Acessibilidade / Reportar erro
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Volume: 110, Número: 2, Publicado: 2018
  • Quais as Características de uma Excelente Revisão de Artigos Científicos? Editorial

    Rochitte, Carlos Eduardo; Mesquita, Claudio Tinoco
  • Estenose Aórtica com Baixos Gradiente, Fluxo e Fração de Ejeção e Cálculo da Área da Válvula Aórtica Projetada: Tão Importante, mas Tão Complicado. Vamos Simplesmente Mantê-la Simples! Short Editorial

    Mathias Junior, Wilson
  • A Forma Indeterminada da Doença de Chagas Short Editorial

    Issa, Victor Sarli
  • Existe Alguma Relação entre Níveis de TSH e Prognóstico em Síndrome Coronariana Aguda? Original Articles

    Soeiro, Alexandre de Matos; Araújo, Victor Arrais; Vella, Júlia Pitombo; Bossa, Aline Siqueira; Biselli, Bruno; Leal, Tatiana de Carvalho Andreucci Torres; Soeiro, Maria Carolina Feres de Almeida; Serrano Jr., Carlos V.; Mueller, Christian; Oliveira Junior, Mucio Tavares de

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Estudos pequenos têm relacionado níveis mais elevados de hormônio tireoestimulante (TSH) a pior prognóstico em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA). Tal relação, no entanto, permanece incerta. Objetivo: Analisar os desfechos de pacientes com SCA, relacionando-os aos níveis de TSH medidos no setor de emergência. Métodos: Estudo retrospectivo observacional incluindo 505 pacientes com SCA (446 no grupo I: TSH ± 4 mUI/L; 59 no grupo II: TSH > 4 mUI/L) entre maio de 2010 e maio de 2014. Dados sobre comorbidades e medicamentos usados foram obtidos. O desfecho primário foi mortalidade intra-hospitalar por todas as causas. O desfecho secundário incluiu eventos combinados (morte, angina instável não fatal ou infarto do miocárdio, choque cardiogênico, sangramento e acidente vascular encefálico). A comparação entre grupos foi realizada através de ANOVA de uma via e teste do qui-quadrado. A análise multivariada foi realizada por regressão logística, adotando-se o nível de significância de p < 0,05. Resultados: Diferenças significativas foram observadas entre os grupos I e II relacionadas ao uso de enoxaparina (75,2% vs. 57,63%; p = 0,02) e estatinas (84,08% vs. 71,19%; p < 0,0001), acidente vascular encefálico prévio (5,83% vs. 15,25%; p = 0,007), eventos combinados (14,80% vs. 27,12%, OR = 3,05; p = 0,004), choque cardiogênico (4,77% vs. 6,05%, OR = 4,77; p = 0,02) e sangramento (12,09% vs. 15,25%, OR = 3,36; p = 0,012). Conclusão: Em pacientes com SCA e TSH > 4 mUI/L à admissão hospitalar, observou-se pior prognóstico associado à maior incidência de eventos combinados intra-hospitalares, choque cardiogênico e sangramentos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Some small studies have related higher levels of thyrotropin (TSH) to potentially worse prognosis in acute coronary syndromes. However, this relationship remains uncertain. Objective: To analyze the outcomes of patients with acute coronary syndromes in relation to the value of TSH at admission. Methods: Observational and retrospective study with 505 patients (446 in group I [TSH ≤ 4 mIU/L] and 59 in group II [TSH > 4 mIU/L]) with acute coronary syndromes between May 2010 and May 2014. We obtained data about comorbidities and the medications used at the hospital. The primary endpoint was in-hospital all-cause death. The secondary endpoint included combined events (death, non-fatal unstable angina or myocardial infarction, cardiogenic shock, bleeding and stroke). Comparisons between groups were made by one-way ANOVA and chi-square test. Multivariate analysis was determined by logistic regression. Analyses were considered significant when p < 0.05. Results: Significant differences between groups I and II were observed regarding the use of enoxaparin (75.2% vs. 57.63%, p = 0.02) and statins (84.08% vs. 71.19%, p < 0.0001), previous stroke (5.83% vs. 15.25%, p = 0.007), combined events (14.80% vs. 27.12%, OR = 3.05, p = 0.004), cardiogenic shock (4.77% vs. 6.05%, OR = 4.77, p = 0.02) and bleeding (12.09% vs. 15.25%, OR = 3.36, p = 0.012). Conclusions: In patients with acute coronary syndromes and TSH > 4 mIU/L at admission, worse prognosis was observed, with higher incidences of in-hospital combined events, cardiogenic shock and bleeding.
  • Características Clínicas, Antropométricas e Bioquímicas de Pacientes com ou sem Diagnóstico Confirmado de Hipercolesterolemia Familiar Original Articles

    Lorenzo, Andrea De; Silva, Juliana Duarte Lopes da; James, Cinthia E.; Pereira, Alexandre C.; Moreira, Annie Seixas Bello

