ABSTRACT Face-to-face interactions can be characterized as a privileged domain for the study of the emergence of semiotic processes conceived of as a form of life. From the analysis of parts of a conversation carried out in Brazilian Sign Language (libras), we have explored the idea that all organisms inhabit one another’s actions (INGOLD, 2000), throughout dynamic processes in which meaning emerges as a means to advance the activities of life itself. This dwelling perspective is manifested through co-operative actions, defined as the reuse, with transformations, of elements available in the ongoing interaction or retrievable from the interactants’ past interactions (GOODWIN, 2018). In the course of a face-to-face interaction, the co-operative actions are defined in terms of the mutual co-constitution of the activities of different body parts of one of the interactants (intra-embodied actions), with the synchronized activities of the bodies of the other interactant(s) (inter-embodied actions), leading to the emergence of ever novel meanings, which have a local, temporal, embodied and contingent nature, as any form of life.
RESUMO Interações face-a-face caracterizam-se como um domínio privilegiado para o estudo da emergência do processo semiótico concebido como uma forma de vida. A partir da análise de trechos extraídos de uma conversa em língua de sinais brasileira (libras), exploramos a ideia de que todos os organismos habitam as ações uns dos outros (INGOLD, 2000), em processos dinâmicos em que significações emergem como forma de dar continuidade às atividades da própria vida. Essa habitação nas ações dos outros se revela por meio da realização de ações co-operativas, que se definem como o reuso, com transformações, de elementos disponíveis na interação corrente ou recuperáveis a partir dos históricos de interações dos interactantes (GOODWIN, 2018). No curso de uma interação face-a-face, as ações co-operativas se caracterizam pela co-constituição mútua das atividades de diferentes partes do corpo de um mesmo interactante (ações intracorporeadas) com as atividades sincronizadas dos corpos dos dois (ou mais) interactantes (ações intercorporeadas), o que leva à emergência de significações sempre novas, de natureza local, temporal, corporeada e contingencial, como qualquer forma de vida.