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Mobilização de células progenitoras endoteliais com o exercício em sadios: uma revisão sistemática

Resumos

O exercício físico mobiliza Células Progenitoras Endoteliais (CPE) para o sangue periférico. Entretanto, esse efeito parece depender de características do exercício, como duração e intensidade. O objetivo do presente trabalho foi verificar, por meio de revisão sistemática, o impacto de uma única sessão de exercício aeróbico sobre a mobilização de CPE em indivíduos sadios e os potenciais mecanismos envolvidos. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados eletrônicas SciELO, LILACS, Cochrane, ClinicalTrials.gov, SPORTDiscus e Medline, em maio de 2011. Dos 178 estudos inicialmente identificados, 12 atenderam aos critérios de inclusão e foram classificados quanto à qualidade mediante critérios da escala PEDro. A magnitude e a duração da resposta de mobilização das CPE foram maiores após a realização de exercícios de longa/ultralonga duração e estão correlacionadas com níveis plasmáticos de fator de crescimento endotélio vascular (VEGF). O pico de mobilização dessas células em resposta a uma sessão de exercício máximo ou submáximo, com duração de até uma hora, ocorre no período imediatamente após o esforço até uma hora após sua interrupção. Um possível mecanismo é a biodisponibilidade do Óxido Nítrico (NO). A idade dos indivíduos e a intensidade do exercício parecem interferir na resposta de mobilização das CPE. Exercícios de longa/ultralonga duração promovem mobilização mais acentuada das CPE quando comparados a exercícios máximos ou submáximos. Os mecanismos envolvem a liberação do VEGF em exercícios de longa/ultralonga duração e a biodisponibilidade de NO em exercícios máximo e submáximo com até uma hora de duração.

Exercício; células progenitoras endoteliais; mobilização de células


El ejercicio físico moviliza Células Progenitoras Endoteliales (CPE) hacia la sangre periférica. Entre tanto, ese efecto parece depender de características del ejercicio, como duración e intensidad. El objetivo de este estudio fue verificar, por medio de revisión sistemática, el impacto de una única sesión de ejercicio aeróbico sobre la Movilización de CPE en individuos sanos y los potenciales mecanismos envueltos. La búsqueda bibliográfica fue realizada en las bases de datos electrónicas SciELO, LILACS, Cochrane, ClinicalTrials.gov, SPORTDiscus y Medline, en mayo de 2011. De los 178 estudios inicialmente identificados, 12 respondieron a los criterios de inclusión y fueron clasificados en cuanto a la calidad mediante criterios de la escala PEDro. La magnitud y la duración de la respuesta de Movilización de las CPE fueron mayores después de la realización de ejercicios de larga/ultra larga duración y están correlacionadas con niveles plasmáticos de factor de crecimiento endotelio vascular (VEGF). El pico de Movilización de esas células en respuesta a una sesión de ejercicio máximo o submáximo, con duración de hasta una hora, ocurre en el período inmediatamente después del esfuerzo y hasta una hora después de su interrupción. Un posible mecanismo es la biodisponibilidad del Óxido Nítrico (NO). La edad de los individuos y la intensidad del ejercicio parecen interferir en la respuesta de Movilización de las CPE. Ejercicios de larga/ultra larga duración promueven Movilización más acentuada de las CPE cuando son comparados a ejercicios máximos o submáximos. Los mecanismos envuelven la liberación del VEGF en ejercicios de larga/ultra larga duración y la biodisponibilidad de NO en ejercicios máximo y submáximo con hasta una hora de duración.

Ejercicio; células progenitoras endoteliales; movilización de células


Physical exercise mobilizes endothelial progenitor cells (EPCs) to peripheral blood. However, this effect seems to depend on exercise characteristics, such as duration and intensity. The aim of this systematic review was to verify the impact of a single bout of aerobic exercise on the mobilization of EPCs in healthy individuals, and the potential mechanisms involved. The bibliographic search was conducted on the following electronic databases in May 2011: SciELO, LILACS, Cochrane, ClinicalTrials.gov, SPORTDiscus and Medline. Of the 178 articles initially identified, 12 met the inclusion criteria and were classified regarding quality according to the PEDro scale. The magnitude and duration of the EPC mobilization response were higher after long/ultralong duration exercises, and they are correlated with vascular endothelial growth factor (VEGF) plasma levels. The EPC mobilization peak in response to a maximal or submaximal single bout of exercise lasting up to one hour occurs immediately after the exercise or within the first hour after it. One possible mechanism is nitric oxide (NO) bioavailability. The individuals' age and exercise intensity seem to interfere with the EPC mobilization response. Long/ultralong duration exercises promote more pronounced EPC mobilization as compared with maximal or submaximal exercises. The mechanisms involve VEGF release in long/ultralong duration exercises and NO bioavailability in maximal or submaximal exercises lasting less than one hour.

