Neste trabalho, é analisado se a relação entre risco e retorno prevista pelo Capital Asset Pricing Model (CAPM) é válida no mercado brasileiro de ações, com base na decomposição discreta de ondaletas em diferentes escalas de tempo. Essa técnica permite analisar a relação em diferentes horizontes de tempo, desde o curto prazo (2 a 4 dias) até o longo prazo (64 a 128 dias). Os resultados apontam que entre os anos de 2004 e 2007 há uma relação negativa ou nula entre risco sistemático e retorno para o Brasil. Como o retorno excedente médio da carteira de mercado em relação ao ativo livre de risco no período foi positivo, seria esperado que essa relação fosse positiva, ou seja, que um maior risco sistemático resultasse em um maior retorno excedente, o que não ocorreu. Portanto, não se observou nesse período uma remuneração adequada pelo risco sistemático no mercado brasileiro. As escalas que apresentaram a relação risco e retorno mais significativas foram as três primeiras, correspondendo a horizontes de mais curto prazo. Em outras palavras, ao se tratar diferentemente ano a ano e, em consequência, separar prêmios positivos e negativos, encontra-se em alguns anos alguma relevância na relação risco retorno prevista pelo CAPM, mas que não persiste ao longo de todos os anos. Portanto, não há evidência suficientemente forte de que o apreçamento dos ativos segue o modelo.
This work analyzes whether the relationship between risk and returns predicted by the Capital Asset Pricing Model (CAPM) is valid in the Brazilian stock market. The analysis is based on discrete wavelet decomposition on different time scales. This technique allows to analyze the relationship between different time horizons, since the short-term ones (2 to 4 days) up to the long-term ones (64 to 128 days). The results indicate that there is a negative or null relationship between systemic risk and returns for Brazil from 2004 to 2007. As the average excess return of a market portfolio in relation to a risk-free asset during that period was positive, it would be expected this relationship to be positive. That is, higher systematic risk should result in higher excess returns, which did not occur. Therefore, during that period, appropriate compensation for systemic risk was not observed in the Brazilian market. The scales that proved to be most significant to the risk-return relation were the first three, which corresponded to short-term time horizons. When treating differently, year-by-year, and consequently separating positive and negative premiums, some relevance is found, during some years, in the risk/return relation predicted by the CAPM. However, this pattern did not persist throughout the years. Therefore, there is not any evidence strong enough confirming that the asset pricing follows the model.
En este trabajo se analiza si la relación entre riesgo y rendimiento prevista por el Capital Asset Pricing Model (CAPM) tiene validez en el mercado de acciones brasileño, con base en la descomposición discreta de wavelet en diferentes escalas de tiempo. Esta técnica permite analizar la relación en diferentes horizontes temporales, desde el corto plazo (2 a 4 días) hasta el largo plazo (64 a 128 días). Los resultados muestran que entre los años 2004 y 2007 existe una relación negativa o nula entre riesgo sistemático y rendimiento en Brasil. Como el rendimiento en exceso medio de la cartera de mercado sobre el activo libre de riesgo en el período fue positivo, se esperaría que esta relación fuese positiva, es decir, un mayor riesgo sistemático se traduciría en un mayor rendimiento en exceso, lo que no ocurrió. Por consiguiente, no se observó en este período una remuneración adecuada por el riesgo sistemático en el mercado brasileño. Las escalas que presentaron una relación más significativa entre riesgo y rendimiento fueron las tres primeras, y corresponden a horizontes de más corto plazo. Se puede decir que - al tratar de manera diferente año a año y, por consiguiente, separar premios positivos y negativos - se encuentra en algunos años alguna relevancia en la relación riesgo rendimiento prevista por el CAPM, pero no persiste a lo largo de todos los años. Se concluye que no hay evidencia bastante fuerte de que la valoración de los activos siga el modelo.