RESUMO Este artigo propõe uma análise da governamentalidade estatal fronteiriça, a partir de seus principais dispositivos de poder em ação: Segurança e Saúde, em que as esferas “públicas” e “nacionais” se tornam cada vez mais imbricadas. Essa gestão estatal se baseia na visão da fronteira como limite, como área de perigo e contágio, e é legitimada, localmente, por um “ethos” militar construído ao longo da história de Corumbá-MS. Na primeira parte do artigo, observaremos etnograficamente a atuação dessa soberania territorial e política do Estado, com foco na mudança do papel das forças armadas, que atuam cada vez mais com o papel de polícia num processo, em curso, de reconfiguração das políticas de segurança na fronteira. Na segunda seção do texto, articularemos as políticas de saúde na região com esse processo de securitização, observando desde as operações de vacinação, passando por barreiras sanitárias, chegando até a maternidade municipal, no caso do atendimento às gestantes bolivianas. Esta pesquisa nos permite compreender distintas situações de conflito em torno dos paradigmas estatais e da ubiquidade dos valores nacionais que tendem não apenas a recusar a alteridade na fronteira, mas também, a (re)produzi-la de modo negativo.
ABSTRACT This article proposes an analysis of the governmental statehood of the border, from its main mechanisms of power in action: Security and Health, in which the “public” and “national” spheres become increasingly imbricated. This state management is based on the border thought as a limit, as an area of danger and contagion, and is legitimated, locally, by a military ethos built throughout the history of Corumbá-MS. In the first part of the article, we will observe ethnographically the performance of this territorial and political sovereignty of the State, with a focus on the changing role of the armed forces, who increasingly act with as police in an ongoing process of reconfiguration of security policies in the border. In the second section of the text, we will articulate the health policies in the region with this process of securitization, from vaccination operations, through sanitary barriers, to the municipal maternity, in the case of care for Bolivian pregnant women. This research allows us to understand different situations of conflict around the state paradigms and the ubiquity of national values ??that tend not only to refuse otherness at the border, but also to (re) produce it in a negative way.
RESUMEN Este artículo propone un análisis de la gubernamentalidad estatal fronteriza, a partir de sus principales dispositivos de poder en acción: Seguridad y Salud, en que las esferas “públicas” y “nacionales” se vuelven cada vez más imbricadas. Esta gestión estatal se basa en la visión de la frontera como límite, como área de peligro y contagio, y es legitimada, localmente, por un “ethos” militar construido a lo largo de la historia de Corumbá-MS. En la primera parte del artículo, observaremos etnográficamente la actuación de esa soberanía territorial y política del Estado, con foco en el cambio del papel de las fuerzas armadas, que actúan cada vez más con el papel de policía en un proceso, en curso, de reconfiguración de las políticas de seguridad en la frontera. En la segunda sección del texto, articularemos las políticas de salud en la región con ese proceso de securitización, observando desde las operaciones de vacunación, pasando por barreras sanitarias, llegando hasta la maternidad municipal, en el caso de la atención a las gestantes bolivianas. Esta investigación nos permite comprender distintas situaciones de conflicto en torno a los paradigmas estatales y de la ubicuidad de los valores nacionales que tienden no sólo a rechazar la alteridad en la frontera, sino también a (re) producirla de modo negativo.