Exercise; endothelial progenitor cells; cell mobilization


ARTIGO DE REVISÃO

Mobilização de células progenitoras endoteliais com o exercício em sadios: uma revisão sistemática

Jemima Fuentes Ribeiro da SilvaI; Natália Galito RochaI; Antonio Claudio Lucas da NóbregaI,II

IPrograma de Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares - Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil

IIDepartamento de Fisiologia e Farmacologia - Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil

Correspondência Correspondência: Antonio Claudio Lucas da Nóbrega Laboratório de Ciências do Exercício - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense Rua Professor Hernani Pires de Melo, 101 - Sala 106 24210-130, Niterói, RJ, Brasil E-mail: anobrega@id.uff.br

RESUMO

O exercício físico mobiliza Células Progenitoras Endoteliais (CPE) para o sangue periférico. Entretanto, esse efeito parece depender de características do exercício, como duração e intensidade.

O objetivo do presente trabalho foi verificar, por meio de revisão sistemática, o impacto de uma única sessão de exercício aeróbico sobre a mobilização de CPE em indivíduos sadios e os potenciais mecanismos envolvidos.

A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados eletrônicas SciELO, LILACS, Cochrane, ClinicalTrials.gov, SPORTDiscus e Medline, em maio de 2011. Dos 178 estudos inicialmente identificados, 12 atenderam aos critérios de inclusão e foram classificados quanto à qualidade mediante critérios da escala PEDro.

A magnitude e a duração da resposta de mobilização das CPE foram maiores após a realização de exercícios de longa/ultralonga duração e estão correlacionadas com níveis plasmáticos de fator de crescimento endotélio vascular (VEGF). O pico de mobilização dessas células em resposta a uma sessão de exercício máximo ou submáximo, com duração de até uma hora, ocorre no período imediatamente após o esforço até uma hora após sua interrupção. Um possível mecanismo é a biodisponibilidade do Óxido Nítrico (NO). A idade dos indivíduos e a intensidade do exercício parecem interferir na resposta de mobilização das CPE.

Exercícios de longa/ultralonga duração promovem mobilização mais acentuada das CPE quando comparados a exercícios máximos ou submáximos. Os mecanismos envolvem a liberação do VEGF em exercícios de longa/ultralonga duração e a biodisponibilidade de NO em exercícios máximo e submáximo com até uma hora de duração.

Palavras-chave: Exercício, células progenitoras endoteliais, mobilização de células.

Introdução

As Células Progenitoras Endoteliais (CPE), descritas em 1997 por Asahara e cols.1, constituem uma população heterogênea de células circulantes no sangue periférico1 cuja origem encontra-se em múltiplos precursores, incluindo hemangioblastos1, precursores não hematopoiéticos, células monocíticas2 ou células-tronco residentes nos tecidos3. Essas células desempenham importante função no reparo vascular e na formação de novos vasos em razão de sua capacidade de proliferar, migrar, se diferenciar in vivo e in vitro em células endoteliais1, bem como incorporar-se ao endotélio preexistente2,4. Por isso, apresentam, fenotipicamente, tanto características morfofuncionais de células hematopoiéticas quanto de células endoteliais maduras5.

As CPE são raras, representando cerca de 0,01% a 0,0001% da fração mononuclear no sangue periférico6. Entretanto, diversos estímulos são capazes de mobilizá-las da medula óssea, elevando-as temporariamente na circulação periférica, e dentre esses estímulos destaca-se o exercício físico7-9. Uma vez na circulação periférica, as CPE secretam fatores pró-angiogênicos, como o fator de crescimento de endotélio vascular (VEGF)10 e o fator estimulante de colônia de granulócitos (G-CSF)11, capazes de estimular paracrinamente os processos de neovasculogênese e angiogênese1.

