Acessibilidade / Reportar erro
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Volume: 115, Número: 5, Publicado: 2020
  • O Legado do Professor Eduardo Sosa Editorial

    Ramires, José Antonio Franchini; Grupi, Cesar; Scanavacca, Mauricio Ibrahim
  • Reflexão sobre Conflitos de Interesses em Diretrizes Médicas Editorial

    Grinberg, Max
  • Volume Vascular Pulmonar Estimado por Software Automatizado é um Preditor de Mortalidade após Embolia Pulmonar Aguda Artigo Original

    Soriano, Leonardo; Santos, Marcel Koenigkam; Wada, Danilo Tadeu; Vilalva, Kelvin; Castro, Talita Tavares; Weinheimer, Oliver; Muglia, Valdair Francisco; Pazin Filho, Antonio; Miranda, Carlos Henrique

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A embolia pulmonar aguda (EPA) tem desfecho clínico variável. A angiotomografia computadorizada (angio-CT) é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico. Objetivo: Avaliar se o volume vascular pulmonar (VVP) quantificado por software automatizado é um preditor de mortalidade após EPA. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo no qual a imagem da angio-CT de 61 pacientes com EPA foi reanalisada. O VVP e o volume pulmonar (VP) foram estimados automaticamente pelo software Yacta. Calculamos o VVP ajustado pela razão: VVP(cm3)/VP(litros). Parâmetros prognósticos clássicos da angio-CT (carga embólica; razão do diâmetro do ventrículo direito/ventrículo esquerdo; razão do diâmetro da artéria pulmonar/aorta; desvio do septo interventricular; infarto pulmonar e refluxo de contraste na veia hepática) foram avaliados. A mortalidade em 1 mês foi o desfecho analisado. Consideramos um valor de p <0,05 como estatisticamente significativo. Resultados: Sete mortes (11%) ocorreram entre os 61 pacientes durante 1 mês de seguimento. O VVP ajustado <23cm3/L foi um preditor independente de mortalidade na análise univariada (odds ratio [OR]: 26; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 3-244; p=0,004) e na análise multivariada (OR ajustado: 19 [IC95%: 1,3-270]; p=0,03). Os parâmetros clássicos da angio-CT não foram associados à mortalidade em 1 mês nesta amostra. O VVP ajustado <23cm3/L apresentou sensibilidade de 86%, especificidade de 82%, valor preditivo negativo de 94% e valor preditivo positivo de 64% para identificação dos pacientes que morreram. Conclusão: VVP ajustado <23cm3/L foi um preditor independente de mortalidade após EPA. Esse parâmetro mostrou melhor desempenho prognóstico do que os outros achados clássicos da angio-CT. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(5):809-818)

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Acute pulmonary embolism (APE) has a variable clinical outcome. Computed tomography pulmonary angiography (CTPA) is the gold standard for this diagnosis. Objective: To evaluate if the pulmonary vascular volume (PVV) quantified by automated software is a mortality predictor after APE. Methods: Retrospective cohort study where the CTPA imaging of 61 patients with APE was reanalyzed. Pulmonary vascular volume (PVV) and pulmonary volume (PV) were automatically estimated using the Yacta software. We calculated the adjusted PVV by the ratio: PVV(cm3)/PV(liters). Classical prognostic CTPA parameters (clot load index, right ventricle/left ventricle diameter ratio, pulmonary artery/aorta diameter ratio, ventricular septal bowing, pulmonary infarction and reflux of contrast into the hepatic vein) were assessed. The outcome assessed was one-month mortality. We considered a p-value <0.05 as statistically significant. Results: Seven deaths (11%) occurred at one month among these 61 patients. PVV<23cm3/L was an independent predictor of one-month mortality in the univariate [odds ratio (OR): 26; 95% confidence interval (CI): 3-244; p=0.004] and multivariate analyses [adjusted OR: 19; 95%CI: 1.3-270; p=0.03]. The classical CTPA parameters were not associated with one-month mortality in this sample. The PVV<23cm3/L showed a sensitivity of 86%, a specificity of 82%, a negative predictive value of 94% and a positive predictive value of 64% to identify the patients who died. Conclusion: PVV<23cm3/L was an independent predictor of one-month mortality after APE. This parameter showed better prognostic performance than other classical CTPA findings. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(5):809-818)
  • Mais Estudos devem ser Realizados sobre o Volume Vascular Pulmonar Estimado por Software Automatizado em Embolia Pulmonar Aguda Minieditorial

    Nacif, Marcelo Souto
  • Melhora no Consumo Máximo de Oxigênio e na Ventilação após Tratamento com Sacubitril-Valsartana Artigo Original

    Gonçalves, António Valentim; Pereira-da-Silva, Tiago; Galrinho, Ana; Rio, Pedro; Soares, Rui; Feliciano, Joana; Moreira, Rita Ilhão; Silva, Sofia; Alves, Sandra; Capilé, Eunice; Ferreira, Rui Cruz