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamentos: A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma doença autossômica dominante, caracterizada por altos níveis plasmáticos do colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e pelo alto risco de desenvolvimento prematuro de doenças cardiovasculares. Objetivo: Avaliar características clínicas e antropométricas de pacientes com fenótipo para hipercolesterolemia familiar (HF), com ou sem diagnóstico genético de HF. Métodos: Quarenta e cinco pacientes com LDL-C > 190 mg/dL foram genotipados para seis genes relacionados com a HF: LDLR, APOB, PCSK9, LDLRAP1, LIPA e APOE. Pacientes que apresentaram resultado positivo para qualquer uma das mutações foram diagnosticados com HF por confirmação genética. O fenótipo para HF foi classificado pelo critério da Dutch Lipid Clinic Network. Resultados: Comparando os pacientes com a HF geneticamente confirmada com aqueles sem a confirmação, os primeiros apresentaram maior pontuação do escore para HF, uma maior frequência de xantelasma e maiores níveis de LDL-C e apo B. Houve correlações significativas entre o LDL-C e a pontuação do escore para HF (R = 0,382, p = 0,037) e entre LDL-C e gordura corporal (R = 0,461, p = 0,01). Os pacientes com mutações, no entanto, não apresentaram qualquer correlação entre o LDL-C e outras variáveis, enquanto aqueles sem mutação apresentaram correlação entre o LDL-C e a pontuação do escore. Conclusão: O LDL-C correlacionou-se com a pontuação do escore e com a gordura corporal, tanto na população total de pacientes quanto nos pacientes sem a confirmação genética de HF. Naqueles com HF geneticamente confirmada, não houve correlação entre o LDL-C e outras variáveis clínicas ou bioquímicas dos pacientes.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Familial hypercholesterolemia (FH) is a common autosomal dominant disorder, characterized by a high level of low-density lipoprotein cholesterol (LDL-C) and a high risk of premature cardiovascular disease. Objective: To evaluate clinical and anthropometric characteristics of patients with the familiar hypercholesterolemia (FH) phenotype, with or without genetic confirmation of FH. Methods: Forty-five patients with LDL-C > 190 mg/dl were genotyped for six FH-related genes: LDLR, APOB, PCSK9, LDLRAP1, LIPA and APOE. Patients who tested positive for any of these mutations were considered to have genetically confirmed FH. The FH phenotype was classified according to the Dutch Lipid Clinic Network criteria. Results: Comparing patients with genetically confirmed FH to those without it, the former had a higher clinical score for FH, more often had xanthelasma and had higher LDL-C and apo B levels. There were significant correlations between LDL-C and the clinical point score for FH (R = 0.382, p = 0.037) and between LDL-C and body fat (R = 0.461, p = 0.01). However, patients with mutations did not have any correlation between LDL-C and other variables, while for those without a mutation, there was a correlation between LDL-C and the clinical point score. Conclusions: LDL-C correlated with the clinical point score and with body fat, both in the overall patient population and in patients without the genetic confirmation of FH. In those with genetically confirmed FH, there were no correlations between LDL-C and other clinical or biochemical variables in patients.
  • Presença e Extensão da Fibrose Miocárdica na Forma Indeterminada da Doença de Chagas: Estudo de Ressonância Magnética Original Article

    Noya-Rabelo, Marcia Maria; Macedo, Carolina The; Larocca, Ticiana; Machado, Admilson; Pacheco, Thais; Torreão, Jorge; Souza, Bruno Solano de Freitas; Soares, Milena B. P.; Ribeiro-dos-Santos, Ricardo; Correia, Luis Claudio Lemos

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Dados prévios têm demonstrado que pacientes na forma indeterminada podem apresentar fibrose miocárdica à ressonância magnética (RM). No entanto, são poucas as informações disponíveis quanto ao grau de fibrose miocárdica apresentada por esses indivíduos, o que guardaria relação com o potencial dessa variável na predição de evolução para a forma cardíaca da doença de Chagas. Objetivos: Descrever a frequência e extensão da fibrose miocárdica avaliada por RM em pacientes da forma indeterminada, comparando com as outras formas da doença. Métodos: Pacientes consecutivamente admitidos tiveram história clínica colhida e foram submetidos à realização de exames laboratoriais e RM. Resultados: Foram estudados 61 pacientes portadores da doença de Chagas, com média de idade de 58 ± 9 anos, sendo 17 pacientes na forma indeterminada, 16 na forma cardíaca sem disfunção do ventrículo esquerdo (VE) e 28 na forma com disfunção do VE. Foi considerado estatisticamente significante p < 0,05. Realce tardio foi detectado em 37 pacientes (64%). Foi identificada fibrose miocárdica em 6 indivíduos na forma indeterminada (41%; IC95% 23 - 66), proporção semelhante à observada na forma cardíaca sem disfunção do VE (44%); p = 1,0. Entre os indivíduos com fibrose, a área total do miocárdio acometida foi de 4,1% (IIQ: 2,1 - 10,7) na forma indeterminada versus 2,3% (IIQ: 1 - 5) na forma cardíaca sem disfunção do VE (p = 0,18). A fração de ejeção do ventrículo esquerdo nos indivíduos na forma indeterminada foi semelhante aos portadores da forma cardíaca sem disfunção ventricular (p = 0,09). Conclusão: A presença de fibrose na forma indeterminada da doença de Chagas tem frequência e extensão semelhante à forma cardíaca sem disfunção, o que sugere que a primeira faz parte de um espectro de doença subclínica, em vez da ausência de acometimento cardíaco.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Previous data has shown that patients in the indeterminate form of Chagas disease may present myocardial fibrosis as shown on through magnetic resonance imaging (MRI). However, there is little information available regarding the degree of severity of myocardial fibrosis in these individuals. This variable has the potential to predict the evolution of Chagas’ disease into its cardiac form. Objectives: To describe the frequency and extent of myocardial fibrosis evaluated using an MRI in patients in the indeterminate form, and to compare it with other forms of the disease. Methods: Patients were admitted one after another. Their clinical history was collected and they were submitted to laboratory exams and an MRI. Results: Sixty-one patients with Chagas’ disease, with an average age of 58 ± 9 years old, 17 patients in the indeterminate form, 16 in the cardiac form without left ventricular (LV) dysfunction and 28 in the cardiac form with LV dysfunction were studied. P <0.05 was considered to be statistically significant. Late enhancement was detected in 37 patients (64%). Myocardial fibrosis was identified in 6 individuals in indeterminate form (41%; 95% CI 23-66) in a proportion similar to that observed in cardiac form without LV dysfunction (44%); p = 1.0. Among the individuals with fibrosis, the total area of the affected myocardium was 4.1% (IIQ: 2.1 - 10.7) in the indeterminate form versus 2.3% (IIQ: 1-5) in the cardiac form without LV (p = 0.18). The left ventricular fraction ejection in subjects in the indeterminate form was similar to that of the individuals in the cardiac form without ventricular dysfunction (p = 0.09). Conclusion: The presence of fibrosis in the indeterminate form of Chagas’ disease has a frequency and extension similar to that of in the cardiac form without dysfunction, suggesting that the former is part of a subclinical disease spectrum, rather than lacking cardiac involvement.
  • Um Método Alternativo para o Cálculo da Área Valvular Aórtica Projetada Simplificada em Uma Taxa de Fluxo Normal Original Articles