A prática regular de exercícios físicos contribui para a redução de cerca de 30% da mortalidade por doenças cardiovasculares12. Como a diminuição de fatores de risco cardiometabólico clássicos como hiperlipidemia, hipertensão e resistência a insulina explica apenas aproximadamente 40% da redução da mortalidade induzida por exercícios13, variáveis relacionadas diretamente ao endotélio poderiam ajudar a explicar por que e como os exercícios físicos previnem, diminuem a progressão e reduzem a mortalidade decorrente da presença de doenças cardiovasculares14.

Um dos possíveis mecanismos envolvidos nesse processo é a mobilização de CPE para o sangue periférico9. Contudo, diferentes tipos, durações e intensidades de exercício podem promover distintas respostas e, consequentemente, alterar a biodisponibilidade e funcionalidade das CPE. Assim, revisamos de forma sistemática o impacto de uma sessão de exercício aeróbico na mobilização de CPE em indivíduos sadios e os possíveis mecanismos envolvidos nesse processo.

Métodos

Seleção dos estudos

A busca bibliográfica foi realizada no mês de maio de 2011, por dois avaliadores independentes (JFRS e NGR) por meio das bases de dados eletrônicas SciELO, Cochrane, LILACS, ClinicalTrials.gov, SPORTDiscus e Medline. Os trabalhos foram consultados utilizando todos ou parte dos descritores identificados a seguir em inglês e sua correspondência em português: ("endothelial progenitor" OR CD34+KDR+ OR CD34+VEGFR2+ OR sca-1_flk-1 OR CD133+VEGFR2+ OR CD133+KDR+ OR AC133+VEGFR2+ OR AC133+KDR+ OR "circulating angiogenic cells" OR "blood derived progenitor cells" OR "circulating progenitor") AND (exercise OR "aerobic fitness" OR training OR "physical activity" OR "physical fitness" OR "sports activities" OR "sports medicine" OR marathon OR athletes OR cyclists OR runners OR ergometer OR endurance OR treadmill).

Foram identificados 178 estudos em todas as bases de dados eletrônicas. Após aplicação dos termos NOT disease e NOT review à busca, foram selecionados 56 estudos na base Medline, quatro na base ClinicalTrials.gov, dois na base SciELO, dois na base Cochrane, um na base SPORTDiscus e nenhum na base LILACS. Desses, dois estudos foram encontrados em duas bases de dados distintas (Medline e Cochrane), e um estudo foi encontrado em três bases de dados distintas (Medline, ClinicalTrials.gov e SPORTDiscus).

Mediante uma análise manual, foram excluídos estudos cujos participantes fossem crianças ou adolescentes (n = 02); acometidos por doença, inflamação, alteração metabólica ou fizessem uso de drogas (n = 27); estudos que não avaliassem a intervenção ou o desfecho de interesse, ou seja, a intervenção não fosse uma sessão única de exercício físico ou a população celular analisada não correspondesse ao perfil de CPE, conforme critérios de inclusão (n = 19); e estudo de revisão (n = 01) (Figura 1).


Quando o título e o abstract (resumo) da publicação sugeriam que o estudo fosse potencialmente elegível para a inclusão, uma cópia do texto completo era obtida e o estudo era classificado mediante a aplicação de cinco critérios de inclusão: 1. Ano de publicação: a partir de 1997, data da primeira publicação sobre CPE; 2. Delineamento dos estudos: coorte, transversais, ensaios clínicos, ensaios clínicos controlados e ensaios clínicos controlados randomizados; 3. População do estudo: adultos saudáveis (humanos ou animais); 4. Intervenção: uma sessão de exercício físico aeróbico; e 5. Desfecho de interesse: avaliação quantitativa das CPE, caracterizadas como positivas para CD133 (AC133) ou CD34 (sca-1) e VEGFR2 (KDR ou flk-1), ou unidades formadoras de colônia de célula endotelial (UFC-CE)15.

