OBJETIVO: Revisão das manifestações neurológicas de SIDA em pacientes admitidos no Hospital Guilherme Álvaro (HGA) devido a manifestações clínicas da doença. TIPO DE ESTUDO: Série de casos. PACIENTES: Todos os pacientes HIV+ admitidos no Hospital da Faculdade (HGA) entre julho de 1996 e abril de 1997 foram incluídos nesta revisão. RESULTADOS: Do total de 117 pacientes HIV+ admitidos para hospitalização por piora da sintomatologia de AIDS, 50 (42.7%) apresentavam manifestações neurológicas. A mais prevalente destas foi neurotoxoplasmose (68%), mas uma variedade de outras doenças neurológicas foi observada. Apenas 36% destes 50 pacientes apresentavam sinais e sintomas neurológicos como queixa principal na internação, 12% relatavam alguma disfunção neurológica entre suas queixas e 10% não apresentavam qualquer queixa neurológica mesmo quando questionados. Os demais 21 pacientes (42%) apenas mencionaram manifestações neurológicas quando especificamente interrogados na anamnese. CONCLUSÕES: A prevalência de manifestações neurológicas de SIDA foi bastante alta nos pacientes admitidos no hospital. Mesmo na ausência de queixas de disfunção do sistema nervoso, pacientes HIV+ devem ser sistematicamente interrogados e examinados em busca de alguma intercorrência neurológica com grande potencial de morbidade e mortalidade se não diagnosticada e tratada.

OBJECTIVE: To review the neurologic manifestations of AIDS in patients who were admitted to Hospital Guilherme Álvaro (HGA) due to any clinical manifestation of the disease. DESIGN: Case series. PATIENTS: All HIV+ patients admitted to the Faculty Hospital (HGA) between July 96 and April 97 were included in this review. RESULTS: From the 117 HIV+ patients admitted to hospitalization due to AIDS-related symptoms, 50 (42.7%) presented neurologic manifestations. The most prevalent of these was neurotoxoplamosis (68%), but a variety of other neurologic diseases were observed. Only 36% of these 50 patients had neurological signs and symptoms as the main complaint for admission, 12% of the patients had at least complained of some neurologic dysfunction at the time of admission and 10% had no neurologic complaints at all. The remaining 42% (21 patients) only complained of neurologic manifestations of AIDS when specifically asked. CONCLUSIONS: The prevalence of neurologic manifestations of AIDS is very high in patients admitted to hospital. Even in the absence of neurologic-related complaints, these patients have to be carefully questioned and examined in the search for an underlying neurologic complication which may present high morbidity and mortality.