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Observações preliminares sobre o efeito de mudanças bruscas de temperatura na sobrevivência de juvenis de Matrinxã (Brycon cephalus) em condições de laboratório

O matrinxã é um peixe amazônico muito promissor para a piscicultura brasileira. Este trabalho visou determinar a amplitude aproximada de temperatura tolerada por esta espécie. Grupos de 10 matrinxãs jovens (15,1±0,8 cm de comprimento médio e 58,3±10,3 g de peso médio) foram submetidos durante 24 horas a 9 diferentes temperaturas sem aclimatação prévia. Os peixes foram transferidos de 27ºC a temperaturas que variaram de 12 a 39ºC a 3ºC de intervalo. Temperaturas de 12ºC e 39ºC foram letais para o matrinxã com 100% de mortalidade. Após 2 minutos a 39ºC os peixes mudaram de comportamento aumentando os movimentos operculares e nadando erraticamente; a mortalidade foi de 100% após 18 minutos. Aos 12ºC os peixes perderam o equilíbrio imediatamente após introduzidos e começaram a nadar erraticamente; após 4 minutos tornaram-se letárgicos e imóveis no fundo do tanque. Mortalidade total foi evidenciada somente após transcorridas as 24 horas. Aos 15ºC os peixes mostraram perda de equilíbrio após 5 a 6 minutos de exposição mas a taxa de mortalidade foi de apenas 20% após 24 horas. Os peixes toleraram bem temperaturas entre 18 e 36ºC com 100% de sobrevivência após 24 horas. Este estudo preliminar indica que temperaturas entre 18 a 36ºC são normalmente toleráveis pelos matrinxãs jovens, muito embora a sobrevivência a outras temperaturas possa ser aumentada por meio de aclimatação gradual dos peixes a aumentos e decréscimos mais severos na temperatura. Adicionalmente, o estudo indica que o matrinxã pode ser cultivado em extensa área geográfica.

matrinxã; Brycon cephalus; tolerância térmica


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