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento O tratamento com sacubitril-valsartana teve seu benefício prognóstico confirmado no ensaio PARADIGM-HF. No entanto, dados sobre alterações no teste de esforço cardiopulmonar (TECP) com o uso de sacubitril-valsartana são escassos. Objetivo O objetivo deste estudo foi comparar os parâmetros do TECP antes e depois do tratamento com sacubitril-valsartana. Métodos Avaliação prospectiva de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) crônica e fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≤40%, mesmo sob terapia padrão otimizada, que iniciaram tratamento com sacubitril-valsartana, sem expectativa de tratamentos adicionais para a IC. Os dados do TECP foram coletados na semana anterior e 6 meses depois do tratamento com sacubitril-valsartana. Diferenças estatísticas com valor p <0,05 foram consideradas significativas. Resultados De 42 pacientes, 35 (83,3%) completaram o seguimento de 6 meses, uma vez que 2 (4,8%) morreram e 5 (11,9%) interromperam o tratamento devido a eventos adversos. A média de idade foi de 58,6±11,1 anos. A classe NYHA (classificação da New York Heart Association) melhorou em 26 (74,3%) pacientes. O consumo máximo de oxigênio (VO2max) (14,4 vs. 18,3 ml/kg/min, p<0,001), a inclinação VE/VCO2 (36,7 vs. 31,1, p<0,001) e a duração do exercício (487,8 vs. 640,3 s, p<0,001) também melhoraram com o uso de sacubitril-valsartana. O benefício foi mantido mesmo com a dose de 24/26 mg (13,5 vs. 19,2 ml/kg/min, p=0,018) de sacubitril-valsartana, desde que esta tenha sido a maior dose tolerada. Conclusões O tratamento com sacubitril-valsartana está associado a uma melhora acentuada do VO2max, da inclinação VE/VCO2 e da duração do exercício no TECP. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background Sacubitril/valsartan had its prognosis benefit confirmed in the PARADIGM-HF trial. However, data on cardiopulmonary exercise testing (CPET) changes with sacubitril-valsartan therapy are scarce. Objective This study aimed to compare CPET parameters before and after sacubitril-valsartan therapy. Methods Prospective evaluation of chronic heart failure (HF) patients with left ventricular ejection fraction ≤40% despite optimized standard of care therapy, who started sacubitril-valsartan therapy, expecting no additional HF treatment. CPET data were gathered in the week before and 6 months after sacubitril-valsartan therapy. Statistical differences with a p-value <0.05 were considered significant. Results Out of 42 patients, 35 (83.3%) completed the 6-month follow-up, since 2 (4.8%) patients died and 5 (11.9%) discontinued treatment for adverse events. Mean age was 58.6±11.1 years. New York Heart Association class improved in 26 (74.3%) patients. Maximal oxygen uptake (VO2max) (14.4 vs. 18.3 ml/kg/min, p<0.001), VE/VCO2slope (36.7 vs. 31.1, p<0.001), and exercise duration (487.8 vs. 640.3 sec, p<0.001) also improved with sacubitril-valsartan. Benefit was maintained even with the 24/26 mg dose (13.5 vs. 19.2 ml/kg/min, p=0.018) of sacubitril-valsartan, as long as this was the highest tolerated dose. Conclusions Sacubitril-valsartan therapy is associated with marked CPET improvement in VO2max, VE/VCO2slope, and exercise duration. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)
  • Terapia com o Inibidor da Neprilisina e do Receptor de Angiotensina e Melhora de Parâmetros de Exercício na Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida Minieditorial

    Schwartzmann, Pedro
  • Frequência e Motivos para a não Administração e Suspensão de Medicamentos durante um Evento de Síndrome Coronariana Aguda. Estudo ERICO Artigo Original

    Santos, Rafael C. O.; Bensenor, Isabela M.; Goulart, Alessandra C.; Lotufo, Paulo A.; Santos, Itamar S.

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamentos: Poucos estudos discutiram causas para o subtratamento medicamentoso na SCA. Objetivos: Avaliar a não-administração e suspensão de medicamentos durante o tratamento intra-hospitalar da SCA na Estratégia de Registro de Síndrome Coronariana Aguda (estudo ERICO). Métodos: Analisamos prontuários de 563 participantes ERICO para avaliar a frequência e motivos da não administração e/ou suspensão de medicamentos. Construímos modelos de regressão logística para avaliar se sexo, idade ≥65 anos, nível educacional ou subtipo de SCA estavam associados com (a) não administração de ≥1 medicamentos; e (b) não administração ou suspensão de ≥1 medicamentos. O nível de significância foi 5%. Resultados: A amostra é composta por 58,1% de homens e com idade mediana de 62 anos. Em 183 (32,5%) participantes ≥1 medicamentos não foram administrados e 288 (51,2%) apresentaram ≥1 medicamentos não administrados ou suspensos. As causas mais frequentes foram risco de sangramento (aspirina, clopidogrel e heparina), insuficiência cardíaca (betabloqueadores) e hipotensão (inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores dos receptores da angiotensina). Indivíduos com idade ≥65 anos (razão de chances [RC]:1,51; intervalo de confiança de 95% [IC95%]:1,05-2,19) e com angina instável (RC:1,72; IC95%:1,07-2,75) tiveram maior chance de não-administração. Considerando apenas pacientes com infarto do miocárdio, idade ≥65 anos foi associada tanto à não administração quanto à não administração ou suspensão. Conclusões: A não administração ou suspensão de ≥1 medicamento não foi rara no estudo ERICO. Indivíduos com idade ≥65 anos ou com angina instável tiveram maior chance de não administração e podem ser subtratados nesse cenário.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Few studies have discussed the reasons for pharmacological undertreatment of Acute Coronary Syndrome (ACS). Objectives: To determine the frequency and reasons for the non-administration and suspension of medications during in-hospital treatments of ACS in the Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome (ERICO) study. Methods: The present study analyzed the medical charts of the 563 participants in the ERICO study to evaluate the frequency and reasons for the non-administration and/or suspension of medications. Logistic regression models were built to analyze if sex, age ≥65 years of age, educational level, or ACS subtype were associated with (a) the non-administration of ≥1 medications; and (b) the non-administration or suspension of ≥1 medications. The significance level was set at 5%. Results: This study's sample included 58.1% males, with a median of 62 years of age. In 183 (32.5%) participants, ≥1 medications were not administered, while in 288 (51.2%), ≥1 medications were not administered or were suspended. The most common reasons were the risk of bleeding (aspirin, clopidogrel, and heparin), heart failure (beta blockers), and hypotension (angiotensin-converting enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers). Individuals aged ≥65 (odds ratio [OR]:1.51; 95% confidence interval [95% CI]:1.05-2.19) and those with unstable angina (OR:1.72; 95% CI:1.07-2.75) showed a higher probability for the non-administration of ≥1 medication. Considering only patients with myocardial infarction, being ≥65 years of age was associated with both the non-administration and the non-administration or suspension of ≥1 medication. Conclusions: Non-administration or suspension of ≥1 medication proved to be common in this ERICO study. Individuals of ≥65 years of age or with unstable angina showed a higher probability of the non-administration of ≥1 medication and may be undertreated in this scenario. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(5):830-839)
  • Circunferência do Pescoço e Risco Cardiovascular em 10 Anos na Linha de Base do ELSA-Brasil: Diferenciais por Sexo Artigo Original