A qualidade dos estudos foi avaliada por meio da escala PEDro16, na qual estudos com um escore maior ou igual a quatro são classificados como de alta qualidade. Os critérios adotados foram: 1. Critérios de inclusão bem definidos; 2. Alocação aleatória entre os grupos; 3. Descrição das características demográficas e o tamanho da amostra (> 8 indivíduos); 4. Cego (os participantes ou os avaliadores ou as análises de resultados foram feitos de forma cega); 5. Método suficiente (quando o protocolo de exercício foi descrito detalhadamente ou a análise celular foi realizada por pelo menos um método quantitativo ou qualitativo); 6. Mensurações (foram obtidas em mais de 85% dos indivíduos inicialmente alocados nos grupos para pelo menos um resultado-chave); 7. Análise estatística (foi descrito, ao menos, um resultado das comparações estatísticas entre grupos ou entre momentos); 8. Análise de regressão (para avaliar a associação entre as variáveis intervenção e desfecho) (Tabela 1).

Extração dos dados

Foram extraídos os seguintes dados de cada publicação: o nome do primeiro autor e o ano de publicação; os dados da população/demografia/tamanho da amostra; o momento de obtenção da amostra de sangue; as variáveis estudadas e o método pelo qual foram analisadas; o protocolo, a intensidade e o volume do exercício; e os resultados do estudo, com a correlação entre intervenção e desfecho.

Características dos participantes

O nível de treinamento dos participantes variou desde indivíduos denominados como não ativos ou sedentários17,18 até atletas que terminaram uma corrida de 246 km em até 36 horas19. Por essa razão, na presente revisão sistemática foi elaborada uma classificação baseada no volume de treinamento dos participantes de todos os estudos a fim de padronizar e qualificar os indivíduos em somente três níveis de condição física: Grupo sedentário, participantes cujo volume de treinamento aeróbio era inferior ou igual a uma vez por semana, com sessões de 20 minutos cada; Grupo ativo, praticantes de exercício aeróbio duas a três vezes por semana, com sessões de 20 minutos cada; Grupo treinado, participantes cujo volume de treinamento aeróbio era superior ou igual a quatro vezes por semana, com sessões de 30 minutos cada.

Características do exercício

A resposta das CPE ao exercício pode variar de acordo com o tipo de protocolo utilizado7,8,20. Por isso, foram extraídos de cada estudo os dados referentes a intensidade, volume, duração e frequência de exercício físico utilizado, informações sobre valores percentuais da frequência cardíaca máxima, do consumo de oxigênio (VO2) máximo ou do limiar anaeróbio dos participantes, bem como a descrição dos autores sobre o protocolo de exercício utilizado, possibilitando a classificação dos exercícios em três categorias: 1. Exercício de longa/ultralonga duração (meia-maratona, maratona ou ultramaratona); 2. Exercício de intensidade máxima, normalmente de caráter progressivo atingindo o máximo do esforço e/ou VO2 máximo em torno de 5 a 20 minutos. São exemplos típicos o teste ergométrico convencional ou o teste cardiopulmonar de exercício (TCPE); e 3. Exercício de intensidade submáxima, normalmente utilizando como referência o percentual do limiar anaeróbio e/ou VO2 máximo e com duração máxima de uma hora. No presente estudo, a intensidade do exercício variou entre 80% e 100% do limiar anaeróbio ou superior a 75% do VO2 máximo.

Resultados

Os 12 estudos incluídos foram classificados como de alta qualidade. Desses, sete eram do tipo transversal; quatro, do tipo longitudinal; e um, com ambos os delineamentos. Em todos os estudos incluídos, os procedimentos metodológicos adotados no dimensionamento e na seleção da amostra, as mensurações das variáveis e os aspectos éticos foram suficientemente descritos. A composição das amostras (total de 286 participantes) variou quanto à faixa etária, de 18 a 80 anos, e à condição física, de sedentários a treinados (Tabela 1).

A maioria dos estudos relatou efeitos significativos do exercício de diferentes características sobre a mobilização de CPE para o sangue periférico. No entanto, o volume de treinamento ou condição física do participante não influenciou o número de CPE no momento pré-exercício17,18,21. Além disso, após uma sessão única de exercício submáximo, o número de CPE aumentou na circulação de participantes com maior volume de treinamento17, sugerindo a necessidade de um estímulo agudo perturbador no organismo para a mobilização das células progenitoras endoteliais.

Nas tabelas 2a-2c são apresentadas informações específicas sobre os estudos incluídos e ordenados como: 1. Exercício de longa/ultralonga duração (n = 4 estudos, tab. 2a); 2. Exercício de intensidade máxima (n = 4 estudos, tab. 2b); 3. Exercício de intensidade submáxima (n = 5 estudos, tab. 2c).

