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Gradientes fisiográficos e florísticos ao longo do relevo em florestas perenifólias sazonalmente secas de transição no Sudeste do Pará, Brasil

As florestas perenifólias sazonalmente secas no sudeste do Pará, Brasil, são áreas de transição entre as florestas fechadas mais altas do interior da Bacia Amazônica e o cerrado das planícies da região Sul-Central do Brasil. Descrevemos os gradientes abióticos e bióticos nessa região próxima da cidade de Redenção, onde a estrutura e a composição da floresta muda gradual e sutilmente ao longo da topografia levemente ondulada. Entre 1995 e 2001, o índice pluviométrico anual nessa região era de, em média, 1.859 mm, com aproximadamente zero de precipitação durante junho e agosto; os meses da estação seca. As migrações verticais anuais das águas profundas do solo, causadas pelas chuvas sazonais, são responsáveis pelas diferenças edáficas e florísticas entre os terrenos baixos e altos. Os solos dos terrenos baixos são hidromórficos formados pela água que se eleva do lençol freático durante a estação chuvosa de cor cinza pálido, marrom ou branca, textura grossa, com baixa retenção de umidade durante a estação seca e concentração relativamente alta de macro-nutrientes nos horizontes superficiais. O dossel florestal nos terrenos baixos é bastante irregular, especialmente ao longo dos igarapés sazonais, e a composição da comunidade do dossel difere visivelmente daquela dos terrenos altos. Os solos dos terrenos altos são distróficos, bem drenados durante a estação de chuvas, de cor marrom ou vermelho-amarela, textura fina, e possuem maior retenção de umidade e menor concentração de macro-nutrientes nos horizontes superficiais se comparados aos solos dos terrenos baixos. Nos terrenos altos, os dosséis florestais são, em média, mais altos, mais regulares e mais fechados. As áreas de terrenos baixos podem ser consideradas sumidouros de energia e nutrientes, nas quais, em virtude do ciclo hidrológico, as perturbações no dossel são prováveis de ocorrer mais freqüentemente do que nos terrenos mais altos, mas não necessariamente em escalas maiores.

babaçu; mogno; perturbação; nutrientes no solo; lençol freático


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