    Silva, Acácia Antônia Gomes de Oliveira; Araujo, Larissa Fortunato de; Diniz, Maria de Fátima Haueisen Sander; Lotufo, Paulo Andrade; Bensenor, Isabela Martins; Barreto, Sandhi Maria; Giatti, Luana

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A circunferência do pescoço (CP) é uma medida indireta do tecido adiposo subcutâneo da parte superior do corpo, apontada como um preditor independente de doenças cardiometabólicas. Objetivos: Verificar a associação entre a CP e o risco cardiovascular em 10 anos (risco de doença cardiovascular [DCV] em 10 anos) em homens e mulheres separadamente. Métodos: Análise seccional com inclusão de 13.920 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). A associação entre a CP (utilizada como variável contínua e agregada em quartis) e o risco de DCV em 10 anos, estimado pelo Framingham Global Risk Score (FGRS), foi investigada por meio de modelos lineares generalizados após ajustes por características sociodemográficas, comportamentos em saúde, índice de massa corporal e circunferência da cintura. O nível de significância estatístico adotado foi de 5%. Resultados: A média da CP foi de 39,5 cm (desvio-padrão [DP] de ± 3,6) nos homens e 34,0 cm (DP de ±2,9) nas mulheres. Após ajustes, o aumento de 1 cm na CP foi associado ao incremento de 3% (IC 95%: 1,02 a 1,03) e 5% (IC 95%: 1,04 a 1,06) na média aritmética do risco de DCV em homens e mulheres, respectivamente. No último quartil da CP, homens e mulheres apresentaram um incremento de 18% (IC 95%: 1,13 a 1,24) e 35% (IC 95%: 1,28 a 1,43), respectivamente, na média aritmética do risco de DCV após ajustes. Conclusões: Verificamos associação positiva e independente entre a CP e o risco de DCV em 10 anos. Resultados sugerem que a CP pode contribuir para a predição de risco cardiovascular além daquele observado pelas medidas antropométricas clássicas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Neck circumference (NC), an indirect measure of upper-body subcutaneous adipose tissue, has been pointed out as an independent predictor of cardiometabolic diseases. Objectives: To assess the association between NC and 10-year cardiovascular risk in men and in women. Methods: Cross-sectional analysis of 13,920 participants of the (baseline) Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). The association between NC (used as continuous variable and grouped into quartiles) and the 10-year cardiovascular risk was estimated by the Framingham Global Risk Score and analyzed by generalized linear models after adjustments for sociodemographic characteristics, health behaviors, body mass index and waist circumference. The significance level adopted was 5%. Results: Mean NC was 39.5 cm (SD± 3.6) in men and 34.0 cm (SD±2.9) in women. After adjustments, a one-centimeter increase in NC was associated with an increment of 3% (95%CI1.02-1.03) and 5% (95% 1.04-1.05) in the arithmetic mean of the 10-year CVD risk in men and women, respectively. Men and women in the last quartile showed an increment of 18% (95%CI 1.13-1.24) and 35% (95%CI 1.28-1.43), respectively in the arithmetic mean of the 10-year CVD risk, after adjustments. Conclusions: We found a positive, independent association between NC and the 10-year cardiovascular disease risk. NC may contribute to the prediction of cardiovascular risk, over and above traditional anthropometric measures.
  • Mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio no Brasil de 1996 a 2016: 21 Anos de Contrastes nas Regiões Brasileiras Artigo Original

    Ferreira, Letícia de Castro Martins; Nogueira, Mário Círio; Carvalho, Marilia Sá; Teixeira, Maria Teresa Bustamante