Exercício de longa/ultralonga duração

O aumento no número de células CD34+/KDR+ ou de UFC-CE após um exercício de longa/ultralonga duração (maratona/corrida de ultradistância) foi observado em três dos quatro estudos avaliados (tab. 2a). Nos estudos analisados, ocorreu elevação dos marcadores inflamatórios após o exercício, com destaque para a interleucina-6 8,19,22.

Em indivíduos treinados, o número de células CD34+/KDR+ aumentou, aproximadamente, duas vezes ao final de uma maratona (P < 0,005), enquanto o número de Células Angiogênicas Circulantes (CAC) aumentou, aproximadamente, três vezes (8,5 ± 1,9 vs. 30,2 ± 4,6 células/1x106 mononucleares; p < 0,0001), com retorno aos níveis basais na manhã do dia seguinte8 (10,9 ± 1,8 células/1x106 mononucleares). Também em homens treinados, o número de UFC-CE aumentou em torno de 11 vezes (44,5 ± 2,5 vs. 494,5 ± 27,9/mL) após o término de uma corrida de ultradistância (246 km) em até 36 horas, mantendo os níveis elevados até 48 horas (428,5 ± 31,5/mL; p < 0,0001) após o término da corrida19. Por sua vez, ainda em corredores treinados, o número de células CD34+/VEGFR2+ não se alterou após uma maratona7 (117,0 ± 8,0 vs. 128,0 ± 9,0 células/mL; p = 0,33). Uma sessão de exercício em cicloergômetro a 70% do limiar anaeróbio revelou aumento de 5,5 vezes para as células CD34+/KDR+ (p < 0,001) e de 3,5 vezes para as células CD133+/KDR+ a partir de 210 minutos de exercício (p < 0,001) de forma tempo dependente, com retorno aos níveis basais após 24 horas22. Os níveis de VEGF-C aumentaram no dia seguinte a uma maratona e foram maiores do que no exercício máximo (p < 0,05)8. Após 10 minutos de exercício em cicloergômetro22, os níveis plasmáticos de VEGF mostraram aumento máximo de 1,9 vez (79,8 ± 15,4 pg/mL vs. 132,6 ± 32,1 pg/mL; p < 0,05), apresentando correlação significativa com o número de células CD133+/KDR+ (r = 0,67; p =0,0045)22. Entretanto, Adams e cols.7 mostraram diminuição dos níveis plasmáticos de VEGF após a maratona (48,9 ± 8,0 vs. 34,0 ± 7,5 pg/mL; p < 0,05), porém sem correlação com o número de células CD34+/VEGFR2+.

Exercício de intensidade máxima

Quatro estudos avaliaram o efeito de uma sessão única de exercício máximo no número de CPE8,21,23,24 (tab. 2b).

No estudo de Yang e cols.24 houve aumento significativo de células CD34+/KDR+ (p < 0,05) e de células lectina UEA1-FITC+/Dil-acLDL+ (p < 0,05) nos 30 minutos após a realização de um TCPE em esteira. Em indivíduos treinados, as células CD34+/KDR+ aumentaram três vezes (p < 0,01) após o término de uma corrida de 1.500 m8. Os níveis de CAC também aumentaram significativamente após a corrida de 1.500 m8 (p < 0,005). Resultados semelhantes foram mostrados por Van Craenenbroeck e cols.23, que revelaram aumento de 76% das células CD34+/KDR+ em jovens com idades de 24 ± 1 anos (15,4 ± 10,7 vs. 27,2 ± 13,7 células/mL; p = 0,01) e aumento de 69% em adultos com idades de 36 ± 9 anos (30,9 ± 14,6 vs. 52,5 ± 42,6 células/mL; p = 0,03); entretanto, não ocorreu mudança significativa no percentual de UFC-CE (11,9 ± 10,9 vs. 9,0 ± 8,3 UFC-CE; p = 0,2). Somente no estudo de Thijssen e cols.21 não houve mudança no número de CPE após TCPE entre jovens e idosos treinados e sedentários (p > 0,05).

Na maioria dos estudos não houve mudança significativa nos níveis plasmáticos de VEGF após sessão única de exercício máximo21,23,24, porém no estudo de Bonsignore e cols.8, os níveis plasmáticos de VEGF-C (7,3 ± 1,8 vs. 8,8 ± 1,7 pg/mL; p < 0,001) aumentaram após uma corrida de 1.500 m (tab. 2b).

