Depois de propor uma reflexão sobre as relações entre Memória e História, o artigo discute uma série de questões relativas à Lei da Anistia (aprovada, no Brasil, em agosto de 1979), e aos silêncios que ela estabeleceu: sobre a tortura e os torturadores, sobre o apoio da sociedade à ditadura e sobre os projetos revolucionários de esquerda. O texto defende a necessidade da revisão da lei porque um debate a respeito poderia ajudar a sociedade brasileira a compreender melhor o período ditatorial, a tortura como política de Estado, a julgar os torturadores e, finalmente, a conseguir a abertura dos arquivos dos serviços secretos das Forças Armadas, o que requereria, no entanto, um processo de mudança na cultura política destas instituições.
After exposing a reflection of the relationship between Memory and History, the article discusses some questions about the Law of Amnesty (adopted in Brazil in August 1979), and the silence that it brought: on torture and on the torturers, on the support of society and on the dictatorship of the revolutionary projects of political left. The text argues in favor of the need to revise the law because a debate about the Brazilian society could be helpful to understand the period of the dictatorship, the torture as public policy, to judge the torturers and, finally, to open up the files of Armed Forces' secret services, which would require, however, a process of change in the political culture of these institutions.
Après avoir discuté les rapports entre Mémoire et Histoire, le texte présente un ensemble des questions sur la Loi de l'Amnistie (approuvée, au Brésil, en août 1979) et sur les silences que cette loi a établi: sur la torture et les tortionnaires, sur le soutien de la société brésilienne à la dictature et sur les programmes révolutionnaires de gauche. L'article soutien la revision de la Loi de l'Amnistie parce que un débat sur ce sujet pourrait aider la société brésilienne à mieux comprendre la période de la dictature et la torture comme politique d'Etat, à juger les tortionnaires et, enfin, à réussir l'ouverture des archives des services de renseignements des Forces Armées. Pour cela, cependant, il faudrait tout un processus de changement de la culture politique de ces institutions armées.