Estrias e sulcos encontrados sobre três camadas decimétricas, estratigraficamente superpostas, de tilito de alojamento neopaleozóico do Subgrupo Itararé, na porção norte da Bacia do Paraná, foram formados por aração de clastos e, possivelmente, por protuberâncias de gelo, na base da geleira. Feições associadas indicam que a reologia do sedimento variou de rígido, durante o alojamento, a inconsolidado e deformável durante a aração. A baixa drenagem da água de degelo na interface geleira-substrato pode ter contribuído para reduzir a resistência do sedimento à deformação. A sucessão acima foi gerada provavelmente durante uma única fase glacial ou avanço de geleira sobre corpo de água marinho ou lacustre. Mudanças na dinâmica da geleira envolvendo fluxos lento e rápido corresponderam, respectivamente, a alternâncias entre deposição e erosão. O modelo proposto é análogo ao de complexos de till de alojamento do Pleistoceno do hemisfério do norte. O recuo da geleira foi provavelmente rápido, seguido pela deposição de lama acima da superfície estriada e sulcada superior, e progradação de ciclos de arenitos deltáicos durante a época pós-glacial.
estrias glaciais; sedimentos inconsolidados; Subgrupo Itararé; Neopaleozóico
