A análise estrutural efetuada num segmento neoproterozóico do Cinturão Ribeira, Sudeste do Brasil, mostra que ele representa parte do orógeno transpressivo destral, relacionado com a Província Mantiqueira Central. Caracteriza-se regionalmente por um cinturão milonítico de direção NNE e mergulhos subverticais, com geometria anastomosada, descrevendo em escala de mapa estruturas do tipo S-C, que são defletidas para direção NE nas proximidades do Lineamento de Além-Paraíba. O controle estrutural e litológico e a partição da deformação foram responsáveis pela formação de granulitos miloníticos félsicos com lentes de granitos tipo-S, desenvolvidos em zonas de cisalhamento dúcteis, alternados com granulitos básicos a intermediários menos deformados com charnockitos associados. Na região, os indicadores cinemáticos do cisalhamento simples, destral, são consistentes com a deformação transpressiva, que é particularmente comum nas bordas das zonas de cisalhamento mais importantes. A presença de leucogranitos tipo-S pode levar a variação das relações planares e lineares,as quais condicionam, localmente, zonas extensionais. Estes elementos são consistentes com uma colisão continental oblíqua, considerando o Cráton do São Francisco como um bloco estável.
Cinturão Ribeira; cinemática; transpressão; extensão sincontracional