O aumento dos níveis plasmáticos de Óxido Nítrico (NO) foi observado 30 minutos após a realização de um TCPE em esteira pelo estudo de Yang e cols.24 (p < 0,05). Além disso, a análise por regressão linear revelou correlação positiva (r = 0,70; P < 0,05) entre o aumento de CPE e os níveis de NO24.

Exercício de intensidade submáxima com duração menor que uma hora

Dos cinco trabalhos17,18,25-27 que avaliaram o efeito de uma sessão de exercício submáximo sobre o número de CPE ou de UFC-CE (tab. 2c), três estudos17,18,27 utilizaram um protocolo baseado em uma corrida em pista de 400 m ou em esteira com 30 minutos de duração e intensidade de exercício entre 68% e 82% do VO2 máximo, aproximadamente.

Apesar de Lockard e cols.18 não terem encontrado alteração no número de células CD34+/VEGFR2+ (p > 0,05) e nas UFC-CE (p > 0,05) após 30 minutos de exercício com intensidade de 75 ± 5% do VO2 máximo, a maioria dos estudos não parece corroborar esse achado. Jenkins e cols.17 mostraram que, em homens treinados, as UFC-CE aumentaram significativamente após 30 minutos de exercício submáximo (p = 0,02). O exercício moderado ou intenso (80% e 100% do limiar anaeróbico, respectivamente) de mesma duração aumentou o número de CPE circulantes (CD34+/VEGFR2+ e lectina UEA 1-FITC+/Dil-acLDL+) com pico de resposta entre 10 e 30 minutos após o término da sessão do exercício (p < 0,01). As UFC-CE também aumentaram após 30 minutos de corrida de alta intensidade27 (p < 0,05). Além disso, uma sessão de exercício em cicloergômetro, com duração de 30 minutos a 80% do limiar anaeróbico26, provocou o aumento do número de células CD34+/KDR+ e CD133+/CD34+/KDR+ em indivíduos caucasianos europeus (85,4 ± 1,3% e 73,9 ± 9,1%; respectivamente), bem como em asiáticos (53,2 ± 6,9% e 48,3 ± 8,8%; respectivamente) 20 minutos após o término da sessão. Em outro estudo25, uma sessão única de spinning, com duração média de 44,3 ± 3,4 minutos e uma frequência cardíaca que variou entre 77%-95% da frequência cardíaca máxima, foi capaz de dobrar o número de colônias de célula endotelial de crescimento tardio, outro tipo de colônias de CPE. Além disso, os níveis de VEGF apresentaram correlação significativa com o número de colônias de célula endotelial de crescimento tardio (r = 0,903)25. Os efeitos da sessão única de spinning diminuíram ao longo do tempo com retorno aos níveis basais após 48 horas.

Em homens treinados, o exercício reduziu, agudamente, os níveis de RNA mensageiro (RNAm) da NADPH oxidase (gp91phox) em UFC-CE17 (p = 0,02). Em homens ativos, houve aumento da produção de NO intracelular (p = 0,004) e redução da expressão da subunidade p47phox da NADPH oxidase (P < 0,05), mas sem diferença para outros marcadores de estresse oxidativo17 (p > 0,05). A infusão de L-NMMA, um inibidor da enzima óxido nítrico sintase (eNOS), reduziu o número de CPE (CD34+/KDR+: -3,3% vs. 68,4%; p < 0,001; CD133+/CD34+/KDR+: 0,7% vs. 71,4%; p < 0,001). Além disso, uma análise por regressão linear mostrou uma correlação positiva entre a vasodilatação mediada pelo fluxo e as células CD34+/KDR+ (r = 0,41; p = 0,02) e CD133+/CD34+/KDR+ (r = 0,39; p < 0,04)26.

Discussão

Recentes trabalhos15,24 demonstraram que a melhora da função endotelial induzida pelo exercício se deve, em parte, pela mobilização de CPE para a circulação periférica, onde atuam nos processos de neovascularização e de reparo endotelial15. Por essa razão, o exercício físico é um importante método para promover a saúde do sistema cardiovascular, tanto em indivíduos saudáveis28 quanto em indivíduos com fatores de risco cardiovascular29,30.

