Fundamentos e objetivo: O exercício físico é aceito como estratégia complementar no tratamento da hipertensão arterial. Contudo, são poucos os estudos que analisaram o efeito potencial de programas cujo controle do volume de treinamento é menos estrito, principalmente os não-supervisionados. Assim, o estudo investigou os efeitos de dois programas não-formais de exercício sobre a pressão arterial, aptidão física e perfil bioquímico sanguíneo de adultos hipertensos. Métodos: Foram acompanhados por 18 meses participantes um programa de exercícios não-supervisionado (extramuros) (n = 29; idade = 53 ± 11 anos) e outro de tipo comunitário (ginástica) (n = 42; idade = 62 ± 9 anos). Foram analisados os níveis de pressão arterial, aptidão física (peso corporal, percentual de gordura, IMC, somatório de dobras, relação cintura-quadril, capacidade cardiorrespiratória) e variáveis bioquímicas (colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos e glicemia). O programa extramuros consistia em atividades programadas para serem feitas em casa (caminhada e flexibilidade), três vezes por semana, com treinamento dos sujeitos para controle da intensidade e duração das atividades e preenchimento de fichas individuais, que eram entregues periodicamente à equipe de pesquisa. O programa comunitário envolvia atividades ginásticas em grupo, ministradas por profissionais de educação física, também feitas três vezes por semana. Em ambos os programas, as variáveis foram medidas trimestralmente e os dados tratados por meio de ANOVA para medidas repetidas (p < 0,05). Resultados e conclusão: Os resultados indicaram que ambos os programas tiveram efeitos positivos, principalmente na composição corporal (quantitativa e distribuição regional) e perfil lipídico sanguíneo. As repercussões sobre a pressão arterial, apesar de identificadas estatisticamente, revelaram-se menos consistentes. Não houve efeitos importantes sobre o perfil bioquímico sanguíneo. Conclui-se que programas não-formais de atividades físicas podem ter influências benéficas sobre a condição geral de hipertensos, mas seu potencial quanto a efeitos mais específicos deve ser melhor apreciado em estudos futuros.
Background and purposes: Physical activity is accepted as a complementary strategy in the hypertension treatment. However, few studies were concerned with the effects of exercise programs which encourage a less strict training control, especially non-supervised programs. Thus, this study aimed to investigate the effects of two non-formal exercise programs on the blood pressure (BP), physical fitness and biochemical blood profile in hypertensive adults. Methods: Two groups were observed during 18 months: a) 29 subjects engaged in a domestic program (CLINEX) (age: 53 ± 11 yr); b) 42 subjects practicing calisthenics in a community program (NPRC) (age: 62 ± 9 yr). The following variables were assessed: BP, body weight, body fat percent, body mass index, sum of skin folds, waist-hip ratio, cardiorespiratory capacity, and biochemical variables (total cholesterol, HDL, LDL, plasma triglycerides, and blood glucose). The domestic program consisted in home-based programmed activities (walking and stretching exercises), held three times/week. The subjects were specifically trained for controlling the intensity and duration of the exercise, and filled an individual chart which was periodically delivered to the research group. The community program proposed hospital-based calisthenics and aerobic activities ministered by exercise specialists, also three times a week. In both programs, the data were assessed every three months and treated by repeated measures ANOVA (p < 0.05). Results and conclusion: The results suggested the exercise programs elicited positive effects, mainly in body composition and fat regional distribution. The repercussions on blood pressure, despite the fact of being statistically identified, seemed to be less consistent. There were not meaningful effects over the blood biochemical profile. The authors concluded that non-formal exercise programs can be related to favorable changes in overall condition of hypertensive patients, but their potential to elicit more specific changes should be better studied in the future.
Fundamentos y objetivos: El ejercicio físico es aceptado como estrategia complementaria del tratamiento de la hipertensión arterial. Con todo, son pocos los estudios que analizarán los efectos del potencial de los programas cuyo control de volumen de entrenamiento es menos estricto, principalmente los que no son supervisados. De esta manera, el estudio investigó los efectos de dos programas no formales de ejercicio sobre la presión arterial, adaptación física y perfil bioquímico sanguíneo de adultos hipertensos. Métodos: Los participantes de un programa de ejercicio no supervisado (extramuros) (n = 29; edad = 53 ± 11 años) y los participantes de otro tipo comunitario (n = 42; edad = 62 ± 9 años fueron acompañados durante 18 meses. Fueron analizados los niveles de presión arterial, aptitud física (peso corporal, porcentaje de grasa, IMC, somatotipo de pliegues, relación cintura cadera, capacidad cardiorespiratoria) y variables bioquímicas (colesterol total, LDL, HDL, triglicéridos y glicemia). El programa extramuros consistió en actividades programadas a ser realizadas en casa (caminata y flexibilidad), tres veces por semana, con entrenamiento de los sujetos para realizarse controles de intesidad y duración de actividades y confección de fichas individuales que eran entregadas periodicamente al equipo de pesquisa. El programa comunitario comprendía actividades ginmásticas en grupo, organizadas por profesionales de educación física, tambien realizadas tres veces por semana. En ambos programas, las variables fueron medidas trimestralmente y los datos tratados por medio del programa ANOVA para las medidas repetidas (p < 0.05). Resultados y conclusiones: Los resultados indican que ambos programas tuvieron efectos positivos, principalmente en la composición corporal (cualitativa y distribución regional) y perfil lipídico sanguíneo. Las repercusiones sobre la presión arterial, a pesar de estar identificadas estadísticamente, se muestran como menos consistentes. No existieron efectos importantes sobre el perfil bioquímico sanguíneo. Se concluye que los programas no formales de actividades físicas pueden tener influencias benéficas sobre la condición general de los hipertensos, mas su potencial sobre los efectos más específicos deberán ser mejor apreciados en estudios futuros.