Relações entre o desenvolvimento fitoplanctônico e bacterioplanctônico foram observadas ao longo do tempo em um experimento de laboratório, simulando condições de ressurgência parcial e completa. As produções primária e bacteriana apresentaram um padrão similar, com três fases de desenvolvimento em águas com algum grau de ressurgência. Entretanto, o momento em que ocorrem as fases é invertido, ou seja, os picos de produção bacteriana ocorrem nas fases de indução (aumento) e declínio da produção primária ao passo que, nas fases de pico de produção fitoplanctônica a produção bacteriana apresenta os menores valores. As análises dos dados obtidos nesse experimento sugerem uma estreita relação entre o bacterioplâncton e o fitoplâncton, onde as bactérias teriam como uma importante fonte de carbono a matéria orgânica particulada e dissolvida proveniente do fitoplâncton. Além disso, as bactérias teriam papel preponderante nas fases iniciais dos "blooms" fitoplanctônicos quando seriam um dos principais agentes condicionadores das águas recém ressurgidas, possibilitando o pleno desenvolvimento do fitoplâncton.

A relationship between phytoplankton and bacterioplankton has been observed in a laboratory experiment, simulating partial and complete upwelling conditions. Primary and bacterial productivity presented a similar pattern, with a three-stage development (growth, peak and decline in production). However, bacterial development stages did not occur simultaneously with the phytoplanktonic development, that is, the highest bacterial production rates occurred in the stages of growth and decline of the primary production, whilst the lowest values of bacterial productivity were simultaneous to the highest phytoplanktonic production stage. Analysis of data obtained in this experiment shows a close relationship between phytoplankton and bacteria, in which these organisms might be competing for inorganic nutrients in some moments, and bacteria might have, as an important source of carbon, the particulate or dissolved organic matter coming from the phytoplankton. Besides that, bacteria might play an important role in the initial stages of phytoplankton blooms, when they might be one of the main conditioning agents of the waters that have just upwelled, allowing the plain phytoplanktonic development.

Fluxos bênticos de oxigênio e nutrientes foram medidos numa seção da lagoa hipersalina e carbonática de Araruama, SE-Brasil Incubações in situ da superfície do sedimento (Zm = 1,5) foram realizadas em uma estação com câmaras claras/escuras nos meses de setembro de 1993 (início da primavera) e abril de 1995 (início do outono). Os sedimentos ricos em carbonatos eram recobertos por um tapete microalgal de 1-3 mm, dominados pelas cianobactérias Phormidium sp,Oscillatoria spLyngbya sp. As taxas de produção primária yquida foram 15,4 ± 0,7 mmolC/m²/d Id no iníCIO da primavera e 33,8 ± 8,8 mmolC/m Id no início do outono, as taxas de respiração total da comunidade alcançaram 35,3 ± 7,2 e 65,7 ± 16,9 mmolC/m²/d Id, e as taxas de produção primária pelágica 1,7 ± 0,7 e 4,0 ± 1,4 mmolC/m²/d, respectivamente. Desta forma, o metabolismo total da comunidade mostrou-se heterotrófico e guiado principalmente pela contornação bêntica. As taxas de liberação bêntica de amônia foram 0,65 ± 0,32 mmoVm ldia no início da primavera e 0,58 ± 0,42 mmolC/m²/dia no início do outono e insignificantes para fósforo. O fósforo representou o elemento limitante da produçao primária pelágica, em parte, pela liberação preferencial de amônia sobre ortofOsfato a partir da interface água-sedimento. A produção primária bêntica e as taxas de liberação de nutrientes se enquadraram dentro da faixa estabelecida para outros sistemas eurye hipersalinos carbonáticos, caracterizados por tapetes algais não-consolidados.

Bentbic oxygen and nutrient ftuxes were measured in a section of the hypersaline carbonate-rich coastal lagoon of Araruama, SE-Brazil. In situ incubations of the sediment surface (Zm - 1.5) were performed at one station with light/dark chambers during september 1993 (early spring period) and april 1995 (earlyautumn period). The carbonate..rich aediments were covered by 1-3 mm thick microalgal mats, dominated by the cyanobaeteria Phormidium sp, Oscillatoria sp, and Lyngbya sp. Benthic net primary production rates were 15.4 ± 0.7 mmolC/m²/d in early spring and 33.8 ± 8.8 mmolC/m²/d in early autumn, total community respiration rates attained 35.3 ± 7.2 and 65.7 ± 16.9 mmolC/m²/d, and pelagic primary production rates 1.7 ± 0.7 and 4.0 ± 1.4 mmolC/m²/d, respectively. Total community metabolism was thus heterauophic and mainly driven by benthic metabolism. The benthic release rates af ammonia were 0.65 ± 0.32 mmolC/m²/day in early spring and 0.58± 0.42mmoVm ldaym early autumn, butwere near to negligible for orthophosphate. Pelagic primaryproduction was limited byphosphorous, in part, by the preferential release of étmmonia over orthophosphate from the sediment-water interface. The benthic primary production and nutrient release rates were within the range of other eury-to hypersaline carbonate-rich environments characterized by non- consolidated algat rats.