CONTEXTO E OBJETIVO: A enzima aspartato aminotransferase apresenta o piridoxal fosfato como coenzima, oriunda da piridoxina existente em alimentos vegetais frescos. A anemia sideroblástica responsiva à vitamina B6, mielofibrose e síndrome de Peyronie respondem a altas doses de piridoxina. O objetivo foi investigar a máxima resposta da aspartato aminotransferase à suplementação oral com piridoxina. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Experimento controlado, na Seção de Hematologia, Instituto Adolfo Lutz. MÉTODOS: A atividade da aspartato aminotransferase eritrocitária foi determinada (antes e após) em voluntários que receberam suplementação por 15-18 dias (30 mg, 100 mg e 200 mg diariamente). Estudo in vitro também foi realizado, com sangue de sete indivíduos. As atividades enzimáticas antes e após a incubação foram determinadas, seguindo o mesmo protocolo do estudo in vivo. RESULTADOS: O estudo in vivo revelou um aumento gradativo da saturação da aspartato aminotransferase com doses crescentes de piridoxina. 83% de saturação foi alcançada com 30 mg diariamente, 88% com 100 mg e 93% com 200 mg. O estudo in vitro não revelou saturação de 100%. CONCLUSÕES: Tanto in vivo quanto in vitro, não se revelou saturação completa da aspartato aminotransferase por sua coenzima piridoxal-5-fosfato nos eritrócitos. Entretanto, a dose de 200 mg diariamente poderia ser empregada com segurança no tratamento da anemia sideroblástica, mielofibrose e síndrome de Peyronie. Embora a saturação máxima nos eritrócitos não seja atingida, os eritroblastos e outras células nucleadas que contenham as organelas citoplasmáticas certamente atingirão a saturação completa, possivelmente à razão dos resultados obtidos nas doenças citadas.
CONTEXT AND OBJECTIVE: The coenzyme of aspartate aminotransferase is pyridoxal phosphate, generated from fresh vegetables containing pyridoxine. Vitamin B6-responsive sideroblastic anemia, myelofibrosis and Peyronie’s syndrome respond to high pyridoxine doses. The objective was to investigate the oral pyridoxine oral dose that would lead to maximized pyridoxal phosphate saturation of red cell aspartate aminotransferase. DESIGN AND SETTING: Controlled trial, in Hematology Division of Instituto Adolfo Lutz. METHODS: Red cell aspartate aminotransferase activity was assayed (before and after) in normal volunteers who were given oral pyridoxine for 15-18 days (30 mg, 100 mg and 200 mg daily). In vitro study of blood from seven normal volunteers was also performed, with before and after assaying of aspartate aminotransferase activity. RESULTS: The in vivo study showed increasing aspartate aminotransferase saturation with increasing pyridoxine doses. 83% saturation was reached with 30 mg daily, 88% with 100 mg, and 93% with 200 mg after 20 days of oral supplementation. The in vitro study did not reach 100% saturation. CONCLUSIONS: Neither in vivo nor in vitro study demonstrated thorough aspartate aminotransferase saturation with its coenzyme pyridoxal phosphate in red cells, from increasing pyridoxine supplementation. However, the 200-mg dose could be employed safely in vitamin B6-responsive sideroblastic anemia, myelofibrosis and Peyronie’s syndrome treatment. Although maximum saturation in circulating red cells is not achieved, erythroblasts and other nucleated and cytoplasmic organelles containing cells certainly will reach thorough saturation, which possibly explains the results obtained in these diseases.