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Enfermagem - oral - 18/09/05

ENFERMAGEM - ORAL - 18/09/05

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Qualidade de vida em pacientes com doença multiarterial coronária sintomática: Estudo comparativo entre pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica com e sem circulação extracorpóre

Celia Regina S R Nogueira; Myrthes Emy Takiuti; Priscyla Girardi; Teryo Nakano; Jurema Palomo; Neuza Lopes; Aecio Flavio Teixeira de Gois; Ludhmila Abrahão Hajjar; Whady Hueb; Luiz Antonio Machado Cesar; Sergio Almeida de Oliveira; Jose Antonio Franchini Ramires

InCor - HCFMUSP São Paulo SP Brasil

INTRODUÇÃO: A Revascularização miocárdica (RM) é uma técnica amplamente utilizada para o tratamento de Doença Arterial Coronariana (DAC). Tem-se observado um aumento de RM sem circulação extracorpórea (CEC), mostrando potenciais benefícios conseqüentes à não utilização de CEC. A DAC por ser uma afecção ameaçadora, acarreta implicações emocionais importantes, interferindo na qualidade de vida (QoL) do indivíduo.

OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo estudar pacientes de maneira prospectiva, randomizada e controlada, encaminhados para RM com e sem CEC, com avaliação comparativa da QoL entre os dois grupos.

MATERIAL E MÉTODO: Foram randomizados 132 pacientes com doença multiaterial, angina estável, função ventricular preservada para cirurgia de RM, com indicação eletiva para o procedimento. Foram considerados como grupo 1 (com CEC, n= 65) e grupo 2 (sem CEC, n=67). Utilizaram-se instrumentos validados, utilizados no protocolo MASS II (Life Satisfaction Scale, SF 36, Questionário Complementar e Perfil Demográfico), que foram aplicados no pré, 6 e 12 meses após o procedimento cirúrgico.

RESULTADOS: 01/02 a 03/04, 124 pacientes (92 homens e 32 mulheres) foram incluídos no estudo, 70 sorteados para RM com CEC, e 54 sem CEC. Ambas cirurgias apresentaram melhora estatisticamente significante em todas as dimensões do SF-36 em todos os tempos avaliados (p< 0,0001). Existe uma melhora proporcional em ambos os grupos, independente do tipo de RM submetida, embora o grupo sem CEC ter iniciado com níveis piores no pré-tratamento (p<0.05). Portanto, a influência do tipo da técnica cirúrgica na variação dos escores médios foi semelhante e não significativo.

CONCLUSÃO: Ambas modalidades de cirurgia apresentaram uma melhora da QoL em todos os momentos analisados. Entretanto não houve influência do tipo de cirurgia submetida em relação a QoL na amostra estudada.

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Variabilidade eletrocardiográfica e mortalidade no infarto agudo do miocárdio

Emiliane Nogueira de Souza; Iran Castro; Letícia Rossi Bueno

Instituto Cardiologia RS/Fundação Universitária Cardiologia Porto Alegre RS BRASIL

FUNDAMENTO: O prognóstico após o infarto agudo do miocárdio (IAM) pode ser influenciado pelo aumento da atividade simpática, a qual está associada a maior mortalidade. Estudos apontam o eletrocardiograma (ECG) como um instrumento útil na detecção precoce de pacientes com risco para desenvolver arritmias.

OBJETIVO: verificar a associação entre variáveis eletrocardiográficas em repouso e mortalidade em pacientes com IAM.

MÉTODOS: Foram selecionados 61 pacientes com o diagnóstico de IAM, admitidos em um hospital de referência cardiológica, no período de janeiro de 1999 e dezembro de 2000, sendo que 22 pacientes evoluíram com óbito durante a internação hospitalar. Foram analisados os prontuários, onde consta a terapia de reperfusão utilizada: trombólise (39,4%), angioplastia coronariana (29,5%) e tratamento farmacológico conservador (31,1%), e um ECG da admissão – utilizado para o diagnostico do IAM de cada paciente. Os dados obtidos incluíram variáveis categóricas (sexo, presença de diabetes, hipertensão, dislipidemia, arritmias, insuficiência cardíaca, história de tabagismo, IAM prévio, localização do IAM) e variáveis contínuas (idade, freqüência cardíaca (FC), duração do complexo QRS e altura da onda R). A análise estatística for realizada no SPSS 11 for Windows, através de análise uni e multivariada.

