OBJETIVO: Analisar os aspectos clínicos, ultra-sonográficos, endoscópicos, manométricos e os dados de pHmetria prolongada do esôfago nos pacientes com sintomas típicos de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). MÉTODOS: Foram estudados, em 251 pacientes com sintomas típicos da doença do refluxo gastroesofágico, os aspectos clínicos, o IMC, os dados ultra-sonográficos, endoscópicos, manométricos e de pHmetria do esôfago. RESULTADOS: Eram mulheres 172 pacientes (68,5%). A média de idade foi de 51,8 anos. A ultra-sonografia diagnosticou colelitíase em 23 doentes e colecistectomia prévia em 21 pacientes. A hérnia hiatal (HH) estava presente em 177 pacientes (71%), com tamanho médio de 3 cm. A esofagite erosiva foi encontrada em 168 pacientes (66,9%) e o esôfago de Barrett em 23 casos (9,2%). A associação de HH com EE foi observada em 131 pacientes (52,3%). Apenas 37 pacientes (14,7%) não apresentavam HH ou EE. Quanto à manometria, o valor médio da extensão do esfíncter inferior do esôfago (EIE) foi 2,6 cm, sendo que 132 pacientes (52,6%) apresentaram EIE curto. A pressão média do EIE foi 18,9 mmHg e 46 doentes (18,3%) apresentaram pressão abaixo de 14 mmHg. À pHmetria prolongada do esôfago, a média do número de refluxos foi 42,9 e a porcentagem de tempo ácido total média foi 8,4%. Em 175 pacientes (69,7%), o índice de DeMeester mostrou-se elevado. CONCLUSÃO: Nos pacientes com sintomas típicos da DRGE, os fatores que influenciaram a presença do refluxo patológico, comprovada pela pHmetria do esôfago, foram: a idade mais avançada, a presença de hérnia hiatal com esofagite erosiva; a extensão menor, a pressão basal diminuída e o menor vetor volume do EIE.
OBJECTIVE: To analyze clinical, abdominal ultrasound, upper digestive endoscopic, esophageal manometric and prolonged esophageal pH-monitoring findings in patients with typical symptoms of GERD. METHODS: The study included a total of 251 patients with typical GERD symptoms. Clinical data, Body Mass Index, abdominal ultrasound aspects and upper digestive endoscopic data are reported. Manometry and esophageal pH-monitoring were performed. RESULTS: One-hundred-and-seventy-two patients were female (68.5%). Mean age of the total was 51.8 years. Ultrasound examination revealed colelithiasis in 23 patients and PC in 21 patients. Hiatal hernia was diagnosed in 177 patients (71%), with an average size of 3.0cm. Erosive esophagitis was found in 168 patients (66.9%) and Barrett's esophagus in 23 patients (9.2%). A combination of hiatal hernia and esophagitis was diagnosed in 131 patients (52.3%) while only 37 patients (14.7%) did not present either. The mean extension of the lower esophageal sphincter (LES) was 2.6 cm, whereas in 132 patients (52.6%) the LES was shorter. The mean pressure of the LES was 18.9 mmHg; 46 patients (18.3%) had pressures below 14 mmHg. The mean number of reflux episodes on prolonged esophageal monitoring was 42.9; the mean number of prolonged episodes of reflux was 4.6, and the mean percentage of total acid time was 8.4%. DeMeester scores were high in 175 patients (69.7%). CONCLUSION: In patients with typical GERD symptoms, factors influencing the presence of pathological reflux as confirmed by prolonged esophageal pH-monitoring were: age, hiatal hernia associated to erosive esophagitis, a smaller extension, low baseline pressure and smaller volume vector of the LES.