O trabalho doméstico é muito comum no Brasil e muitas adolescentes, experientes com a prática desse trabalho no âmbito de suas unidades familiares, se ocupam no setor. O artigo analisa os possíveis relacionamentos entre patroas e adolescentes trabalhadoras domésticas no município de São Carlos, interior paulista, considerando as relações de trabalho estabelecidas, as relações de gênero, bem como as classes sociais envolvidas. Desfecho de uma investigação de campo, os resultados permitem concluir que, de acordo com o contexto de classe social e vínculos de trabalho constituídos, os relacionamentos poderão ser mais afetivos, harmoniosos e menos hierarquizados ou, mais formais, com papéis e limites bem definidos, assegurados por uma relação hierárquica e de poder e com tendência de conflitos.
Paid domestic labor is very common in Brazil and lots of teenage women, since childhood trained in the accomplishment of household tasks, often find their first employment on such a job. An important issue regarding such context is the relationship between maids and their employers. Discussing labor, class, and gender relations, the article analyzes the interactions characterizing such relationship in a popular neighborhood in the city of Sao Carlos, state of Sao Paulo. The empirical results point out that these interactions may produce either a more affective (and also harmonious and less hierarchical) relationship or a more formal one, with roles and limits defined by hierarchical patterns, with a net tendency towards conflicts
Très fréquents au Brésil, les postes de femme de ménage sont souvent occupés par des adolescentes, habituées à effectuer ce travail au sein de leur propre famille. Cet article propose d’analyser les rapports existants entre des employeuses et des jeunes employées de la ville de São Carlos, dans l’État de São Paulo, et plus particulièrement les relations de travail, de genre et de classes sociales. Les résultats montrent que selon le contexte de classe sociale et les relations de travail établies, les rapports peuvent être plus affectifs, plus harmonieux et moins hiérarchisés; ou au contraire plus formels, avec des rôles et des limites bien définies par des règles de pouvoir et une nette tendance aux conflits.