RESULTADOS: Houve predomínio de pacientes do sexo masculino (68,9%), com idade média de 63,2 anos (63,2±12,3) e FC de 80 bpm (80±22,7). Dentre as variáveis eletrocardiográficas, a duração do complexo QRS > 0,12s (p<0,001) e a FC > 76,5 (p=0,003) sugere associação com mortalidade. O não uso de beta-bloqueadores (p=0,001) também esta associado ao desfecho. Em relação as demais variáveis, quando comparadas nos dois grupos, não houve diferença significativa.

CONCLUSÃO: Os achados deste estudo são compatíveis com os da literatura, a qual menciona a duração aumentada do complexo QRS como preditores para o desenvolvimento de arritmias e piores desfechos durante e após o IAM. Trata-se de uma ferramenta de custo mínimo que pode contribuir na identificação dos pacientes de alto risco no infarto agudo do miocárdio.

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Adesão ao tratamento de pacientes com doença arterial coronária sintomática com tratamento cirúrgico com circulação extracorpórea e sem circulação extracorpórea: seguimento 12 meses – MASS III

Teryo Nakano; Priscyla Girardi; Celia Regina S R Nogueira; Myrthes Emy Takiuti; Jurema Palomo; Ludhmila Abrahão Hajjar; Aecio Flavio Teixeira de Gois; Neuza Lopes; Whady Hueb; Luiz Antonio Machado Cesar; Sergio Almeida de Oliveira; Jose Antonio Franchini Ramires

InCor - HCFMUSP São Paulo SP BRASIL

INTRODUÇÃO: Uma as principais dificuldades na avaliação do sucesso do tratamento em patologias crônicas, tais como coronariopatia, é a adesão ao tratamento.

OBJETIVO: Avaliar a adesão ao Tratamento Clínico (TC) nos pacientes com Doença Arterial Coronáriana (DAC) submetidos a dois tipos de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) pertencentes ao MASS III, estudo randomizado e prospectivo com o objetivo de comparar CRM com e sem circulação extracorporea (CEC) em pacientes com DAC e função ventricular preservada.

MÉTODO: Dos 132 pacientes, 65 foram submetidos a CRM com CEC e 67 pacientes a cirurgia sem CEC. A adesão ao tratamento dos pacientes foi avaliada por meio de entrevistas no pré, 6 e 12 meses após.

RESULTADOS: Em relação aos nomes das medicações em uso antes da cirurgia, no grupo sem CEC 51,6% dos pacientes sabiam os nomes, versus 44,2% no grupo com CEC (p =0.45). Após 12 meses de tratamento, os pacientes do grupo com CEC sabiam mais que o grupo sem CEC, 76,3% vs 45% (p = 0.004). Em relação ao uso regular das medicações e assiduidade às consultas agendadas, não houve diferença entre os dois grupos. Pacientes do o sexo masculino sabiam melhor listar os nomes das medicações, tanto no início do tratamento como após a cirurgia (p =0.005), independente da opção cirúrgica de tratamento. Observou-se que os pacientes acima de 65 anos sabiam menos os nomes das medicações que os pacientes mais novos, em 12 meses após a cirurgia (p =0.007).

CONCLUSÃO: No grupo submetido a CRM com CEC, foi observada uma melhora significativa da adesão aos 12 meses de seguimento, persistindo até o primeiro ano. Além disso, o sexo masculino e pacientes menores de 65 anos apresentam melhor adesão ao tratamento independente do tipo de tratamento cirúrgico submetido.

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A retirada imediata da bainha com deambulação precoce é factível em intervenções coronárias realizadas por via femoral?

Andrea C. Augustin; Rogério Sarmento-Leite; Carlos A.M. Gottschall

Instituto de Cardiologia do RS/ FUC Porto Alegre RS BRASIL

FUNDAMENTO: Anticoagulantes e antiagregantes plaquetários são usados em intervenções coronárias percutâneas (ICP) estando associado a complicações hemorrágicas. Estratégias que avaliem segurança, conforto e diminuição do tempo de internação de pacientes submetidos a ICP por via femoral tem sido objeto de estudo.

OBJETIVO: Avaliar a efetividade da retirada imediata da bainha arterial com deambulação precoce após o término do procedimento.

DEFINIÇÃO: Estudo de caso controle com 76 pacientes submetidos a ICP via femoral com bainha 6 french em um hospital de cardiologia.