    Ferreira, Joana Sofia Silva Moura; Moreira, Nádia; Ferreira, Rita; Mendes, Sofia; Martins, Rui; Ferreira, Maria João; Pego, Mariano

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A área valvular aórtica projetada simplificada (AEOproj) é um parâmetro ecocardiográfico valioso na avaliação da estenose aórtica de baixo fluxo e baixo gradiente (EA BFBG). Sua utilização na prática clínica é limitada pelo trabalhoso processo de cálculo da taxa de fluxo (Q). Objetivos: Este estudo propõe um método alternativo, menos complexo, para o cálculo da Q para ser incorporado na fórmula original da AEOproj, e mede a concordância entre o novo método proposto para o cálculo da AEOproj em comparação ao método original. Métodos: Estudo retrospectivo, observacional, unicêntrico que incluiu todos os pacientes com AE BFBG clássica com variação da Q com infusão de dobutamina ≥ |15|% por ambos os métodos. Resultados: Foram incluídos 22 pacientes consecutivos com AE BFBG clássico, que se submeteram à ecocardiografia sob estresse com dobutamina. Nove pacientes apresentaram uma variação da Q com infusão de dobutamina calculada tanto pelo método clássico como pelo método alternativo ≥ |15|%, e foram selecionados para análise estatística. Utilizando método Bland-Altman para avaliar a concordância, encontramos um viés sistemático de 0,037 cm2 (IC 95% 0,004 - 0,066), o que significa que, em média, o novo método superestima a AEOproj em 0m037 cm2 em comparação ao método original. Os limites de concordância de 95% são estreitos (de -0,04 cm2 a 0,12 cm2), o que significa que para 95% dos indivídios, a AEOproj calculada pelo novo método estaria entre 0,04 cm2 menos a 0,12 cm2 mais que a AEOproj calculada pela equação original. Conclusão: O viés e os limites de 95% de concordância do novo método são estreitos e não são clinicamente relevantes, o que corrobora a intercambialidade dos dois métodos de cálculo da AEOproj. Uma vez que o novo método requer menos medidas, seria mais fácil de ser implementado na prática clínica, promovendo um aumento na utilização da AEOproj.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Simplified projected aortic valve area (EOAproj) is a valuable echocardiographic parameter in the evaluation of low flow low gradient aortic stenosis (LFLG AS). Its widespread use in clinical practice is hampered by the laborious process of flow rate (Q) calculation. Objetive: This study proposes a less burdensome, alternative method of Q calculation to be incorporated in the original formula of EOAproj and measures the agreement between the new proposed method of EOAproj calculation and the original one. Methods: Retrospective observational single-institution study that included all consecutive patients with classic LFLG AS that showed a Q variation with dobutamine infusion ≥ |15|% by both calculation methods. Results: Twenty-two consecutive patients with classical LFLG AS who underwent dobutamine stress echocardiography were included. Nine patients showed a Q variation with dobutamine infusion calculated by both classical and alternative methods ≥ |15|% and were selected for further statistical analysis. Using the Bland-Altman method to assess agreement we found a systematic bias of 0,037 cm2 (95% CI 0,004 - 0,066), meaning that on average the new method overestimates the EOAproj in 0,037 cm2 compared to the original method. The 95% limits of agreement are narrow (from -0,04 cm2 to 0,12 cm2), meaning that for 95% of individuals, EOAproj calculated by the new method would be between 0,04 cm2 less to 0,12 cm2 more than the EOAproj calculated by the original equation. Conclusion: The bias and 95% limits of agreement of the new method are narrow and not clinically relevant, supporting the potential interchangeability of the two methods of EOAproj calculation. As the new method requires less additional measurements, it would be easier to implement in clinical practice, promoting an increase in the use of EOAproj.
  • Acurácia do Strain Longitudinal Global na Predição de Cardiotoxicidade em uma Coorte de Pacientes com Câncer de Mama em Tratamento com Antracíclicos e/ou Trastuzumab Original Articles

    Gripp, Eliza de Almeida; Oliveira, Gabriela Escudini de; Feijó, Luiz Augusto; Garcia, Marcelo Iorio; Xavier, Sergio Salles; Sousa, Andréa Silvestre de