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: O infarto agudo do miocárdio (IAM), principal causa de morte no Brasil, apresenta disparidades regionais nas tendências temporais das taxas de mortalidade dos últimos anos. Estudos anteriores de tendências temporais não fizeram correção para os códigos-lixo de causas de mortalidade, o que pode ter enviesado as estimativas. Objetivo: Analisar as desigualdades regionais e por sexo na tendência de mortalidade por IAM no Brasil no período de 1996 a 2016. Métodos: Estudo de séries temporais de 21 anos (1996 a 2016). Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e das estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram feitas correções de óbitos por causas mal definidas, códigos-lixo e sub-registro. As séries temporais desagregadas por grandes regiões, sexo, capitais e interior foram analisadas utilizando a técnica de regressão linear segmentada por Jointpoint. O nível de significância estatística adotado foi de 5%. Resultados: No período, a mortalidade diminuiu mais acentuadamente no sexo feminino (–2,2%; IC 95%: –2,5; –1,9) do que no masculino (–1,7%; IC 95%: –1,9; –1,4), e mais nas capitais (–3,8%; IC 95%: –4,3; –3,3) do que no interior (–1,5%; IC 95%: –1,8; –1,3). Foram verificadas desigualdades regionais com aumento para homens residentes no interior do Norte (3,3; IC 95%: 1,3; 5,4) e Nordeste (1,3%; IC 95%: 1,0; 1,6). O nível de significância estatística adotado foi de 5%. As taxas de mortalidade após correções, principalmente pela redistribuição dos códigos-lixo, apresentaram expressiva diferença em relação às estimativas sem correções. Conclusões: Embora a mortalidade por IAM apresente redução no Brasil nos últimos anos, essa tendência é desigual segundo região e sexo. Desse modo, as correções dos números de óbitos são essenciais para estimativas mais fidedignas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Acute myocardial infarction (AMI), the leading cause of death in Brazil, has presented regional disparities in mortality rate time trends in recent years. Previous time trend studies did not correct for cause-of-death garbage codes, which may have skewed the estimates. Objective: To analyze regional and gender-based inequalities in the AMI mortality trend in Brazil from 1996-2016. Methods: A 21-year time series study (1996-2016). Data are from the Mortality Information System and population estimates from the Brazilian Institute of Geography and Statistics. Corrections of deaths due to ill-defined causes of death, garbage codes, and underreporting were made. The time series broken down by major geographic regions, gender, capital cities, and other municipalities was analyzed using the linear regression technique segmented by Jointpoint. Statistical significance level was set at 5%. Results: In the period, mortality decreased more sharply in women (−2.2%; 95% CI: −2.5; −1.9) than in men (−1.7%; 95% CI: - 1.9; −1.4) and more in the capital cities (−3.8%; 95% CI: - 4.3; −3.3) than in other municipalities (−1.5%; 95% CI: - 1.8; −1.3). Regional inequalities were observed, with an increase for men living in other municipalities of the North (3.3; 95% CI: 1.3; 5.4) and Northeast (1.3%; 95% CI: 1.0; 1.6). Statistical significance level was set at 5%. Mortality rates after corrections showed a significant difference in relation to the estimates without corrections, mainly due to the redistribution of garbage codes. Conclusions: Although AMI-related mortality has decreased in Brazil in recent years, this trend is uneven by region and gender. Correcting the numbers of deaths is essential to obtaining more reliable estimates.
  • Resultado Evolutivo de Infartos Agudos do Miocárdio em Cinco Regiões Geográficas Brasileiras ao Longo de Duas Décadas Minieditorial

    Mansur, Alfredo José
  • Repercussões da Pandemia de COVID-19 na Prática Assistencial de um Hospital Terciário Artigo Original

    Almeida, André Luiz Cerqueira; Santo, Thyago Monteiro do Espírito; Mello, Maurício Silva Santana; Cedro, Alexandre Viana; Lopes, Nilson Lima; Ribeiro, Ana Paloma Martins Rocha; Mota, João Gustavo Cerqueira; Mendes, Rodrigo Serapião; Almeida, Paulo André Abreu; Ferreira, Murilo Araújo; Arruda, Diego Moreira; Santos, Adriana Aguiar Pepe; Rios, Vinícius Guedes; Dantas, Maria Rosa Nascimento; Silva, Viviane Almeida; Silva, Marcos Gomes da; Sampaio, Patrick Harrison Santana; Guimarães, André Raimundo; Santos, Edval Gomes

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento Ainda não temos informações acerca do impacto da pandemia da COVID-19 sobre a atividade médica assistencial no Brasil. Objetivo Descrever as repercussões da pandemia da COVID-19 na rotina de atendimentos em um hospital terciário, referência regional em cardiologia e oncologia. Métodos Estudo de corte transversal. Foi realizado levantamento dos atendimentos no período de 23/03/2020 (fechamento do comércio local) até 23/04/2020 (P20) e comparado com o mesmo período em 2019 (P19).Resultados: Detectamos redução no número de consultas cardiológicas, teste ergométrico, Holter, monitorização ambulatorial da pressão arterial, eletrocardiograma e ecocardiograma (90%, 84%, 94%, 92%, 94% e 81%, respectivamente). Em relação à cirurgia cardíaca e cateterismo cardíaco, houve redução de 48% e 60%, respectivamente. Aumento no número de angioplastia transluminal coronária (33%) e de implante de marca-passo definitivo (29%). Houve 97 internamentos na UTI em P19, contra 78 em P20, redução de 20%. Diminuição dos atendimentos no pronto-socorro cardiológico (45%) e nos internamentos na enfermaria de cardiologia (36%). Houve diminuição nas consultas oncológicas de 30%. Sessões de quimioterapia reduziram de 1.944 para 1.066 (45%). Sessões de radioterapia diminuíram 19%. Conclusão A COVID-19 provocou redução considerável no número de consultas nos ambulatórios de cardiologia, oncologia e demais especialidades. Houve uma preocupante diminuição no número de cirurgias cardíacas e nas sessões de quimioterapia e radioterapia nas semanas iniciais da pandemia. A procura por atendimento no pronto-socorro cardiológico, assim como as internações na UTI e enfermaria cardiológicas, também reduziram, gerando preocupação acerca da evolução e prognóstico destes pacientes portadores de outras patologias, que não a COVID-19, nestes tempos de pandemia. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background We still do not have information regarding the impact of the COVID-19 pandemic on medical care activity in Brazil. Objective To describe the repercussions of the COVID-19 pandemic on the care routine of a tertiary hospital, which is a regional reference in cardiology and oncology. Methods Cross-sectional cohort study. We conducted a survey of medical visits from March 23, 2020 (when local commerce was closed) to April 23, 2020 (P20), in comparison with the same period in 2019 (P19). Results We found decreases in the number of cardiology consultations, exercise tests, Holter, ambulatory blood pressure monitoring, electrocardiogram, and echocardiogram (90%, 84%, 94%, 92%, 94%, and 81%, respectively). In relation to cardiac surgery and cardiac catheterization, there were 48% and 60% decreases, respectively. There was an increase in the number of percutaneous transluminal coronary angioplasties (33%) and definitive pacemaker implantations (29%). There were 97 admissions to the ICU during P19, in contrast with 78 during P20, a 20% decrease. Visits to the cardiac emergency room (45%) and admissions to the cardiology ward (36%) also decreased. The decrease in oncology consultations was 30%. Chemotherapy sessions decreased from 1,944 to 1,066 (45%), and radiotherapy sessions decreased by 19%. Conclusion COVID-19 has led to a considerable decrease in the number of consultations in outpatient clinics for cardiology, oncology, and other specialties. There was a concerning decrease in the number of cardiac surgeries, chemotherapy sessions, and radiotherapy sessions during the initial weeks of the pandemic. The number of people seeking care in the cardiac emergency room and the number of admissions to the cardiology ward and ICU also decreased, generating concern regarding the evolution and prognosis of these patients with pathologies other than COVID-19 during this pandemic time. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)
  • As Consequências Não Aparentes Fora do Espectro da COVID da Pandemia de COVID-19 Minieditorial

