RESUMO A utilidade clínica do procedimento dos cartões de acuidade em diagnosticar e monitorizar o tratamento da ambliopia em pacientes estrábicos não verbais ou pré-verbais, tem sido matéria de discussão nos últimos anos. Buscando proporcionar subsídios para maior esclarecimento deste assunto, os autores mediram as acuidades de resolução e de reconhecimento em 15 pacientes de 29 a 62 meses de idade, sendo que estas crianças inicialmente colaboravam apenas para o teste dos cartões de acuidade e passado um intervalo de no máximo 6 meses, passaram a informar acuidade de reconhecimento (angular "mão", angular "E"). Os resultados obtidos revelaram uma correlação positiva porém não significativa entre os 2 métodos, havendo também uma concordância razoável entre os mesmos. O valor preditivo da acuidade de resolução em relação à acuidade de reconhecimento não pode ser determinado devido ao tamanho do grupo estudado, porém houve concordância em 33% dos casos. Os dados obtidos sugerem que a discrepância entre os valores de acuidade de resolução e reconhecimento podem ser devidos a falhas metodológicas e aos déficits perceptuais e de discriminação que os pacientes estrábicos demonstram com maior evidência na acuidade de reconhecimento do que na de resolução.

SUMMARY The diagnosis and patching therapy monitoring in non-verbal and preverbal strabismic patients by the acuity card procedure are object of discussion in the last few years. The authors measured resolution and recognition visual acuities in 15 patients from 29 to 62 month-olds. These children were assessed first by acuity card procedure, because they did not cooperate to any recognition method due to age. After an interval of at most 6 months, they cooperated to recognition acuity measurement. The results showed a positive correlation, but non-significant, with the 2 methods. There is a reasonable concordance between them. The predictive value of resolution acuity to recognition acuity was not possible to measure due to the sample size. However, there was a concordance of 33% in the studied patients. The results suggest that the discrepancy in the resolution and recognition scores could be due to methodological failures and to bigger perceptual and discrimination deficits that strabismic patients showed in recognition acuity than resolution acuity.

RESUMO Foram estudados 71 pacientes com glaucoma do desenvolvimento, divididos em 2 grupos (I e II). 42% dos pacientes foram tratados com oclusão, enquanto que 58% não eram amblíopes. Comparou-se a acuidade visual dos dois grupos, podendo-se deduzir que os pacientes com glaucoma congênito (grupo I) apresentam um pior prognóstico visual que os pacientes com glaucoma infantil (grupo II).

SUMMARY 71 patients with developmental glaucoma were studied and divided in two group. Group I formed by patients with congenital glaucoma and group II having patients with infantile glaucoma. 42% were treated by patching and 50% were not treated at all, because they do not have amblyopic eyes. The final visual acuity was determined and it must be pointed out that the visual prognosis was worse in congenital glaucoma patients than in infantile glaucoma ones. The time between the diagnosis and intra-ocular pressure (IOP) normalization was bigger in group I, probably because they were more resistent to the surgical treatment due to more intense developmental alterations as it is shown in the literature.