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamentos: A elevada morbimortalidade da cardiotoxicidade associada à terapia antineoplásica para o câncer de mama poderia ser reduzida com uso precoce de drogas cardioprotetoras. No entanto, a baixa sensibilidade da fração de ejeção limita sua utilização nessa estratégia preventiva. Novos parâmetros, como o strain longitudinal global, estão sendo utilizados na detecção precoce das alterações da função contrátil. Objetivos: Avaliar a incidência de cardiotoxicidade entre pacientes tratados para câncer de mama, os fatores independentes associados a esse evento e a capacidade do strain em identificá-la precocemente. Métodos: Estudo prospectivo observacional de pacientes ambulatoriais consecutivos com diagnóstico de câncer de mama, sem tratamento antineoplásico prévio, sem disfunção ventricular, submetidos ao uso de antracíclicos e/ou trastuzumab, avaliados trimestralmente de forma cega em relação à terapia, seguidos por 6 a 12 meses. Regressão de Cox foi utilizada para avaliar a associação de variáveis clínicas, terapêuticas e ecocardiográficas com cardiotoxicidade. Curva ROC foi construída para identificar o ponto de corte do strain capaz de prever redução da fração de ejeção. Para todos os testes, o nível de significância estatística foi definido com p ≤ 0,05. Resultados: Dentre 49 mulheres com idade média de 49,7 ± 12,2 anos, identificamos 5 casos de cardiotoxicidade (10%), aos 3 (n = 2) e 6 (n = 3) meses de seguimento. Strain foi associado de forma independente ao evento (p = 0,004; HR = 2,77; IC95%: 1,39-5,54), tendo como ponto de corte o valor absoluto de -16,6 (ASC = 0,95; IC95%: 0,87-1,0) ou redução de 14% (ASC = 0,97; IC95%: 0,9-1,0). Conclusão: A redução de 14% do strain (ou valor absoluto de -16,6) foi capaz de identificar precocemente pacientes que podem evoluir com cardiotoxicidade associada ao antracíclico e/ou trastuzumab.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: The high cardiotoxicity morbidity and mortality rates associated with the antineoplastic therapy for breast cancer could be reduced with the early use of cardioprotective drugs. However, the low sensitivity of left ventricular ejection fraction limits its use in that preventive strategy. New parameters, such as global longitudinal strain, are being used in the early detection of contractile function changes. Objectives: To assess the incidence of cardiotoxicity in patients treated for breast cancer, the independent factors associated with that event, and the ability of strain to identify it early. Methods: Prospective observational study of consecutive outpatients diagnosed with breast cancer, with no previous antineoplastic treatment and no ventricular dysfunction, who underwent anthracycline and/or trastuzumab therapy. The patients were quarterly evaluated on a 6- to 12-month follow-up by an observer blind to therapy. Cox regression was used to evaluate the association of cardiotoxicity with clinical, therapeutic and echocardiographic variables. A ROC curve was built to identify the strain cutoff point on the third month that could predict the ejection fraction reduction on the sixth month. For all tests, the statistical significance level adopted was p ≤ 0.05. Results: Of 49 women (mean age, 49.7 ± 12.2 years), cardiotoxicity was identified in 5 (10%) on the third (n = 2) and sixth (n = 3) months of follow-up. Strain was independently associated with the event (p = 0.004; HR = 2.77; 95%CI: 1.39-5.54), with a cutoff point for absolute value of -16.6 (AUC = 0.95; 95%CI: 0.87-1.0) or a cutoff point for percentage reduction of 14% (AUC = 0.97; 95%CI: 0.9-1.0). Conclusion: The 14% reduction in strain (absolute value of -16.6) allowed the early identification of patients who could develop anthracycline and/or trastuzumab-induced cardiotoxicity.
  • Uso Ininterrupto de Anticoagulantes Orais na Ablação de Flutter Atrial Istmo-Cavotricuspídeo Dependente: Coorte Unicêntrica de 154 Pacientes Original Article

    Leiria, Tiago Luiz Luz; Medeiros, Alexandre Kreling; Almeida, Eduardo Dytz; Ley, Antonio Lessa Gaudie; Santos, Catarine Benta Lopes dos; Sant'Anna, Roberto Toffani; Kruse, Marcelo Lapa; Pires, Leonardo Martins; Lima, Gustavo Glotz de

