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Fibrilação Atrial e Doenças Não Cardiovasculares: Uma Revisão Sistemática

A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca mais comum e está associada a um prognóstico desfavorável, aumentando o risco de acidente vascular encefálico e a mortalidade. Apesar de tradicionalmente associada a doenças cardiovasculares, verifica-se atualmente uma elevada incidência de FA em pacientes portadores de doenças não cardiovasculares bastante prevalentes na população geral, como câncer, sepse, doença pulmonar obstrutiva crônica, síndrome da apneia obstrutiva do sono e na doença renal crônica. Assim, cada vez mais um número considerável de doentes é afetado pela concomitância de tais doenças, acarretamento um maior risco de desfechos adversos.

Os autores realizaram uma revisão sistemática da literatura buscando elucidar a interação entre essas condições.

Existem diversos mecanismos que parecem contribuir para a presença concomitante de FA e doenças não cardiovasculares. Comorbidades em geral, idade avançada, disfunção autonômica, distúrbio eletrolítico e inflamação são comuns a essas doenças e podem predispor à FA.

O tratamento de FA nesses pacientes constitui um desafio clínico, especialmente em relação à terapêutica antitrombótica, uma vez que os scores de estratificação de risco tromboembólico como o CHADS2 ou CHADS2DS2VASC, bem como os de risco hemorrágico como o HAS-BLED, apresentam limitações quando aplicados nas doenças em questão.

As evidências nesta área ainda são escassas, sendo necessárias investigações futuras para esclarecer aspectos como a epidemiologia, a patogênese, a prevenção e o tratamento da AF nas doenças não cardiovasculares.

Keywords
Insuficiência Cardíaca; Fibrilação Atrial / mortalidade; Arritmia / uso terapêutico; Neoplasia


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