As membranas plasmáticas das células intestinais dos insetos apresentam um domínio apical e outro basal. O domínio apical é geralmente modificado em microvilosidades com organização molecular similar a de outros animais, embora possam diferir naqueles insetos que apresentam vesículas secretoras em trânsito que brotam lateralmente ou destacam-se das extremidades das microvilosidades. Outras modificações microvilares estão associadas a bombeamento de prótons ou a interrelações com uma membrana lipídica (a membrana perimicrovilar) que reveste as microvilosidades de células intestinais de hemípteros (pulgões e percevejos). Admite-se que as membranas perimicrovilares estejam envolvidas na absorção de aminoácidos a partir de dietas diluídas. As membranas microvilares e perimicrovilares tem densidades distintas (e conteúdo protéico) que dependem do táxon do inseto. O papel desempenhado pelas proteínas microvilares e perimicrovilares na fisiologia intestinal dos insetos é revisto, procurando fornecer uma visão coerente dos dados e chamando a atenção para novos objetivos de pesquisa.

Plasma membranes from insect midgut cells are separated into apical and basolateral domains. The apical domain is usually modified into microvilli with a molecular structure similar to other animals. Nevertheless, the microvillar structure should differ in some insects to permit the traffic inside them of secretory vesicles that may budd laterally or pinch-off from the tips of microvilli. Other microvillar modifications are associated with proton-pumping or with the interplay with an ensheathing lipid membrane (the perimicrovilllar membrane) observed in the midgut cells of hemipterans (aphids and bugs). The perimicrovillar membranes are thought to be involved in amino acid absorption from diluted diets. The microvillar and perimicrovillar membranes have densities (and protein content) that depend on the insect taxon. The role played by the microvillar and perimicrovillar proteins in insect midgut physiology is reviewed here trying to provide a coherent picture of data and highlighting further research areas.

Avaliou-se a biologia de Bracon hebetor Say (Hymenoptera: Braconidae) criada em lagartas de 5º ínstar de Anagasta kuehniella (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) (dieta natural) e em dieta artificial. Caracterizou-se o número de ínstares, o tempo de desenvolvimento e o consumo de alimento; testes histoquímicos permitiram observar a presença/ausência de lipídios e proteínas no trato digestivo do parasitóide. Tais estudos possibilitaram detectar diferenças para o aprimoramento da dieta artificial para a criação do parasitóide. B. hebetor apresentou três ínstares larvais em ambos os substratos alimentares, contudo o ciclo do parasitóide foi prolongado quando criado em dieta artificial, devido ao alongamento das fases de larva e pupa. B. hebetor consumiu aproximadamente 3,8 µl de dieta artificial e, considerando o mesmo fluxo de alimentação, aqueles criados sobre o hospedeiro ingeriram 2,7 µl (proporcionalmente em relação ao tempo e ao peso) e apresentaram ganho de peso mais rápido. Análises da hemolinfa do hospedeiro natural, da dieta artificial e do tubo digestivo de larvas de B. hebetor indicaram a necessidade de adição de outras fontes de lipídios e proteínas na dieta artificial, buscando aproximar o sistema in vitro daquele representado pelas lagartas hospedeiras (sistema in vivo).

The biology of Bracon hebetor Say (Hymenoptera: Braconidae) reared on fifth instars of Anagasta kuehniella (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) (natural diet) and in vitro (artificial diet) was evaluated. Data on the number of instars, development time and food intake were collected, and histochemical tests were conducted to detect proteins and lipids in the parasitoid's digestive tract. The data disclosed differences that can help to improve artificial rearing of B. hebetor. B. hebetor had three instars in both diets, but the developmental time on the artificial diets was prolonged due to the increase in larval and pupal development times. Larvae grew faster on the natural host and required a lower food intake (2.7 µl) as compared to that required by the larvae feeding on the artificial diet (3.8 µl). Analysis of diet protein content and host hemolymph and the observations on the parasitoid larvae gut content indicated altogether the artificial diets requires the addition of others sources of proteins and lipids to improve the overall nutrition quality of the in vitro rearing system for this ectoparasitoid.

This review takes into account primarily the work done in our laboratory with insects from the major Holometabola orders. Only the most significant data for each insect will be presented and a proposal on the evolution of Holometabola insect digstive systems will be advanced.