OBJETIVO: Caracterizar, do ponto de vista sociodemográfico, e obter a evolução pós-natal, das gestantes com diagnóstico ultrassonográfico pré-natal de malformação fetal maior, atendidas no Setor de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre 15/12/2005 e 15/12/2006. METHODS: Estudo descritivo com 335 gestantes entrevistadas após a obtenção do termo de consentimento pós-informado. Os dados pós-natais foram obtidos mediante contato até um mês após a data provável do parto. Foram excluídas aquelas que não aderiram e que não tiveram confirmação da malformação fetal. RESULTADOS: A idade materna média das gestantes foi de 27,1 anos; a cor da pele predominante parda (48,1%). Em relação à escolaridade, 57,8% das gestantes apresentavam grau de escolaridade igual ou inferior ao ensino médio completo. A renda salarial média foi de 3,1 salários mínimos. Quanto aos antecedentes de malformação fetal, 10,4% das gestantes o referiram. Dentre os casos de malformação atual, as do sistema nervoso central foram as mais prevalentes (28%), seguidas das malformações renais (9,2%) e cardíacas (8,9%). Das gestantes submetidas à pesquisa do cariótipo fetal, 23,6% obtiveram resultados anormais. Em 311 casos (92,8%), o resultado da gestação foi obtido. Destes, 76,8% nasceram vivos; 25,7% evoluíram com óbito neonatal; 16,4% foram natimortos e em 6,3% houve interrupção da gestação. CONCLUSÃO: O presente estudo permitiu conhecer as características sociodemográficas e os resultados gestacionais de mulheres com diagnóstico de malformação fetal, o que poderá ser útil para o planejamento periconcepcional deste grupo de pacientes.
OBJECTIVE: The purpose of this study is to describe the socio demographic profile and perinatal outcome of pregnant women with prenatal ultrasound diagnosis of major fetal malformation at the Hospital das Clínicas, Medical School, São Paulo University. The study was performed from December 15th 2005 to December 15th 2006. METHODS: This is an observational descriptive study where 335 pregnant women were interviewed after agreement. Postnatal information was obtained until a month after due date of birth. Cases that were not confirmed and did not consent to participate in the study were excluded. RESULTS: Mean maternal age was 27.1 years and skin color was brown in 48.1% of cases. According to the education level and salary, 57.8% did not finish college and the mean monthly income was 3.1 minimal wages. A previous history of fetal malformation was reported by 10.4% of women. The central nervous system was the most frequent site of malformation (28.1%), followed by renal (9.3%) and cardiac (9%) defects. Fetal karyotype results were abnormal in 23.6% of fetuses. Pregnancy outcome was ascertained in 311 cases (92.8%): 76.8% were alive, 25.7% were neonatal deaths, 16.4% were stillborn and 6.3% miscarried. CONCLUSION: This study describes socialdemographic features and perinatal outcome in pregnancies with major fetal malformation diagnosed antenatally. This information is useful for parent counselingin cases with an abnormal fetal diagnosis.