O reservatório ileal pélvico tem sido a melhor opção cirúrgica para a retocolite ulcerativa (RCU) e polipose adenomatosa familiar (PAF). Desde 1983 esta técnica vem sendo empregada, e o objetivo deste trabalho é apresentar revisão desta casuística, analisando seus resultados e seus pontos controversos. Setenta e três pacientes, com média de idade de 34,6 (13-63) anos e com predomínio do sexo feminino (42 pacientes, 56,7%) se submeteram ao procedimento para tratamento de RCU (46 pacientes - 63,0%) e PAF(27 - 37,0%). Foram utilizadas as seguintes variantes técnicas: em S, de grande tamanho e ramo eferente longo (oito); em S pequeno e ramo eferente reduzido (22); em "dupla câmara" (20); em J (23). Todos os procedimentos foram seguidos da construção de ileostomia de proteção. De 1993 em diante, todos os pacientes tiveram a arcada do colo direito preservada. Setenta pacientes têm pelo menos um ano de pós-operatório e 61 têm dois anos ou mais com média de 7,01 (1-16) anos. Foram consideradas complicações precoces aquelas que ocorreram até o 30º dia de pós- operatório e tardias, após esse tempo. Resultados funcionais foram analisados após um ano do fechamento da ileostomia. Ocorreram 35 complicações precoces em 22 pacientes e 39 complicações tardias em 35 pacientes. Vinte e cinco pacientes não apresentaram complicações. As principais complicações foram: obstrução intestinal (19,1 %), fistulizações cutâneas, com vagina ou trato urinário (10,9%), isquemia de reservatório (parcial ou total), (9,5%), e ileíte do reservatório (pouchitis) (6,8%). Nove pacientes (12,3%) têm ileostomia funcionante, sendo que sete pacientes têm ainda o reservatório mantido no lugar e dois tiveram-no ressecado. A mortalidade diretamente relacionada ao procedimento foi em dois pacientes, mas outros quatro pacientes evoluíram tardiamente ao óbito, por causas como desnutrição crônica e tumor de cerebelo. Em conclusão, apesar da morbidade e da existência ainda de questões controversas, as perspectivas tardias têm sido animadoras e têm estimulado a indicação deste tipo de procedimento.
The treatment of choice for ulcerative colitis (UC) and familial adenomatous polyposis (FAP) has been the ileoanal anastomosis with ileal reservoir following total rectocolectomy. This procedure has been used since 1983 and the purpose of this study is to review the results of this series and to analyse the controversial points related to the procedure. Seventy- three patients - mean age 34.6 (13-63) years,female 42 patients (56,7%) - were submitted to the procedure to treat UC (46 patients - 63.0%) and FAP (27% -37,0%). The techniques utilized were: large S and long efferent limb (eight); short S and short efferent limb; "two-chamber”(20); J (23). All the procedures performed were protected by loop ileostomy. Since 1993, all colectomy is performed preserving the right colon marginal vascular arcade. Seventy patients have at least one year of postoperative time and 61 have two years or more (mean 7.01 (1-16) years) Early complications were considered when present until the 30th postoperative day and late complications when diagnosed after this time. Functional results were analysed after the first postoperative year following ileostomy closure. Thirty-five early complications occurred for 22 patients and 39 late complications, for 35 patients. Twenty-five patients did not have any complication related to the procedure. The most frequent complications were: intestinal obstruction (19.1%); fistulization (cutaneous, vaginal, or urinary tract) (10.9%), reservoir ischemia (partial or total)(9.5%), and pouchitis (6.8%). Nine patients (12.3%) have working ileostomy: seven with defunctioned reservoir kept in place and two after reservoir excision). Mortality related to the procedure occurred for two patients, however four others died lately by general causes as malnutrition and tumor of the cerebellum. Functional results were analysed in 58 patients and good day and night continence were present for the majority of the patients (95.0% and 90.0%, respectively). Mean daily bowel movements were: min 4.1 and max 5.7 (ranging 1 - 12); mean nightly bowel movements were: min 0.4 and max 1.2 (ranging O - 4). In conclusion, in spite of the morbidity and remaining controversial points, long term fuctional results has lead good expectation with the procedure and has encouraged its indication.