    Feitosa, Gilson
  • Associação de Fatores de Risco Cardiovascular e Polimorfismo de APOE com Mortalidade em Idosos Longevos: Uma Coorte de 21 Anos Artigo Original

    Vivian, Lilian; Bruscato, Neide Maria; Werle, Berenice Maria; Carli, Waldemar de; Soares, Renata Alonso Gadi; Santos, Paulo Caleb de Lima; Moriguchi, Emilio Hideyuki

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: O conhecimento dos fatores ambientais e genéticos para um envelhecimento bem-sucedido em idosos longevos é controverso. Acrescenta-se a esta evidência, o fato de serem poucos os estudos delineados com essa população. Objetivo: Investigar a relação entre os genótipos mais frequentes da apolipoproteína E (APOE) e a mortalidade em idosos longevos que vivem em comunidade e sua sobrevida de acordo com os fatores de risco cardiovascular. Métodos: Uma amostra de 74 idosos com 80 anos ou mais da coorte do Projeto Veranópolis foi selecionada para genotipagem da APOE. Na linha de base, foram coletadas variáveis antropométricas, dosagens sanguíneas de glicose e lipídeos, pressão arterial e variáveis de estilo de vida (tabagismo, consumo de álcool e atividade física). A escala Bayer de Atividades da Vida Diária foi aplicada aos cuidadores dos idosos. O tempo de seguimento total do estudo foi 21 anos. Um p<0,05 bicaudal foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Não encontramos associação entre os genótipos da APOE e mortalidade. Entretanto, o risco de morte em idosos fumantes foi 2,30 vezes (hazard ratio [HR]; intervalo de confiança de 95% [IC 95%] 1,01 a 5,24); em diabéticos, 3,95 vezes (HR; IC 95% 1,27 a 12,30) do risco dos não diabéticos. Indivíduos que praticavam atividade física vigorosa tiveram uma redução no risco de óbito em 51% (HR = 0,49; IC 95% 0,27 a 0,88). Para o aumento de 1 mmHg na pressão arterial sistólica houve uma redução de 2% (HR = 0,98; IC 95% 0,97 a 0,99) no risco de morte. Conclusão: Nesta amostra de longevos, não houve associação entre os genótipos da APOE e mortalidade. Entretanto, os fatores de risco cardiovasculares clássicos podem ser importantes para a mortalidade geral em pessoas muito idosas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Knowledge of environmental and genetic factors for healthy aging in elderly people is controversial. In addition to this evidence, few studies have been designed for this population. Objectives: To investigate the relationship between the most frequent apolipoprotein E (APOE) genotypes and mortality in very elderly individuals living in a community and to evaluate survival according to cardiovascular risk factors. Methods: A sample of 74 elderly individuals aged ≥ 80 years, from the Veranópolis Project cohort, was selected for APOE genotyping. At baseline, anthropometric variables, glucose and lipid levels, blood pressure, and lifestyle variables (smoking, alcohol consumption, and physical activity) were collected. The Bayer Activities of Daily Living Scale was applied to their caregivers. Total study follow-up was 21 years. Two-sided p < 0.05 was considered statistically significant. Results: There was no association between APOE genotypes and mortality. However, the risk of death in elderly smokers was 2.30 times higher (hazard ratio [HR], 95% CI 1.01 to 5.24); in individuals with diabetes, it was 3.95 times higher (HR, 95% CI 1.27 to 12.30) than in individuals without diabetes. Subjects who practiced vigorous physical activity had a 51% reduction in risk of death (HR = 0.49, 95% CI 0.27 to 0.88). For an increase of 1 mmHg in systolic blood pressure, there was a 2% reduction (HR = 0.98, 95% CI 0.97 to 0.99) in risk of death. Conclusion: In this sample population, APOE genotypes were not associated with mortality. However, classic cardiovascular risk factors may be important for overall mortality in the very elderly.
  • O Estilo de Vida dos Muito Idosos Importa Minieditorial

    Cesena, Fernando H. Y.
  • Exercício Aeróbio e Função Cardíaca de Murinos Expostos à Doxorrubicina: uma Metanálise Artigo Original

