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Relações fenológicas entre duas galhas induzidas por insetos e suas plantas hospedeiras: Aspidosperma australe e A. spruceanum (Apocynaceae)

Embora a diversidade de galhas na região neotropical seja grande, poucos são os estudos fenológicos comparando a fenologia das espécies hospedeiras com aquela das galhas. O desenvolvimento de galhas geralmente requer alta sincronia fenológica entre os organismos associados. A relação entre a fenologia de duas galhas foliares induzidas por um Cecidomyiidae e Aspidosperma spruceanum Benth. ex Müell. Arg. e de uma espécie de Pseudophacopteron sp. e A. australe Müell. Arg. foram investigadas. O trabalho foi realizado em dez indivíduos de cada espécie em intervalos quinzenais, levando em consideração a percentagem de folhas galhadas. Durante um ano, foram observadas três fenofases distintas para as galhas foliares e quatro fenofases para a hospedeira. A maior percentagem de folhas galhadas em A. australe (80%) ocorreu após o pico de brotação, com uma boa correlação entre a brotação e a indução de novas galhas. Em A. spruceanum, a percentagem de folhas galhadas foi sempre acima de 50%, o que pode ser relacionado à contínua produção de folhas e indução das galhas nesta espécie. Em ambas as espécies, as galhas em desenvolvimento foram observadas durante todo o ano, indicando multivoltinismo. A capacidade de induzir galhas em tecidos jovens e maduros parece ser uma boa estratégia para a sobrevivência destes galhadores.

abundância de galhas; fenologia; interação inseto-planta; sincronismo


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