MATERIAL E MÉTODOS: Todos receberam uma dose padrão de 100 U/Kg de peso de heparina e o procedimento realizado por operadores experientes. Foram comparados pacientes com retirada imediata da bainha ou assim que o tempo de coagulação ativada (TCA) fosse inferior a 350 segundos, e deambulação em três horas (G1, n=38) e pacientes tratados convencionalmente com retirada da bainha 4 horas após termino do procedimento e deambulação em 6 horas após (G2, n=38). Sangramento arterial no sítio de punção, presença de hematomas e pseudoaneurismas e outras complicações cardiovasculares foram avaliadas por análises bivariadas através de testes "t" e "qui-quadrado". Considerou-se significativo um p < 0.05.

RESULTADOS: A maioria dos pacientes eram homens (55%) com idade de 59,4 ± 9,0 anos e IMC de 26,6 ± 4,7, com tempo de compressão manual de 23,3 ± 10,0 minutos. O tempo médio de TCA no momento da retirada da bainha ao final do procedimento foi de 379 ± 99 segundos. Observou-se apenas um episódio de sangramento arterial no G1 e não se verificaram hematomas significativos, pseudoaneurismas ou outras complicações em nenhum dos grupos.

CONCLUSÃO: Sugere-se que com uma compressão adequada e cuidadosa a retirada imediata da bainha com deambulação precoce seja uma estratégia segura e eficaz, proporcionando conforto ao paciente. Estudos maiores são necessários para avaliar o impacto deste benefício na redução de custos ao sistema de saúde

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Qualidade de vida em pacientes com doença multiarterial coronária sintomática: the medicine, angioplasty or surgery study (MASS II) - 48 meses de seguimento

Myrthes Emy Takiuti; Priscyla Girardi; Teryo Nakano; Celia Regina S R Nogueira; Jurema Palomo; Neuza Lopes; Aecio Flavio Teixeira de Gois; Ludhmila Abrahão Hajjar; Whady Armindo Hueb; Luiz Antonio Machado Cesar; Sergio Almeida de Oliveira; Jose Antonio Franchini Ramires

InCor - HCFMUSP São Paulo SP BRASIL

INTRODUÇÃO: Embora o tratamento por angioplastia coronária (PCI) e a cirurgia de revascularização miocárdica (CABG) sejam feitos rotineiramente, não há evidências conclusivas mostrando que estes métodos intervencionistas ofereçam maior benefício que o tratamento medicamentoso (MT) no que se refere à qualidade de vida.

OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo avaliar e comparar a qualidade de vida das três possíveis estratégias terapêuticas em pacientes que apresentam doença multiarterial coronária sintomática sem disfunção ventricular, prospectivamente acompanhados por um período de 48 meses.

MATERIAL E MÉTODO: Foram randomizados 611 pacientes para serem submetidos à CABG (203), a PCI (205) e a tratamento médico (203). A qualidade de vida (QoL) foi avaliada por meio de um questionário, Short Form Health Survey (SF 36), Os questionários foram no pré-tratamento, aos 6 meses, 12, 36 e 48 meses de seguimento após intervenção.

RESULTADOS: Todos os tratamentos ofereceram melhora da qualidade de vida aos 6 meses de seguimento quando comparados ao período inicial. (p<0.001). A melhora observada aos 6 meses persistiu em todos as três opções terapêuticas tanto aos 12, 24, 36 e 48 meses de evolução. Entretanto os pacientes do grupo médico foram os que apresentaram pior QoL quando comparados a PCI (p=0.05) ou CABG (p<0.05) em todos os períodos analisados, exceto para o aspecto emocional, mental e social.

CONCLUSÃO: Neste estudo, pacientes com doença arterial coronária sintomática e função ventricular preservada apresentaram melhora na qualidade de vida aos 6 meses após tratamento que persistiu até 48 meses de evolução. Entretanto, o tratamento intervencionista foi o que ofereceu a melhor qualidade de vida após 4 anos de seguimento quando comparado ao clínico.

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Qualidade do sono em pacientes com doença multiarterial coronariana sintomática: the medicine, angioplasty or surgery study (MASS III): 12 meses de seguimento

Celia Regina S R Nogueira; Teryo Nakano; Priscyla Girardi; Myrthes Emy Takiuti; Jurema Palomo; Aecio Flavio Teixeira de Gois; Ludhmila Abrahão Hajjar; Neuza Lopes; Luiz Antonio Machado Cesar; Whady Hueb; Sergio Almeida de Oliveira; Jose Antonio Franchini Ramires

InCor-HCFMUSP São Paulo SP BRASIL

INTRODUÇÃO: Sabe-se que o impacto psicosocial da doença coronária e do tratamento cirúrgico nos pacientes acometidos pela doença é considerável, e há relatos que as mulheres teriam mais repercussão negativa quando submetidas a cirurgia de revascularização quando comparados aos homens.

