Este trabalho apresenta idades 40Ar/39Ar de rochas da Zona de Cisalhamento Transtrativa Sinistral da Serra do Azeite, situada na parte sul do cinturão Ribeira, entre os Estados de São Paulo e Paraná, bem como discute a correlação regional e as implicações tectônicas com outras partes do cinturão. Os dados geocronológicos sugerem que a deformação extensional foi ativa entre 600 e 580 Ma (idades aparentes obtidas, respectivamente, em hornblenda e muscovita). Este intervalo de idades é relativamente mais antigo do que o proposto anteriormente para o período de atividade destas estruturas (520-480 Ma) no segmento norte deste cinturão e do cinturão Araçuaí. A análise cinemática dos milonitos datados mostra estruturas extensionais bem preservadas com movimento de topo para ESE, compatível com o de estruturas encontradas em outros segmentos tectônicos na porção leste do Quadrilátero Ferrífero e na região do Vale do Rio Doce. Nossas idades situam-se nomesmo intervalo de tempo definido para o magmatismo alcalino da Suíte Serra do Mar. Sugerimos que o arcabouço tectônico regional tenha sido desenvolvido durante um processo de extensão em escala continental. Este processo teria sido contemporâneo da deformação em condições de convergência ligada a zonas de cisalhamento Neoproterozóicas dos cinturões Apiaí/Ribeira e Araçuaí, as quais compõem segmentos importantes destes cinturões. Os dados disponíveis mostram que estas estruturas não podem ser relacionadas simplesmente ao colapso gravitacional pós-orogênico, mas devem envolver um processo mais complexo relacionado provavelmente ao balanço dinâmico entre espessamento e afinamento crustal durante os eventos de convergência tectônica, formação de bacias e exumação.
extensão sincontracional; idades 40Ar/39Ar; Cinturão Ribeira