Exercício de longa/ultralonga duração

As maratonas, meia-maratonas e corridas de ultradistância são modelos de inflamação induzida que estimulam o aumento dos níveis circulantes de mediadores pró e anti-inflamatórios31, promovendo a liberação, a migração e a diferenciação das células-tronco da medula óssea32. Esse tipo de exercício também aumenta os níveis plasmáticos de citocinas e de marcadores de ativação endotelial, oferecendo uma oportunidade de se avaliar os mecanismos fisiológicos relacionados ao reparo vascular, antes que um dano tecidual irreversível tenha ocorrido33.

Os resultados mostraram que os exercícios de longa/ultralonga duração aumentam significativamente a concentração de células progenitoras, especialmente as endoteliais, e de leucócitos8,19,22. Os níveis plasmáticos de interleucina-6 mostraram-se elevados durante e após exercício de longa/ultralonga duração, evidenciando o seu caráter inflamatório8,19.

Ainda nesse contexto, os maiores níveis plasmáticos de VEGF foram verificados após esse tipo de exercício. Acredita-se que os níveis elevados desse fator estejam associados à presença de hipóxia nos tecidos nessas condições, o que favoreceria o estímulo de mobilização das CPE e o reparo endotelial. Portanto, esse aumento de VEGF parece demonstrar um mecanismo de adaptação fisiológica ao exercício de longa/ultralonga duração, e sugere que haja uma correlação positiva entre a intensidade do exercício e a liberação de fatores de crescimento8.

A duração do exercício, por sua vez, parece estar associada à permanência dos efeitos do mesmo sobre as CPE. Protocolos de exercício com aspecto extremo19 apresentaram respostas mais duradouras (até 48 horas após o término da sessão de exercício) do que maratonas (até 24 horas após o término da sessão de exercício)8.

Finalmente, acredita-se que a diferença de idade entre as populações dos estudos analisados possa explicar os resultados contraditórios obtidos, uma vez que a idade influencia o número e a funcionalidade das CPE34.

Exercício de intensidade máxima

Os exercícios de intensidade máxima são caracterizados por um grande aumento no estresse de cisalhamento vascular35, o qual pode ser considerado um efeito subagudo do exercício físico28. A maioria dos resultados mostrou que uma única sessão de exercício máximo parece aumentar o número de CPE8,23,24, os níveis de NO plasmático24, bem como os níveis plasmáticos do VEGF-C8. Entretanto, uma correlação positiva foi encontrada apenas entre o aumento de CPE e os níveis de NO24. Além disso, a magnitude do incremento utilizado nos protocolos de exercícios parece contribuir para resultados mais significativos24.

Alguns estudos que utilizaram condições semelhantes de exercício e perfil populacional21,23,24 mostraram resultados muito diferentes para o número de CPE na condição basal. Ao menos parte dessa heterogeneidade decorre da ausência de um protocolo padronizado para a quantificação, identificação e análise das CPE. Por essa razão, torna-se difícil comparar e consolidar os resultados dos diferentes estudos, sendo esse o maior desafio metodológico no avanço do conhecimento nessa área.

Exercício de intensidade submáxima com duração menor que uma hora

Sessões de exercício de intensidade submáxima correspondem a sessões sucessivas que compõem o treinamento; portanto, o estudo das respostas fisiológicas a esse tipo de exercício pode contribuir para a compreensão do processo global de adaptação endotelial ao treinamento físico36.

Em jovens, o exercício de intensidade submáxima promoveu aumento significativo das UFC-CE, das CPE ou de colônias de célula endotelial de crescimento tardio. Além disso, verificou-se que os níveis de CPE circulantes não variaram em resposta a um exercício de maior intensidade e mesma duração27. Entretanto, um protocolo fatigante, que combina intensidade submáxima e maior duração (cerca de uma hora de duração), documentou um efeito mais duradouro do exercício sobre as CPE, sendo observado até 48 horas após o término da sessão. Além disso, esse protocolo se correlacionou fortemente com os níveis plasmáticos de VEGF (r = 0,903)25.

Em razão da grande variabilidade interindividual encontrada, não foram verificadas diferenças significativas no número de CPE ou de UFC-CE após exercício, em atletas idosos18.

Quanto à influência da condição física sobre as CPE, os estudos são controversos. Jovens treinados17 mostraram aumento significativo de UFC-CE. No entanto, o aumento de células CD34+/KDR+ ou CD34+/VEGFR2+ foi observado tanto em indivíduos sedentários26 quanto em indivíduos treinados27.