OBJETIVO: Avaliar a qualidade do sono em pacientes que foram submetidos a revascularização miocárdica com e sem circulação extracorpórea (CEC).

MÉTODO: Foram randomizados 132 pacientes que foram acompanhados prospectivamente por um ano. Destes, 65 foram submetidos a revascularização miocárdica com CEC e 67 sem CEC. Avaliou-se a qualidade do sono por meio de um questionário próprio que inferiu a necessidade do uso de medicação para dormir, a percepção da qualidade do sono e a interferência do problema cardíaco no sono. A entrevista foi aplicada antes da cirurgia, 3 meses de seguimento e 1 ano após o procedimento cirúrgico.

RESULTADOS: Não houve diferença significante entre os grupos submetidos à RM com ou sem CEC em relação à qualidade do sono. Entretanto, quando a análise foi estratificada por sexo dos pacientes, observamos que o sexo feminino reclamou mais na qualidade do sono nas últimas quatro semanas (p=0.046) como também da interferência do problema cardíaco na qualidade do sono, independente do tipo de cirurgia submetido (p= 0,002).

CONCLUSÃO: Não existe diferença na qualidade do sono em relação ao tipo de cirurgia randomizada, com ou sem CEC. Entretanto, o sexo feminino é o que mais apresenta comprometimento do sono na nossa amostra estudada.

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Fatores associados ao menor intervalo de tempo Porta-ECG no atendimento inicial da síndrome coronariana aguda

Vancini CR; Silva KR; Höfling C; Pisoni IC; Granitoff N

Universidade Federal de São Paulo/Hospital São Paulo São Paulo SP BRASIL

INTRODUÇÃO: O tempo é considerado um fator determinante de melhores resultados no tratamento da Síndrome Coronariana Aguda (SCA), podendo ser quantificado desde o início dos sintomas até o tratamento definitivo.

OBJETIVOS: Quantificar o intervalo de tempo Porta-ECG em um Pronto-Socorro Geral e relacionar esse intervalo com as variáveis clínicas, fatores de risco para coronariopatia e diagnóstico final.

MÉTODO: Estudo transversal e descritivo, realizado entre agosto e outubro /2004. Foram incluídos 89 pacientes adultos, com idade média de 61,4±14,8 anos. Empregou-se o teste do Qui-quadrado e o exato de Fisher, comparando a mediana com o intervalo de tempo Porta-ECG em relação à sintomatologia, fatores de risco e diagnóstico final, considerando-se como significantes os valores de p < 0,05.

RESULTADOS: O tempo Porta-ECG variou de um a 150 minutos (média = 28,4±30,6). Intervalo de tempo acima de 10 minutos esteve presente em 69,7% dos pacientes. Os sinais e sintomas mais freqüentes foram: dor torácica localizada (50%), dor torácica irradiada (24,7%), dispnéia (24,7%) e náuseas (22,4%). Os fatores de risco foram: HAS (78,6%), dislipidemia (30,3%), tabagismo (28%) e DM (26,9%), sendo que destes 22,4% tiveram IAM prévio e 2,2% Angina instável. Os diagnósticos finais foram: IAM sem SST (16,8%), IAM com SST (5,6%) e AI (1%). Foi encontrada associação estatisticamente significante entre a presença de dor torácica localizada (p=0,006) e menor intervalo de tempo Porta-ECG e entre o fator de risco hereditariedade (p=0,036) que esteve relacionado a um maior intervalo de tempo Porta-ECG.

CONCLUSÃO: A mediana do intervalo de tempo Porta-ECG foi de 20 minutos, sendo que 69% dos pacientes apresentaram intervalo de tempo superior a 10 minutos. O único fator que favoreceu a realização do ECG com menor intervalo de tempo foi a presença de dor torácica localizada. Desse modo, torna-se necessário o treinamento da equipe de saúde, visando agilizar a realização do primeiro ECG no atendimento inicial da SCA.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Dez 2005
  • Data do Fascículo
    Set 2005
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