    Matos, Mariana Inocêncio; Rubini, Ercole da Cruz; Meirelles, Frederico de Oliveira; Silva, Elirez Bezerra da

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A cardiotoxicidade pode ser uma consequência do tratamento com doxorrubicina (DOX). Objetivos: Verificar o efeito do exercício aeróbio na prevenção da disfunção cardíaca de murinos expostos à DOX. Método: Uma busca abrangente foi realizada em nove bases de dados, em dezembro de 2017. Estudos que avaliaram a função cardíaca de murinos expostos à DOX foram incluídos. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Na comparação entre 230 murinos submetidos a exercício aeróbio mais DOX e 222 controles (tratados somente com DOX), a fração de encurtamento mostrou uma melhora de 5,33% a favor do grupo experimental (p = 0,0001). A pressão desenvolvida no ventrículo esquerdo também mostrou um aumento de 24,84 mmHg a favor do grupo de 153 murinos que realizaram exercício em comparação com o grupo controle de 166 murinos (p = 0,00001). Conclusão: Estudos pré-clínicos incluídos nesta metanálise indicaram que o exercício é uma boa estratégia não farmacológica para preservar a função cardíaca pós-DOX.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Cardiotoxicity may be a consequence of treatments with doxorubicin (DOX). Objectives: To investigate the effect of aerobic exercise on the prevention of cardiac dysfunction in murines exposed to DOX. Method: A comprehensive search was conducted in 9 databases in December 2017. Studies that evaluated the cardiac function of murines exposed to DOX were included. The significance level adopted was 5%. Results: In a comparison between 230 murines that underwent aerobic exercise plus DOX treatment and 222 control murines (DOX treatment only), fractional shortening showed an improvement of 5.33% in favor of the experimental group (p = 0.00001). Left ventricle developed pressure also showed an increase of 24.84 mm Hg in favor of the group of 153 murines that performed exercise in comparison to the control group of 166 murines (p = 0.00001). Conclusion: Preclinical studies included in this meta-analysis indicated that exercise is a good nonpharmacological strategy for preserving post-DOX cardiac function.
  • Metanálise Pré-clínica: Outro Tijolo na Parede Minieditorial

    Pereira, Amanda Gomes; Garzesi, André Monti; Paiva, Sergio Alberto Rupp; Polegato, Bertha Furlan
  • Estudo da Reatividade Microvascular em Pacientes Hipertensos com Adiposidade Corporal Elevada Artigo Original

    d'El-Rei, Jenifer; Cunha, Michelle Rabello; Mattos, Samanta de Souza; Marques, Bianca Cristina; Menezes, Viviane Prangiel de; Cunha, Ana Rosa; França, Érica Monteiro; Oigman, Wille; Neves, Mario Fritsch

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Diversos índices antropométricos têm sido propostos para determinar a associação entre excesso de peso e fatores de risco cardiovascular. Objetivo: Avaliar a relação entre adiposidade corporal e reatividade microvascular em pacientes hipertensos sob terapia anti-hipertensiva. Métodos: Pacientes hipertensos tratados de 40 a 70 anos foram submetidos à avaliação de índices antropométricos: conicidade (IC), adiposidade corporal (IAC), adiposidade visceral (IAV) e relação cintura-estatura (RCE). Os participantes foram divididos pelos tercis de percentual de gordura (%G) obtido pela bioimpedância elétrica (BIA) e submetidos a teste de reatividade microvascular (laser speckle contrast image), medida da velocidade da onda de pulso (VOP). O valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: A variação da área sob a curva (ASC) da perfusão cutânea foi inferior no tercil superior (97 ± 57% vs. 67 ± 36%; p = 0,027). O %G apresentou correlação significativa com RCE (r = 0,77; p < 0,001), IAV (r = 0,41; p = 0,018), IC (r = 0,60; p < 0,001) e IAC (r = 0,65; p < 0,001) nos homens e somente com RCE (r = 0,55; p < 0,001) e IAC (r = 0,60; p < 0,001) nas mulheres. Na regressão linear, a ASC mostrou associação independente com o %G (β =–3,15; p = 0,04) nas mulheres e com a glicemia (β = –1,15; p = 0,02) nos homens. Não houve diferença nas medidas de VOP. Conclusão: Os índices antropométricos de obesidade foram mais associados ao %G nos homens. A maior adiposidade corporal foi relacionada com menor reatividade microvascular, o que foi mais evidente nas mulheres. Não houve diferença na rigidez arterial, o que pode ter sido influenciado pelo tratamento anti-hipertensivo.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Several anthropometric indexes have been proposed to determine the association between overweight and cardiovascular risk factors. Objective: To evaluate the relationship between body adiposity and microvascular reactivity in hypertensive patients under antihypertensive therapy. Methods: Treated hypertensive patients aged 40 to 70 were submitted to evaluation of anthropometric indexes: conicity (CI), body adiposity (BAI), visceral adiposity (VAI) and waist-to-height ratio (WHtR). Participants were divided by the terciles of fat percentage (%F) obtained by bioelectrical impedance. The patients underwent microvascular reactivity test (Laser Speckle Contrast Image) and pulse wave velocity (PWV) measurement. The p value <0.05 was considered statistically significant. Results: The variation of the area under the curve (AUC) of the skin perfusion was lower in the upper tercile (97±57% vs. 67±36%; p=0.027). %F showed significant correlation with WHtR (r=0.77; p<0.001), VAI (r=0.41; p=0.018), CI (r=0.60; p<0.001), BAI (r=0.65; p<0.001) in men and only with WHtR (r=0.55; p<0.001) and BAI (r=0.60; p<0.001) in women. In linear regression, AUC was independently associated with %F (β=−3.15; p=0.04) in women and with blood glucose (β=−1.15; p=0.02) in men. There was no difference in PWV measurements. Conclusion: Anthropometric indices were more associated with %F in men. Higher body adiposity was associated with lower microvascular reactivity, which was more evident in women. There was no difference in arterial stiffness, which may have been influenced by antihypertensive treatment.
  • Os Estudos da Reatividade Microvascular Contribuem na Prática Clínica? Minieditorial

