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Produção e qualidade da semente da gramínea Panicum racemosum Spreng. em um gradiente de dunas costeiras

A produção de sementes, polinização, características das sementes e a relação entre o número e peso de sementes foram examinadas em três populações de Panicum racemosum ao longo de um gradiente nas dunas costeiras no sul do Brasil. A produção de sementes foi pequena e decresceu ao longo do gradiente, diminuindo de 4,05 sementes por espiga nas dunas frontais para 1,8 sementes por espiga nas dunas mais estáveis. Entretanto não ocorreram diferenças na fertilidade entre as populações. Plantas cultivadas em casas de vegetação e que foram polinizadas cruzadamente mostraram um aumento na produção de sementes (41,4 sementes) em comparação com as plantas auto-polinizadas (nenhuma semente). As sementes variaram em relação à massa de 3,2 a 12,2 mg com uma média de 7,98 mg. Uma forte correlação negativa foi encontrada entre a massa individual das sementes e o número total de sementes por espiga nas sementes coletadas nas dunas frontais. As causas da baixa produção de sementes parecem ser principalmente devido à incompatibilidade do pólen na auto polinização e, devido à competição por nutrientes entre a reprodução sexuada e crescimento vegetativo. Em condições de deficiencia em nutrientes, provavelmente Panicum racemosum utiliza mais recursos em crescimento vegetativo e baixa produção de sementes, mas de boa qualidade. Isto, poderia permitir que as plântulas originadas destas sementes possam emergir de maiores profundidades na areia, terem maior crescimento e sobrevivência.


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