Relações Neutrófilo-Linfócito, Plaqueta-Linfócito e Insuficiência Cardíaca

Palavras-chave
Linfócitos; Neutrófilos; Insuficiência Cardíaca

Caro Editor, o recente relatório sobre “Relações Neutrófilo- Linfócito (RNL), Plaqueta-Linfócito (RPL) e Insuficiência Cardíaca” é muito interessante.¹ Durmus et al.¹ relataram que a “RNL pode ser usada para prever a mortalidade durante o seguimento de pacientes com IC.” Realmente, o uso de um novo parâmetro para predizer insuficiência cardíaca é muito interessante. No entanto, como Durmus et al.¹ mencionaram, tanto a RNL quanto a RPL “não foram suficientes para estabelecer um diagnóstico de HF.” Além disso, embora o presente relatório¹ tenha sido bem concebido como um estudo de caso-controle pareado, o problema em relação à RNL e RPL deve ser discutido levando-se em conta a medicina laboratorial. Ambos os parâmetros são não-específicos. Vários fatores podem afetar os neutrófilos, linfócitos e plaquetas. Outras doenças concomitantes, tais como distúrbios imunológicos e malignidades podem alterar os valores de RNL e de RPL.^2-3 Além disso, a síndrome metabólica, que é comum entre os pacientes com doença cardíaca, também pode afetar os valores de RNL e RPL.⁴ Adicionalmente, o uso de diferentes analisadores hematológicos automatizados também pode resultar em diferentes medidas de neutrófilos, linfócitos e plaquetas.⁵

References

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Carta-resposta

Recentemente, publicamos um artigo denominado "Relações neutrófilo-linfócito (RNL) e plaqueta-linfócito (RPL) como preditores de insuficiência cardíaca (IC)".¹ Nesse estudo, descobrimos que a RNL pode ser usada para prever a mortalidade no seguimento de pacientes com IC. No entanto, a RNL e RPL ​​não foram suficientes para estabelecer um diagnóstico de HF. De acordo com as diretrizes, o diagnóstico da IC é geralmente feito com base em sinais e sintomas clínicos de pacientes. Outros exames e testes de laboratório são usados ​​para apoiar ou descartar o diagnóstico de IC.² Embora a RNL e a RPL ​​sejam mais altas nos pacientes com IC em comparação com controles saudáveis, elas não são suficientes isoladamente para o diagnóstico de IC. O uso da Porção N-Terminal do pro-Peptídeo Natriurético Cerebral, um biomarcador comumente utilizado no manejo da IC congestiva, por si só também não é suficiente para o diagnóstico de HF, tal como o uso da RNL sozinha.³ Outro problema na utilização da RNL e RPL em pacientes com IC é a falta de especificidade. A RNL e a RPL são relações de diferentes subgrupos de células sanguíneas. Assim, elas devem estar afetadas em vários tipos de doenças. A contagem de neutrófilos pode aumentar em pacientes com uma infecção bacteriana e contagem de plaquetas também pode aumentar em pacientes com trombocitemia essencial. Em nosso estudo, para minimizar esse problema, foram excluídos os pacientes que tinham doença maligna, doenças do tecido conjuntivo, infecções agudas e crônicas, doença renal e síndromes coronárias agudas.

Conforme mencionado na carta, as RNL e RPL podem ser afetadas pela síndrome metabólica. Em nossa população de estudo, não avaliamos a presença da síndrome metabólica. No entanto, não houve diferença entre os valores de RNL e RPL de pacientes com ou sem hipertensão (HT), hiperlipidemia (HL) e diabetes mellitus (DM).⁴ Em um estudo relatado anteriormente, os valores da RNL tendiam a ser elevados em pacientes com HT e DM. Finalmente, outra crítica é que "diferentes analisadores hematológicos automatizados também pode resultar em diferentes medidas de neutrófilos, linfócitos e plaquetas". Isto é verdade, porque diferentes analisadores automatizados de hematologia utilizam técnicas diferentes.⁵ Mas, considerando a contagem básica de células do sangue, houve uma boa correlação entre diferentes analisadores automatizados de hematologia.⁶ Além disso, as RNL e RLP são relações de parâmetros de células do sangue, de modo que não são afetadas pelo tipo de analisador.

• ¹
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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  Mar 2016

Histórico

• Recebido
  10 Nov 2015
• Revisado
  13 Jan 2016
• Aceito
  18 Jan 2016