As leishmanioses são um complexo de doenças causadas por protozoários Leishmania, cujo tratamento é restrito a um número limitado de fármacos que apresentam toxicidade elevada, efeitos colaterais e geralmente custos elevados. Existe uma enorme variedade de plantas tropicais distribuídas no Brasil e para muitas pessoas pobres a terapia para várias doenças baseia-se principalmente no uso de remédios tradicionais obtidos de plantas. Neste trabalho, a atividade citotóxica de 17 extratos metanólicos de plantas foi avaliada em várias espécies de Leishmania e em macrófagos murinos. Dentre eles, os extratos de Casearia sylvestris, Piptocarpha macropoda, Trembleya parviflora, Samanea Tubulosa e Plectranthus neochilus mostraram atividade leishmanicida promissora, exibindo valores de CI50 abaixo de 20 µg/mL em pelo menos uma das espécies de Leishmania. Casearia sylvestris apresentou a atividade mais expressiva em todas as formas promastigotas de espécies de Leishmania (valores de CI50 de 5,4 µg/mL, 5,0 µg/mL, 8,5 µg/mL and 7,7 µg/mL em L. amazonensis, L. braziliensis, L. chagasi e L. major, respectivamente), sendo mais eficaz que o fármaco de referência miltefosina. Apesar do efeito citotóxico em macrófagos (valor de CC50 de 5,2 µg/mL), C. sylvestris exibiu uma forte inibição em formas amastigotas de L. braziliensis (valor de CI50 de 1,3 µg/mL). Mais estudos, incluindo fracionamento bio-guiado, serão realizados para identificar os compostos ativos.
Brasil; Casearia sylvestris; atividade leishmanicida; plantas medicinais; produtos naturais