    Cunha, Claudio Leinig Pereira da
  • A Gravidade da Doença Afeta os Parâmetros de Repolarização Ventricular em Pacientes com COVID-19 Artigo Original

    Koc, Mevlut; Sumbul, Hilmi Erdem; Gulumsek, Erdinc; Koca, Hasan; Bulut, Yurdaer; Karakoc, Emre; Turunc, Tuba; Bayrak, Edip; Ozturk, Huseyin Ali; Aslan, Muhammed Zubeyir; Demirtas, Abdullah Orhan; Icen, Yahya Kemal

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Não há estudos avaliando o intervalo Tpico-Tfim (Tpe), a relação Tpe/QT e a relação Tpe/QTc para avaliar arritmias cardíacas em pacientes com COVID-19. Objetivo: Visamos investigar se há alterações nos intervalos QT, QTc e Tpe e nas relações Tpe/QT e Tpe/QTc em pacientes com COVID-19. Métodos: O estudo incluiu 90 pacientes com infecção por COVID-19 e 30 controles saudáveis pareados por sexo e idade. Foram aferidos os intervalos QT, QTc e Tpe e as relações Tpe/QT e Tpe/QTc. Os participantes incluídos no estudo foram divididos nos seguintes 4 grupos: controles saudáveis (grupo I), pacientes com COVID-19 sem pneumonia (grupo II), pacientes com COVID-19 e pneumonia leve (grupo III) e pacientes com COVID-19 e pneumonia grave (grupo IV). Significância estatística foi definida por valor p < 0,05. Resultados: Verificou-se que a frequência cardíaca basal, a presença de hipertensão e diabetes, a contagem de leucócitos, o nitrogênio ureico no sangue, a creatinina, o potássio, o aspartato aminotransferase, a alanina aminotransferase, o NT-proBNP, a proteína C reativa de alta sensibilidade, o dímero-D, a TncI-as, o intervalo Tpe, a relação Tpe/QT e a relação Tpe/QTc aumentaram do grupo I para o grupo IV e foram significativamente mais altos em todos os pacientes do grupo IV (p < 0,05). A pressão arterial sistólica, a hemoglobina e os níveis de cálcio eram menores no grupo IV e significativamente menores em comparação com os demais grupos (< 0,05). Os intervalos QT e QTc eram semelhantes entre grupos. Determinou-se que os níveis elevados de frequência cardíaca, cálcio, dímero-D, NT-proBNP e PCR-as eram significativamente relacionados a Tpe, Tpe/QT e Tpe/QTc. Conclusões: Em pacientes com COVID-19 e pneumonia grave, o intervalo Tpe, a relação Tpe/QT e a relação Tpe/QTc, que estão entre os parâmetros de repolarização ventricular, foram aumentados, sem prolongação dos intervalos QT e QTc. A partir deste estudo, não podemos definitivamente concluir que as alterações eletrocardiográficas observadas estão diretamente relacionadas à infecção por COVID-19 ou à inflamação, mas sim associadas a cenários graves de COVID-19, que podem envolver outras causas de inflamação e comorbidades.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: There is no study evaluating the Tpeak-Tend (Tpe) interval, Tpe/QT ratio, and Tpe/QTc ratio to assess cardiac arrhythmias in patients with COVID-19. Objective: We aimed to examine whether there is a change in QT, QTc, Tpe interval, Tpe/QT ratio, and Tpe/QTc ratio in patients with COVID-19. Methods: The study included 90 patients with COVID-19 infection and 30 age-and-sex-matched healthy controls. QT, QTc, Tpe interval, Tpe/QT ratio, and Tpe/QTc ratio were measured. The participants included in the study were divided into the following 4 groups: healthy controls (group I), patients with COVID-19 without pneumonia (group II), patients with COVID-19 and mild pneumonia (group III), and patients with COVID-19 and severe pneumonia (group IV). Statistical significance was set at p < 0.05. Results: It was found that baseline heart rate, presence of hypertension and diabetes, white blood cell count, blood urea nitrogen, creatinine, potassium, aspartate aminotransferase, alanine aminotransferase, NT-proBNP, high sensitive C reactive protein, D-dimer, hs-cTnI, Tpe, Tpe/QT, and Tpe/QTc increased from group I to group IV, and they were significantly higher in all patients in group IV (p < 0.05). Systolic-diastolic blood pressure, hemoglobin, and calcium levels were found to be lowest in group IV and significantly lower than in other groups (< 0.05). QT and QTc intervals were similar between groups. It was determined that increased heart rate, calcium, D-dimer, NT-proBNP and hs-CRP levels were significantly related to Tpe, Tpe/QT, and Tpe/QTc. Conclusions: In patients with COVID-19 and severe pneumonia, Tpe, Tpe/QT ratio, and Tpe/QTc ratio, which are among ventricular repolarization parameters, were found to be increased, without prolonged QT and QTc intervals. In this study, we cannot definitively conclude that the ECG changes observed are directly related to COVID-19 infection or inflammation, but rather associated with severe COVID-19 scenarios, which might involve other causes of inflammation and comorbidities. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(5):907-913)
  • Repolarização Ventricular como Ferramenta de Monitoramento da Atividade Elétrica Cardíaca Minieditorial

