O objetivo do artigo é examinar a validade empírica de duas proposições, que se relacionam em virtude da definição da democracia como regimes nos quais os governantes são selecionados por meio de eleições regulares e competitivas: primeiro, que os regimes democráticos se caracterizam pela responsabilidade dos governantes perante os governados e, segundo, que as eleições funcionam como o mecanismo que produz esta responsabilidade. Para efeitos da análise, os autores consideram que os governantes são politicamente responsáveis quando sua sobrevivência no poder depende do desempenho econômico. Utilizando dados para 135 países observados, com algumas exceções, entre 1950 e 1990, estimam, então, a probabilidade de sobrevivência no poder de líderes democráticos e autoritários dada a duração de seus governos e os resultados econômicos produzidos. Com base nesta análise os autores concluem que a afirmação de que a democracia induz à responsabilidade política é, no mínimo, ampla demais; que as eleições não geram resultados econômicos nos regimes democráticos; e que a relação entre democracia e eleições é menos do que definicional. Concluímos o artigo com considerações mais gerais que sugerem explicações plausíveis para os resultados encontrados e suas implicações para a teoria democrática.
The purpose of this article is to examine the empirical validity of two propositions, which are related by the definition of democracy as a regime in which rulers are selected by elections: first, that democracy is a political regime distinguished by the accountability of rulers to the ruled, and, second, that elections are the mechanism through which this accountability is enforced. The authors consider that rulers are accountable if the probability that they survive in office is sensitive to government performance. On the basis of data for 135 countries observed, with a few exceptions, between 1950 and 1990, the authors estimated the probability that a head of government in democracies and dictatorships survives a particular year in office given the length of tenure and economic outcomes. On the basis of this analysis, they conclude that the assertion that democracy induces accountability is at least too broad; that elections do not enforce economic accountability in democratic regimes; and that the link between democracy and elections appears to be less than definitional. The authors conclude the article by suggesting a number of plausible explanations for these results.
Cet article analyse la validité empirique de deux propositions liées à la définition de la démocracie comme un régime par lequel les dirigeants sont choisis par élections. La première considère que la démocracie est un régime par lequel les dirigeants sont directement responsables vis à vis de l'électorat. La seconde que les élections sont l'instrument qui engendre cette responsabilité. Les auteurs considére que les dirigeants sont tenus politiquement responsables quand leur survie au pouvoir dépend de leur performance économique. Basé sur des statistiques obtenues dans 135 pays, avec quelques exceptions, pour la période 1950 à 1990, ils donc estimé la probabilité de survie au pouvoir de dirigeants démocratiques ou dictatoriaux, selon la durée de leur permanence au pouvoir et les résultats économiques obtenus. Basé sur cette analyse, les auteurs arrivent à la conclusion que l'affirmation que la démocratie engendre la responsabilité politique est, pour le moins que l'on puisse dire, trop ample; que les élections dans les régimes démocratiques ne résultent pas automatiquement en une performance économique satisfaisante; que le lien entre la démocratie et les élections n'est pas conséquent. Ils concluent l'article en donnant des explications plausibles pour les résultats obtenus et leur influence sur le système démocratique.