RACIONAL: Poucas informações são disponíveis sobre os efeitos da posição do corpo nos episódios de refluxo gastroesofágico em recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer. OBJETIVOS: Avaliar a influência da posição ventral horizontal, comparada à dorsal horizontal, na freqüência e duração dos episódios de refluxo ácido, em recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer e estudar a interferência da posição do corpo sobre a freqüência de exames com índice de refluxo > 5% e > 10%. CASUÍSTICA E MÉTODO: Sessenta e uma monitorizações do pH foram analisadas, retrospectivamente. Selecionaram-se os exames realizados apenas em decúbito ventral e dorsal, com diferença de tempo, em cada posição, não superior a 3 horas. O índice de refluxo foi avaliado para a duração total do exame e para cada um dos dois períodos. O total de refluxos, o número de episódios > 5 minutos, o episódio mais longo e o tempo total com pH < 4 foram estabelecidos para cada um dos períodos nas duas posições. Estes parâmetros foram comparados segundo a posição do corpo, entre as três categorias do índice de refluxo total < 5%, > 5% e > 10%. As freqüências dos registros de exame com índice de refluxo 5% e > 10%, obtidos para cada período, nas duas posições, foram comparadas. RESULTADOS: Não houve diferença entre o número de horas em cada posição, sendo 11,2 ± 1,0 horas e 11,2 ± 1,1 horas em ventral e dorsal, respectivamente. Nas três categorias de índice de refluxo total, todos os parâmetros do exame em ventral foram significativamente inferiores aos valores em dorsal. No decúbito dorsal 32,7% (20/61) e 27,8% (17/61) dos registros, normais no decúbito ventral, transformaram-se em alterados, considerando-se respectivamente o índice de refluxo > 5% e > 10%, obtido para cada posição. CONCLUSÕES: No decúbito ventral há redução significativa do número e da duração dos episódios de refluxo ácido em recém-nascidos de muito baixo peso. A posição dorsal promove aumento significativo do número de registros de monitorizações do pH esofágico com índice de refluxo > 5% e >10%, facilitando o diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico.
BACKGROUND: Scarse information is available on the effects of body's positioning in the number and the duration of gastroesophageal reflux episodes in very low birth weight infants. AIM: To evaluate the influence of prone compared to supine positions on the frequency and duration of acid gastroesophageal reflux episodes in very low birth weight infants and study the role of body position in the occurrence of exams with reflux index > 5% and > 10%. METHODS: Sixty one prolonged esophageal pH monitoring exams were retrospectively analyzed. The difference between the prone and supine position exam duration was not longer than 3 hours. The reflux index was evaluated for the total period of the exam (reflux index total) and for each period in the two positions. The total number of reflux episodes, the number of reflux episodes > 5 minutes and the longest reflux episode were evaluated for each period in the two positions. These parameters were compared in accordance with body positioning, for each one of the three reflux index total categories: reflux index total < 5%, > 5% and > 10%. The frequencies of exams with reflux index total > 5% and reflux index total > 10% were compared for both positions. RESULTS: The number of hours in prone (11.2 ± 1.0) and in supine (11.2 ± 1.1) position were not different. All the prone positions monitoring parameters were significantly lower than the supine ones, in the three reflux index total categories. In the supine position, 32.7% (20/61) and 27.8% (17/61) of the exams, which were normal in prone, became abnormal, taking into account reflux index > 5% and > 10%, respectively, obtained for each position. CONCLUSIONS: In prone position, there is a significant decrease in number and duration of acid reflux episodes in very low birth weight infants. Supine position promotes a significant increase in the number of esophageal pH monitoring exams with reflux index > 5% and > 10%, making easier the diagnose of the gastroesophageal reflux disease.