ResumoDesde que o ser humano tornou-se consciente das suas ações têm gerado relações de diversa ordem com a terra. No princípio, a terra foi um bem livre, disponível para todas as criaturas vivas. Com o tempo, a terra adquiriu um valor utilitário para a produção, e o homem fez-se o seu conquistador insaciável. No entanto, para os produtores de áreas rurais e povos indígenas, a terra tinha e ainda tem um valor afetivo e sagrado. Inclusive, para alguns, é a Mãe ou "Pacha Mama". Nessa lógica, o seu cuidado constitui-se num imperativo ético-afetivo, na medida em que é um ou mais dos sujeitos da comunidade ética. Nesta ordem de ideias, este artigo discute o cuidado da terra em agroecosistemas tropicais nas zonas de ladeira. Para isto, contraste-se e reconcilia-se os pontos as visões dos produtores rurais e preservacionistas com os conhecimentos técnicos-científicos dos pesquisadores da ciência do solo, que entre outros concepções, percebem, a partir da etnopedologia, do solo em relação às crenças e cultura.

AbstractSince humans have become conscious of their actions they have had various types of relationships with the land. At the beginning, land was a free good, available to all living creatures. Over time, land acquired a utilitarian productive value and man became its insatiable conqueror. Nevertheless, for farmers and indigenous communities, land has had and still has a sentimental and sacred value. Indeed for some, land is the mother or "Pacha Mama". In this logic, land husbandry constitutes an ethical-emotional imperative, as it becomes one more subject within the ethical community. In this conceptual framework, this article discusses land husbandry in tropical hillside agro-ecosystems. In order to do so, the views of farmers and preservationists are contrasted and reconciled with the knowledge of soil scientists. From an ethnopedological perspective, among others, soil is understood in relation to cultures and beliefs.

ResumenDesde que los humanos adquirieron conciencia de sus actos han generado relaciones de diverso orden con la tierra. En principio, la tierra fue un bien libre, disponible para todas las criaturas vivientes. Con el tiempo, la tierra adquirió un valor utilitario, para la producción, y el hombre se hizo su conquistador insaciable. No obstante, para los campesinos y pueblos indígenas la tierra ha tenido y aún tiene un valor afectivo y sagrado. Incluso, para algunos, es La Madre o "Pacha Mama". En esta lógica, su cuidado se constituye en un imperativo ético-afectivo, en tanto es uno más de los sujetos de la comunidad ética. En este orden de ideas, este artículo discute el cuidado de la tierra en agroecosistemas tropicales en zonas de ladera. Para ello, se contrastan y concilian las visiones de los productores rurales y preservacionistas con los conocimientos técnico-científicos de los investigadores de la ciencia del suelo, que entre otras concepciones, perciben, desde la etnopedología, el suelo en su relación con las creencias y la cultura.