Suponer que la realidad (o realidades) se produce(n) en el combate entre las distintas políticas que intervienen en su construcción, demanda diferenciar las fuerzas que componen lo real. Ese es el propósito que anima este artículo. Parte del concepto de subjetividad antropofágica y, por medio de una cartografía, plantea actualizar la noción de subjetividad, para hacer el giro del territorio antropofágico al arte contemporáneo. Sostiene que la tarea de visibilizar las fuerzas afirmativas del poder poético del arte, implica hacerse cargo del combate entre fuerzas reactivas y creativas, condición para sustraer el espectáculo mediático de la escena artística.

Assuming that reality (or realities) is (are) produced by the struggle between different politics that intervene in their construction, requires the differentiation of the forces that make up what is real. That is the purpose aimed at in this article. It starts from the concept of anthropophagic subjectivity and, by means of a mapping process, suggests updating the notion of subjectivity, to travel from the anthropophagic terrain to the contemporary art. It holds that the task of visualizing the affirmative force of the poetic power of art implies taking on the battle between reactive and creative forces, a condition to remove the media spectacle from the art scene.

Supor que a(s) realidade(s) se produz(s) no embate entre as distintas políticas que intervêm na sua construção, exige a diferenciação das forças que compõem o real. Tal é o propósito deste trabalho. Partindo do conceito de subjetividade antropofágica e, mediante uma cartografia, propõe a atualização do conceito de subjetividade para fazer o giro do território antropofágico à arte contemporânea. Sustenta que a tarefa de viabilizar as forças afirmativas do poder poético da arte, requer enfrentar o embate entre forças reativas e criativas, condição indispensável para retirar o espetáculo midiático da cena artística.

A vida em suas diferentes fórmulas de criação constitui um dos alvos privilegiados do investimento do capitalismo contemporâneo. Para fabricar e comercializar clones, o capitalismo extrai as matrizes não só da biodiversidade na natureza, mas também do multiculturalismo de modalidades de produção de sentido, de territórios de existência e de subjetividade. Um dos maiores desafios do artista contemporâneo está em se instalar no próprio âmago dessa ambigüidade, associando-se ao investimento capitalista, mas negociando para manter a vida como princípio ético organizador, tolhendo assim seu vetor perverso.