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: O uso ininterrupto de anticoagulação oral (ACO) com antagonistas da vitamina K (AVKs) para procedimentos de eletrofisiologia está sendo cada vez mais recomendado. A prática clínica em nosso serviço é de uso continuado dessas drogas para ablação de flutter atrial. Existem poucas evidências quanto ao uso ininterrupto dos anticoagulantes orais não antagonistas da vitamina K (NOACs) nesse cenário. Objetivos: Comparar as taxas de complicações relacionadas ao uso ininterrupto de diferentes tipos de anticoagulantes orais em pacientes referidos para ablação por flutter atrial (FLA). Métodos: Coorte histórica e unicêntrica dos procedimentos de ablação por FLA realizados no período de novembro de 2012 a abril de 2016. O desfecho primário foi o de ocorrência de complicação hemorrágica ou embólica durante o procedimento. O desfecho secundário foi o de ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC) ou acidente isquêmico transitório (AIT) no acompanhamento. O nível de significância estatística adotado foi de 5%. Resultados: Foram incluídas 288 ablações por FLA; 154 foram feitas com uso ininterrupto de ACO (57,8% com AVK e 42,2% com NOAC). A idade média foi de 57 ± 13 anos. A taxa de complicação hemorrágica durante o procedimento foi de 3% em cada grupo (p = NS). A taxa de AVC/AIT foi, respectivamente, de 56/1.000-pessoas-ano no grupo AVK contra zero/1.000-pessoas-ano no grupo NOAC (p = 0,02). Conclusão: Em nossa população não ocorreram complicações hemorrágicas relacionadas ao procedimento com uso de ACO de forma ininterrupta, incluindo NOACs. Houve maior ocorrência de AVC/AIT no seguimento no grupo de pacientes em uso de AVK, contudo essa diferença pode não ser decorrente apenas do tipo de ACO em uso.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: The uninterrupted use of oral anticoagulation (OAC) with vitamin K antagonists (VKAs) for electrophysiology procedures has been more and more recommended. The clinical practice in our service recommends the continuous use of these drugs for atrial flutter ablation. There is little evidence as to the uninterrupted use of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants (NOACs) in this scenario. Objective: To compare the rates of complications related with the uninterrupted use of different types of oral anticoagulants in patients referred to atrial flutter (AFL) ablation. Methods: Historical, single-center cohort of ablation procedures by AFL conducted from November 2012 to April 2016. The primary outcome was the occurrence of hemorrhagic or embolic complication during the procedure. The secondary outcome was the occurrence of stroke or transient ischemic attack (TIA) in follow-up. The statistical significance level was 5%. Results: There were 288 ablations per AFL; 154 were carried out with the uninterrupted use of OAC (57.8% with VKA and 42.2% with NOAC). Mean age was 57 ± 13 years. The rate of hemorrhagic complication during the procedure was 3% in each group (p = NS). The rate of stroke/TIA was, respectively, of 56/1,000 people-year in the VKA group against zero/1,000 people-year in the NOAC group (p = 0.02). Conclusion: In our population there were no hemorrhagic complications regarding the procedure of OAC use uninterruptedly, including NOACs. There was higher occurrence of stroke/TIA in the follow-up of the group of patients undergoing VKAs; however, this difference may not only be a result of the type of OAC used.
  • Correlação entre a Variabilidade da Pressão Arterial de Muito Curto Prazo e Curto Prazo em Indivíduos Diabéticos-Hipertensos e Saudáveis Original Articles

    Casali, Karina R.; Schaan, Beatriz D.; Montano, Nicola; Massierer, Daniela; M.F. Neto, Flávio; Teló, Gabriela H.; Ledur, Priscila S.; Reinheimer, Marilia; Sbruzzi, Graciele; Gus, Miguel

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A variabilidade da pressão arterial (PA) pode ser avaliada por meio da monitorização ambulatorial da PA em 24 horas (MAPA-24h), mas sua concordância com os resultados da medição da PA digital (MPAD) ainda não foi estabelecida. Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar os parâmetros da variabilidade a curto prazo (MAPA-24h) com a variabilidade da PA a muito curto prazo (MPAD) em sujeitos saudáveis (C) e diabéticos-hipertensos (DH). Métodos: Estudo transversal com 51 sujeitos DH e 12 sujeitos C que se submeteram a MAPA-24h [extraindo time rate, desvio padrão (SD) e coeficiente de variação (CV)] e registro batimento-a-batimento em repouso e após manobra de manobra de ortostatismo ativo [MPAD, extraindo parâmetros de variabilidade da PA e da frequência cardíaca (FC) no domínio da frequência, análise espectral por modelagem autoregressiva]. O coeficiente de correlação de postos de Spearman foi utilizado para correlacionar os parâmetros de variabilidade de PA e FC obtidos tanto da MPAD quanto da MAPA-24h (dividida em dia, noite e total). A significância estatística foi estabelecida em p < 0.05. Resultados: Houve uma variação circadiana dos níveis de PA nos grupos C e DH; A PA sistólica e a taxa de tempo foram maiores em indivíduos DH em todos os períodos avaliados. Em indivíduos C, foram apresentadas altas correlações positivas entre o índice de taxa de tempo (MAPA-24h) e o componente de baixa frequência (LF, do inglês low frequency) da variabilidade de curto prazo (MPAD, total, R = 0,591, p = 0,043); desvio padrão (MAPA-24h) com o componente de LF VPA (MPAD, total, R = 0,608, p = 0,036), coeficiente de variação (24h-ABPM) com VPA total (MPAD, dia, -0,585, p = 0,046) e índice alfa (MPAD, dia, -0,592, p = 0,043), taxa de tempo (MAPA-24h) e delta LF/HF (MPAD, total, R = 0,636, p = 0,026; dia R = 0,857, p < 0,001). Os registros obtidos dos pacientes DH apresentaram correlações positivas fracas. Conclusões: Os índices obtidos a partir da MAPA-24h (total, durante o dia) refletem a variabilidade da PA e da FC avaliada pela MPAD em indivíduos saudáveis, o que não se aplica a indivíduos DH.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Blood pressure (BP) variability can be evaluated by 24-hour ambulatory BP monitoring (24h-ABPM), but its concordance with results from finger BP measurement (FBPM) has not been established yet. Objective: The aim of this study was to compare parameters of short-term (24h-ABPM) with very short-term BP variability (FBPM) in healthy (C) and diabetic-hypertensive (DH) subjects. Methods: Cross-sectional study with 51 DH subjects and 12 C subjects who underwent 24h-ABPM [extracting time-rate, standard deviation (SD), coefficient of variation (CV)] and short-term beat-to-beat recording at rest and after standing-up maneuvers [FBPM, extracting BP and heart rate (HR) variability parameters in the frequency domain, autoregressive spectral analysis]. Spearman correlation coefficient was used to correlate BP and HR variability parameters obtained from both FBPM and 24h-ABPM (divided into daytime, nighttime, and total). Statistical significance was set at p < 0.05. Results: There was a circadian variation of BP levels in C and DH groups; systolic BP and time-rate were higher in DH subjects in all periods evaluated. In C subjects, high positive correlations were shown between time-rate index (24h-ABPM) and LF component of short-term variability (FBPM, total, R = 0.591, p = 0.043); standard deviation (24h-ABPM) with LF component BPV (FBPM, total, R = 0.608, p = 0.036), coefficient of variation (24h-ABPM) with total BPV (FBPM, daytime, -0.585, p = 0.046) and alpha index (FBPM, daytime, -0.592, p = 0.043), time rate (24h-ABPM) and delta LF/HF (FBPM, total, R = 0.636, p = 0.026; daytime R = 0,857, p < 0.001). Records obtained from DH showed weak positive correlations. Conclusions: Indices obtained from 24h-ABPM (total, daytime) reflect BP and HR variability evaluated by FBPM in healthy individuals. This does not apply for DH subjects.
  • Controle Autonômico e Vascular em Pré-Hipertensos com Histórico Familiar de Hipertensão Arterial Original Article

