Objetivo: Análise da experiencia no tratamento de aneurismas arteriais complexos bilaterais da artéria renal Introdução: Os aneurismas da artéria renal são uma entidade clinica rara, não estando definido na literatura de forma clara a sua epidemiologia, fisiopatologia e o melhor tratamento. Material e Métodos: Análise retrospetiva da base de dados de doentes com o diagnóstico de aneurismas da artéria renal. Um total de 3 doentes com aneurismas bilaterais foram tratados cirurgicamente, procedendo-se a uma análise descritiva aplicada caso a caso. Resultados: Caso clínico 1: Doente do sexo feminino, com 46 anos de idade, hipertensa arterial com diagnóstico incidental de dois aneurismas saculares da artéria renal direita e dois aneurismas saculares da artéria renal esquerda. Efetuou-se uma nefrectomia esquerda por via laparoscópica, tendo-se efetuado uma aneurismectomia e angioplastia com veia safena interna e implante do rim na fossa ilíaca esquerda. Quatro meses após foi realizado o tratamento do rim direito com realização de nefrectomia, por via laparoscópica, efetuou-se aneurismorrafia associada a aneurismectomia e pontagem renal com veia safena interna, prolongamento da veia renal com prótese espiralada de veia safena interna e implantação do rim na fossa ilíaca direita Caso clínico 2: Doente do sexo feminino, 38 anos de idade, hipertensa arterial com o diagnóstico incidental de dois aneurismas saculares da artéria renal direita e esquerda. Efetuou-se uma nefrectomia esquerda por via laparoscópica tendo os aneurismas sido excluídos com clips de titânio de Yasergil associado a aneurismorrafia, e implante fossa ilíaca esquerda. Quatro meses após, foi efetuada nefrectomia por via laparoscópica, e tratamento dos aneurismas por aneurismorrafia e prolongamento da veia renal com prótese espiralada de veia safena interna, com implantação na fossa ilíaca direita. Caso clinico 3: Doente do sexo masculino, com 33 anos, com o diagnóstico incidental de 2 dois aneurismas fusiformes da artéria renal direita e dois aneurismas saculares da artéria renal esquerda. Foi efetuado nefrectomia direita, por via laparoscópica, efetuando-se a laqueação da artéria polar renal por impossibilidade de reconstrução, e implantado o rim na fossa ilíaca direita. Dezassete meses após foi efetuada nefrectomia esquerda por via laparoscópica e tratamento por aneurismectomia associada a duas pontagens renais com veia safena interna e implantação do rim na fossa ilíaca esquerda. Discussão e conclusão: O tratamento de aneurismas bilaterais é raro, tendo sido em 2014 publicado o primeiro caso de tratamento por autotransplante. Não há contudo estudos randomizados comparando a cirurgia in situ, ex-vivo e a cirurgia endovascular. No nosso centro, o tratamento de aneurismas da artéria renal complexos, que definimos como aqueles que necessitam para o seu tratamento de tempos de clampagem da artéria renal superior a 45 minutos, localizados em áreas da artéria não acessíveis à reconstrução in situ ou a tratamento endovascular, é efetuado através de cirurgia ex-vivo e autotransplante na fossa ilíaca e representa uma excelente terapêutica com morbilidade e mortalidade nula. A experiência em transplantação renal e cirurgia vascular é um requisito fundamental para o sucesso do tratamento.
Objective: To analyze the experience in the treatment of bilateral complex arterial aneurysms of the renal artery Introduction: Renal artery aneurysms are a rare clinical entity and the epidemiology, pathophysiology and best treatment are not clearly defined in the literature. Material and Methods: Retrospective analysis of the database of patients with the diagnosis of renal artery aneurysms. A total of 3 patients with bilateral aneurysms were surgically treated and a descriptive analysis was applied on a case-by-case basis. Results: Clinical case 1: A 46-year-old female patient with arterial hypertension with incidental diagnosis of two saccular aneurysms of the right renal artery and two saccular aneurysms of the left renal artery. A left nephrectomy was performed laparoscopically and an aneurysmectomy and angioplasty with internal saphenous vein and kidney implant were performed in the left iliac fossa. Four months later, the right kidney was treated with laparoscopic nephrectomy, aneurysmorrhaphy associated with aneurysmectomy and bypass with internal saphenous vein, renal vein extension with internal saphenous vein spiral prosthesis and implantation of the kidney in the right iliac fossa. Case report 2: Female patient, 38 years old, arterial hypertension with incidental diagnosis of two saccular aneurysms of the right and left renal arteries. A left nephrectomy was performed laparoscopically and the aneurysms were excluded with Yasergil titanium clips associated with aneurismorrhaphy and left iliac fossa implant. Four months later, a right laparoscopic nephrectomy was performed and aneurysms were treated with aneurysmorrhaphy and renal vein extension, with spiral vein prosthesis of the internal saphenous vein, and implantation in the right iliac fossa. Clinical case 3: A 33-year-old male patient with the incidental diagnosis of two fusiform aneurysms of the right renal artery and two saccular aneurysms of the left renal artery. A right nephrectomy was performed laparoscopically, and the renal polar artery was ligated because of the impossibility of reconstruction and the kidney was implanted in the right iliac fossa. Seventeen months later, a left nephrectomy was performed laparoscopically and aneurysmectomy was performed in association with two renal bypasses with internal saphenous vein and implantation of the kidney in the left iliac fossa. Discussion and conclusion: The treatment of bilateral aneurysms is rare and, in 2014, the first case of autotransplant treatment was published. There are, however, no randomized trials comparing in situ, ex vivo and endovascular surgery. At our center, the treatment of complex renal artery aneurysms, which we defined as those requiring greater than 45 minutes of renal artery clamping time or located in artery areas not accessible to in situ reconstruction, is performed through ex-vivo surgery and autotransplantation in the iliac fossa. This therapy represents an excellent option with zero morbidity and mortality. Experience in renal transplantation and vascular surgery is a key requirement for successful treatment.