar a fístula arteriovenosa e se alojar nos ramos terminais da veia porta ou no pulmão, através das veias hepáticas, não há contra-indicação para o tratamento quimioembólico, mas se torna conveniente a oclusão prévia da artéria nutriente desta comunicação mediante o uso de cianoacrilato (Hystoacryl®). Comenta-se que, deste modo, obtém-se o alívio da hipertensão portal nas fístulas arterioveno portais e se evitam as complicações decorrentes da passagem da mistura através da comunicação arteriovenosa em ambos os tipos. O diagnóstico, apesar de difícil, é importante e habitualmente é feito por meio da angiografia abdominal; todavia a ultra-sonografia com Doppler tornada mais sensível com o uso de contraste específico, pode alertar para a presença desta complicação vascular. Sugere-se a adoção de um algoritmo diagnóstico no estudo dos tumores hepáticos que inclua este exame, para a identificação destas fístulas, previamente ao tratamento quimioembólico. Conclui-se recomendando que este exame seja o primeiro na seqüência diagnóstica dos tumores hepáticos, por ser procedimento não-invasivo e que a arteriografia, por ser método invasivo, seja reservada para o tratamento.
The authors present the angiographic aspects of four patients having an arteriovenous trashepatic transtumoral fistula (two arterioportal and two arteriovenous). The angiographic results of the occlusion with cyanoacrylate (Hystoacryl®) of the right hepatic artery in one and by the infusion of Lipiodol® in two are also shown. The physiopathological characteristics of each kind of fistula are discussed and the consequences of the passage of the quimioembolizing mixture through the tumor, regarding intrahepatic abcess formation, irregular clinical results and pulmonary complications are commented. These complications make the diagnosis of a transtumoral transhepatic arteriovenous fistula, previuosly to the chemoembolic treatment important, even though beeing frequently difficult, because of the reduced caliber of the feeding artery and eventual low transfistular bloodflow. The efficient occlusion of the arterioportal fistula with Hystoacryl® was favourably compared to the infusion of Lipiodol®, wich was unable to occlude the arteriovenous fistula. The contraindication to perform chemoembolic treatment of hepatic tumors, when an intrahepatic transtumoral arteriovenous fistula is present and the embolization of the fistular feeding atery is stressed. Ultrasonography using color Doppler and sono-enhancing contrast is appointed as the ideal non-invasive means of making the diagnosis of an hepatic transtumoral fistula and makes it eligible to be the first test in the algorithm for the appraisal of hepatic tumors.