    Amaral, Josária Ferraz; Borsato, Diana de Medeiros Andrade; Freitas, Isabelle Magalhães Guedes; Toschi-Dias, Edgar; Martinez, Daniel Godoy; Laterza, Mateus Camaroti

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Indivíduos com histórico familiar de hipertensão arterial sistêmica (HFHAS) e/ou pré-hipertensão apresentam maior risco de desenvolver essa patologia. Objetivo: Avaliar as funções autonômica e vascular de pré-hipertensos com HFHAS. Métodos: Vinte e cinco voluntários jovens com HFHAS, sendo 14 normotensos e 11 pré-hipertensos foram submetidos à avaliação da função vascular, por meio da condutância vascular do antebraço (CV) durante repouso e hiperemia reativa (Hokanson®), e da modulação autonômica cardíaca e periférica, quantificada, respectivamente, por meio da análise espectral da frequência cardíaca (ECG) e da pressão arterial sistólica (PAS) (FinometerPRO®). A análise da função de transferência foi utilizada para mensurar o ganho e o tempo de resposta do barorreflexo. A significância estatística adotada foi p ≤ 0,05. Resultados: Pré-hipertensos, em relação aos normotensos, tem maior CV tanto em repouso (3,48 ± 1,26 vs. 2,67 ± 0,72 unidades; p = 0,05) quanto no pico hiperemia reativa (25,02 ± 8,18 vs. 18,66 ± 6,07 unidades; p = 0,04). Os índices da modulação autonômica cardíaca foram semelhantes entre os grupos. Entretanto, na modulação autonômica periférica, foi observado, nos pré-hipertensos em relação aos normotensos, maior variabilidade (9,4 [4,9-12,7] vs. 18,3 [14,8-26,7] mmHg2; p < 0,01) e maiores componentes espectrais de muito baixa (6,9 [2,0-11,1] vs. 13,5 [10,7-22,4] mmHg2; p = 0,01) e baixa frequências (1,7 [1,0-3,0] vs. 3,0 [2,0-4,0] mmHg2; p = 0,04) da PAS. Adicionalmente, observamos menor ganho do controle barorreflexo nos pré-hipertensos em relação aos normotensos (12,16 ± 4,18 vs. 18,23 ± 7,11 ms/mmHg; p = 0,03), porém, tempo de retardo semelhante (-1,55 ± 0,66 vs. -1,58 ± 0.72 s; p = 0,90). Conclusão: Pré-hipertensos com HFHAS tem disfunção autonômica e condutância vascular aumentada quando comparados a normotensos com o mesmo fator de risco.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Individuals with a family history of systemic arterial hypertension (FHSAH) and / or prehypertension have a higher risk of developing this pathology. Objective: To evaluate the autonomic and vascular functions of prehypertensive patients with FHSAH. Methods: Twenty-five young volunteers with FHSAH, 14 normotensive and 11 prehypertensive subjects were submitted to vascular function evaluation by forearm vascular conductance(VC) during resting and reactive hyperemia (Hokanson®) and cardiac and peripheral autonomic modulation, quantified, respectively, by spectral analysis of heart rate (ECG) and systolic blood pressure (SBP) (FinometerPRO®). The transfer function analysis was used to measure the gain and response time of baroreflex. The statistical significance adopted was p ≤ 0.05. Results: Pre-hypertensive individuals, in relation to normotensive individuals, have higher VC both at rest (3.48 ± 1.26 vs. 2.67 ± 0.72 units, p = 0.05) and peak reactive hyperemia (25, 02 ± 8.18 vs. 18.66 ± 6.07 units, p = 0.04). The indices of cardiac autonomic modulation were similar between the groups. However, in the peripheral autonomic modulation, greater variability was observed in prehypertensive patients compared to normotensive individuals (9.4 [4.9-12.7] vs. 18.3 [14.8-26.7] mmHg2; p < 0.01) and higher spectral components of very low (6.9 [2.0-11.1] vs. 13.5 [10.7-22.4] mmHg2, p = 0.01) and low frequencies (1.7 [1.0-3.0] vs. 3.0 [2.0-4.0] mmHg2, p = 0.04) of SBP. Additionally, we observed a lower gain of baroreflex control in prehypertensive patients compared to normotensive patients (12.16 ± 4.18 vs. 18.23 ± 7.11 ms/mmHg, p = 0.03), but similar delay time (-1.55 ± 0.66 vs. -1.58 ± 0.72 s, p = 0.90). Conclusion: Prehypertensive patients with FHSAH have autonomic dysfunction and increased vascular conductance when compared to normotensive patients with the same risk factor.
  • Práticas Atuais na Cintilografia de Perfusão Miocárdica no Brasil e Adesão às Recomendações da AIEA: Resultado de Estudo Transversal Original Articles