O principal mecanismo envolvido na mobilização das CPE após a realização de exercício submáximo parece estar associado à biodisponibilidade de NO. Em homens ativos, o exercício promoveu uma diminuição da expressão da NADPH oxidase, importante fator causador de estresse oxidativo no sistema cardiovascular e um aumento dos níveis de NO intracelular nas UFC-CE17. Em indivíduos sedentários, o exercício promoveu redução significativa da mobilização de células CD34+/VEGFR2+ após o bloqueio da eNOS por infusão com L-NMMA26. Esses dados sugerem que a NADPH oxidase pode ser um dos mecanismos envolvidos na inibição da produção de NO intracelular nas UFC-CE17.

Até o momento, alguns estudos9,26,35 têm demonstrado um dos possíveis mecanismos pelo qual a produção de NO induzida agudamente pelo exercício contribui para o aumento de CPE. Nesses estudos, os autores propõem que o exercício promova aumento do estresse de cisalhamento no endotélio, elevando os níveis de cálcio intracelular e, consequentemente, ativando a eNOS. A ativação dessa enzima, por sua vez, promove o aumento do NO, a ativação da metaloproteinase 9 e a liberação do ligante Kit solúvel, sendo esse crucial para a mobilização de CPE da medula óssea para a circulação periférica26.

Apesar do fato de que um tecido isquêmico é por definição um tecido patológico e, por essa razão, está ausente em indivíduos saudáveis, os exercícios de longa e ultralonga duração são modelos de isquemia fisiológica, pois provocam mudanças no metabolismo glicolítico anaeróbio, além de gerar estresse oxidativo23. As espécies reativas do oxigênio são essenciais para a hipóxia37. O fator induzido por hipóxia-1 é ativado após sessões únicas de exercício38, estimulando a expressão gênica de importantes moléculas mobilizadoras de CPE, como o VEGF10. Na presença de VEGF ocorre a ativação da eNOS, o aumento do NO e, assim, a mobilização de CPE da medula óssea26. Além dessas condições, o NO também é a molécula-chave nos exercícios de menor duração e o aumento na sua biodisponibilidade parece depender, especialmente, de dois mecanismos: no primeiro, a ativação da proteína quinase 3 mediada pelo aumento do estresse de cisalhamento ativa a eNOS e essa aumenta a produção de NO39. No segundo mecanismo, o exercício reduz a expressão de NADPH, aumentando a biodisponibilidade de NO com consequente mobilização de CPE da medula óssea. Pelo exposto, podemos sugerir que as sessões únicas de exercício de intensidade e durações diferentes mobilizam as CPE para o sangue periférico por mecanismos diferentes entretanto, o NO parece ser uma molécula comum em ambas as vias de mobilização.

Conclusão

A mobilização de células progenitoras endoteliais foi mais acentuada no exercício de longa/ultralonga duração e parece estar associada aos níveis plasmáticos de fator de crescimento endotélio vascular. Enquanto os exercícios máximo e submáximo com até uma hora de duração provocam aumento, em menor magnitude, do número de células progenitoras endoteliais na circulação, porém o mecanismo principal de mobilização parece ser a biodisponibilidade de óxido nítrico.

Agradecimentos

Este trabalho teve o apoio financeiro das seguintes instituições: Capes, Faperj, CNPq, Finep e Labs D'Or.

Potencial Conflito de Interesses

Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.

Fontes de Financiamento

O presente estudo foi financiado pelo Capes, Faperj, CNPq, Finep e Labs D'Or.

Vinculação Acadêmica

Este artigo é parte de tese de Doutorado de Natália Galito Rocha pela Universidade Federal Fluminense.

Artigo recebido em 03/06/11; revisado recebido em 13/07/11; aceito em 18/07/11.

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  • Correspondência:

    Antonio Claudio Lucas da Nóbrega
    Laboratório de Ciências do Exercício - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense
    Rua Professor Hernani Pires de Melo, 101 - Sala 106
    24210-130, Niterói, RJ, Brasil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Fev 2012
    • Data do Fascículo
      Fev 2012

    Histórico

    • Recebido
      03 Jun 2011
    • Aceito
      18 Jul 2011
    • Revisado
      13 Jul 2011
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