    Rodrigues, Carlos Vitor Braga; Oliveira, Anderson; Wiefels, Christiane Cigagna; Leão, Maurício de Souza; Mesquita, Cláudio Tinoco

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A situação atual das práticas da medicina nuclear em cardiologia no Brasil ainda é pouco conhecida. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) recomendou oito "boas práticas" para minimizar a exposição dos pacientes à radiação ionizante durante a Cintilografia de Perfusão Miocárdica (CPM). Objetivo: Analisar a adoção das oito boas práticas na CPM no Brasil. Métodos: Estudo transversal com dados obtidos através de questionário. Todos os testes de hipóteses desenvolvidos consideraram uma significância de 5%. Resultados: Observamos que 100% dos Serviços de Medicina Nuclear (SMN) não utilizam Tálio-201 como protocolo preferencial. Sobre a utilização do Tecnécio-99m, notamos que 57% administram atividades acima do limiar recomendado pela AIEA (36 mCi) ou resultam em uma dose efetiva maior que 15 milisievert (mSv). A fase única de estresse não é praticada por 94% dos SMN; portanto, somente 19% contam com estratégias de redução das doses radioativas. Cerca de 52% dos SMN afirmam que sempre realizam o ajuste da dose por peso e 35% administram doses mal calculadas no protocolo de um dia. Conclusão: Observamos que um número considerável de SMN no Brasil ainda não seguem seis ou mais das práticas recomendadas pela AIEA. Apesar das dificuldades enfrentadas na prática nuclear em algumas regiões do Brasil, quase todos os déficits observados podem ser resolvidos sem aumento de custos, ressaltando a importância do desenvolvimento de estratégias para aderência às "boas práticas" na realização da CPM.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Data on the current situation of nuclear medicine practices in cardiology in Brazil are scarce. The International Atomic Energy Agency (IAEA) has recommended eight "good practices" to minimize patients' ionizing radiation exposure during myocardial perfusion scintigraphy (MPS). Objectives: To assess the adoption of the eight good practices in MPS in Brazil. Methods: Cross-sectional study with data obtained by use of a questionnaire. All hypothesis tests performed considered a significance level of 5%. Results: We observed that 100% of the nuclear medicine services (NMS) assessed do not use thallium-201 as the preferred protocol. Regarding the use of technetium-99m, 57% of the NMS administer activities above the threshold recommended by the IAEA (36 mCi) or achieve an effective dose greater than 15 millisievert (mSv). The abbreviated stress-only myocardial perfusion imaging is not employed by 94% of the NMS; thus, only 19% count on strategies to reduce the radioactive doses. Approximately 52% of the NMS reported always performing dose adjustment for patient's weight, while 35% administer poorly calculated doses in the one-day protocol. Conclusion: A considerable number of NMS in Brazil have not adopted at least six practices recommended by the IAEA. Despite the difficulties found in nuclear practice in some Brazilian regions, almost all obstacles observed can be overcome with no cost increase, emphasizing the importance of developing strategies for adopting "good practices" when performing MPS.
  • Transplante Cardíaco por Cardiomiopatia Periparto: Uma Experiência de Centro Único Original Article

    Bouabdallaoui, Nadia; Demondion, Pierre; Maréchaux, Sylvestre; Varnous, Shaida; Lebreton, Guillaume; Mouquet, Frédéric; Leprince, Pascal

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A cardiomiopatia periparto é uma doença idiopática definida pela ocorrência de insuficiência cardíaca aguda durante a gravidez tardia ou pós-parto na ausência de qualquer outra causa definível. Seu curso clínico é variável e casos graves podem exigir transplante. cardíaco. Objetivo: Pesquisar os resultados a longo prazo após transplante cardíaco (TC) por cardiomiopatia periparto (CMPP). Métodos: De uma única série central de 1938 TC, 14 TC foram realizados por CMPP. Foram avaliadas características clínicas, complicações relacionadas ao transplante e resultados a longo prazo, em comparação com 28 controles pareados por gênero. O principal critério de avaliação foi a morte por qualquer causa; os critérios secundários foram complicações relacionadas ao transplante (rejeição, infecção, vasculopatia do aloenxerto cardíaco). Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significante. Resultados: As pacientes com CMPP e controles pareados foram comparáveis ​​para a maioria das variáveis (todos os valores de p > 0,05), exceto para um maior uso de inotrópicos no momento do TC no grupo CMPP (p = 0,03). Durante um seguimento médio de 7,7 anos, 16 pacientes morreram, 3 (21,5%) no grupo CMPP e 13 (46,5%) no grupo controle. A mortalidade foi significativamente menor no grupo CMPP (p = 0,03). Não foram encontradas diferenças significativas em termos de complicações relacionadas ao transplante (p> 0,05). Conclusões: Os resultados a longo prazo após TC para CMPP são favoráveis. O transplante cardíaco é uma opção valiosa para pacientes com CMPP que não se recuperaram significativamente sob tratamento médico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Peripartum cardiomyopathy is an idiopathic disorder defined by the occurrence of acute heart failure during late pregnancy or post-partum period in the absence of any other definable cause. Its clinical course is variable and severe cases might require heart transplantation. Objective: To investigate long-term outcomes after heart transplantation (HT) for peripartum cardiomyopathy (PPCM). Methods: Out of a single-center series of 1938 HT, 14 HT were performed for PPCM. We evaluated clinical characteristics, transplant-related complications, and long-term outcomes, in comparison with 28 sex-matched controls. Primary endpoint was death from any cause; secondary endpoints were transplant-related complications (rejection, infection, cardiac allograft vasculopathy). A value of p < 0.05 was considered of statistical significance. Results: PPCM patients and matched controls were comparable for most variables (all p values > 0.05), except for a higher use of inotropes at the time of HT in PPCM group (p = 0.03). During a median follow-up of 7.7 years, 16 patients died, 3 (21.5%) in PPCM group and 13 (46.5%) in control group. Mortality was significantly lower in PPCM group (p = 0.03). No significant difference was found in terms of transplant-related complications (p > 0.05). Conclusions: Long-term outcomes following HT for PPCM are favorable. Heart transplantation is a valuable option for PPCM patients who did not recover significantly under medical treatment.
  • Treinamento Intervalado de Alta Intensidade em Transplantados de Coração: Uma Revisão Sistemática com Meta-Análise Review Article

    Perrier-Melo, Raphael José; Figueira, Fernando Augusto Marinho dos Santos; Guimarães, Guilherme Veiga; Costa, Manoel da Cunha

    Resumo em Português:

    Resumo O transplante de coração é considerado procedimento eficiente e padrão ouro para pacientes com quadro de insuficiência cardíaca terminal. Verifica-se que após o procedimento cirúrgico os pacientes apresentam menor valor de potência aeróbia (VO2máx) e respostas hemodinâmicas descompensadas. O objetivo do presente estudo foi de verificar por meio de uma revisão sistemática com meta-análise se o treinamento intervalado de alta intensidade é capaz de proporcionar benefícios a tais capacidades. Trata-se de uma revisão sistemática com meta-análise, que realizou buscas em pares nas bases e portais de dados PubMed, Web of Science, Scopus, Science Direct e Wiley até dezembro de 2016. Para busca dos artigos utilizaram-se os termos e descritores: “heart recipient” OR “heart transplant recipient” OR ”heart transplant” OR “cardiac transplant” OR “heart graft”. Os descritores pelo DeCS e Mesh foram: “heart transplantation’’ OR “cardiac transplantation”. As palavras utilizadas em combinação (AND) foram “exercise training” OR “interval training” OR “high intensity interval training” OR “high intensity training” OR “anaerobic training” OR “intermittent training” OR “sprint training”. A busca inicial identificou 1064 estudos. Em seguida, apenas os estudos que analisaram a influência do treinamento intervalado de alta intensidade no período pós transplante foram adicionados, sendo, assim, três estudos analisados. O nível adotado nas análises estatísticas para determinar significância foi de 0,05. Verificou-se que, entre 8 e 12 semanas de intervenção, os pacientes transplantados de coração apresentaram melhoras significativas em VO2pico, frequência cardíaca e pressão arterial pico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Heart transplantation (HTx) is considered an efficient and gold-standard procedure for patients with end-stage heart failure. After surgery, patients have lower aerobic power (VO2max) and compensatory hemodynamic responses. The aim of the present study was to assess through a systematic review with meta-analysis whether high-intensity interval training (HIIT) can provide benefits for those parameters. This is a systematic review with meta-analysis, which searched the databases and data portals PubMed, Web of Science, Scopus, Science Direct and Wiley until December 2016 (pairs). The following terms and descriptors were used: “heart recipient” OR “heart transplant recipient” OR ”heart transplant” OR “cardiac transplant” OR “heart graft”. Descriptors via DeCS and Mesh were: “heart transplantation’’ OR “cardiac transplantation”. The words used in combination (AND) were: “exercise training” OR “interval training” OR “high intensity interval training” OR “high intensity training” OR “anaerobic training” OR “intermittent training” OR “sprint training”. The initial search identified 1064 studies. Then, only those studies assessing the influence of HIIT on the post-HTx period were added, resulting in three studies analyzed. The significance level adopted was 0.05. Heart transplant recipients showed significant improvement in VO2peak, heart rate and peak blood pressure in 8 to 12 weeks of intervention.
  • Caso 1/2018 - Homem Jovem com Cardiopatia que se Expressou Principalmente por Arritmias Ventriculares, Disfunção de Ventrículo Direito e Síncope Review Article

    Favarato, Desiderio; Benvenuti, Luiz Alberto
  • Um Caso de Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito Pré-natal Case Report

    Lopes, Lilian Maria; Pacheco, Juliana Torres; Schultz, Regina; Francisco, Rossana Pulcineli Vieira; Zugaib, Marcelo
  • Linfoma Cardíaco: Uma Causa Rara de Insuficiência Cardíaca Aguda com Fisiologia Restritiva Image

    Garagoli, Fernando; Guzzetti, Ezequiel; Lillo, Ezequiel; Lucas, Luciano; Belziti, César
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br