    Pastore, Carlos Alberto
  • Hospitalização por Infarto Agudo do Miocárdio: Um Registro de Base Populacional Artigo Original

    Alves, Leonardo; Polanczyk, Carisi Anne

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: O infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI) é uma das principais apresentações clínicas da cardiopatia isquêmica. Dados de base populacional são relevantes para entendimento contemporâneo da epidemiologia da doença. Objetivo: Descrever incidência, manejo terapêutico, desfechos clínicos hospitalares e eventos cardiovasculares do primeiro ano de seguimento dos indivíduos hospitalizados por STEMI. Métodos: Estudo de coorte prospectiva de base populacional com registro consecutivo das hospitalizações por STEMI em uma cidade do Sul do Brasil entre 2011 e 2014. Foram incluídos indivíduos com STEMI que apresentaram sintomas de isquemia miocárdica aguda nas últimas 72 horas. Os valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Resultados: A incidência anual de hospitalizações por STEMI foi de 108 casos por 100.000 habitantes. A incidência ajustada foi maior entre os mais velhos (risco relativo 64,9; IC95% 26,9 – 156,9; p para tendência linear < 0,001) e entre os homens (risco relativo 2,8; IC95% 2,3 – 3,3; p < 0,001). Ocorreram 530 hospitalizações durante o período avaliado e a taxa de reperfusão foi de 80,9%. A mortalidade hospitalar e a taxa de eventos cardiovasculares em 1 ano foram, respectivamente, 8,9% e 6,1%. Os mais velhos apresentaram maior mortalidade hospitalar (risco relativo 3,72; IC95% 1,57 – 8,82; p para tendência linear = 0,002) e mais eventos cardiovasculares em 1 ano (hazard ratio 2,35; IC95% 1,12 – 4,95; p = 0,03). Conclusão: Este registro demonstra abordagem terapêutica e mortalidade hospitalar semelhante às observadas em países desenvolvidos. Entretanto, a taxa de hospitalizações foi maior comparada com esses países.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI) is one of the main clinical manifestations of ischemic heart disease. Population-based data are relevant to better understand the current epidemiology of this condition. Objective: To describe the incidence, therapeutic management, hospital clinical outcomes and cardiovascular events in the first year of follow-up of individuals hospitalized for STEMI. Methods: Population-based prospective cohort study with consecutive registries of hospitalization for STEMI in a city in southern Brazil from 2011 to 2014. It included patients with STEMI who presented acute myocardial ischemia symptoms in the last 72 hours. A p-value < 0.05 was considered significant. Results: The annual incidence of STEMI hospitalizations was 108 cases per 100,000 inhabitants. Adjusted incidence was higher among older individuals (relative risk 64.9; 95% CI 26.9–156.9; p for linear trend < 0.001) and among men (relative risk 2.8; 95% CI 2.3–3.3; p < 0.001). There were 530 hospitalizations in the period under evaluation and the reperfusion rate reached 80.9%. Hospital mortality and the one-year follow-up cardiovascular event rate were, respectively, 8.9% and 6.1%. The oldest patients had higher hospital mortality (relative risk 3.72; 95% CI 1.57–8.82; p for linear trend = 0.002) and more one-year follow-up cardiovascular events (hazard ratio 2.35; 95% CI 1.12–4.95; p = 0.03). Conclusion: This study shows that both the therapeutic approach and hospital mortality are similar to the ones found in developed countries. However, the hospitalization rate was higher in these countries.
  • Análise de um Registro de Base Populacional de Hospitalização por Infarto Agudo do Miocárdio Minieditorial

    Soares, Gabriel Porto
  • Cardiomiopatia Hipertrófica – Revisão Artigo De Revisão

    Bazan, Silméia Garcia Zanati; Oliveira, Gilberto Ornellas de; Silveira, Caroline Ferreira da Silva Mazeto Pupo da; Reis, Fabrício Moreira; Malagutte, Karina Nogueira Dias Secco; Tinasi, Lucas Santos Nielsen; Bazan, Rodrigo; Hueb, João Carlos; Okoshi, Katashi

    Resumo em Português:

    Resumo A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a doença cardíaca de origem genética mais comum, cuja principal característica consiste na hipertrofia ventricular esquerda que acontece na ausência de outras patologias que desencadeiam tal alteração. A CMH pode se apresentar desde formas assintomáticas até manifestações de morte cardíaca súbita e de insuficiência cardíaca refratária. Métodos de imagem contemporâneos de alta resolução e escores clínicos mais acurados vêm sendo utilizados e desenvolvidos no sentido de propiciar uma avaliação prognóstica e funcional mais adequada, bem como possibilitar a estratificação dos casos de maior gravidade. Nesta revisão, serão abordados esses aspectos, entre outros tópicos clássicos inerentes ao estudo dessa doença.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Hypertrophic cardiomyopathy (HCM) is the most common heart disease with a genetic origin, and its main characteristic is left ventricular hypertrophy that occurs in the absence of other conditions that trigger this change. HCM may present from asymptomatic forms to manifestations of sudden cardiac death and severe heart failure. Contemporary high-resolution imaging methods and more accurate clinical scores have been used and developed to provide a prognostic assessment and adequate functional assessments, as well as to allow for the stratification of clinical severity. These aspects will be addressed in this review, along with other classic topics inherent to the study of this disease.
  • Infecção por COVID-19 em Gestante Cardiopata Carta Científica

    Holanda, Lucianna Serfaty de; Vieira, Laíses; Campos, Maria Talita; Holanda, Vitor Bruno Teixeira de; Silva, Ivy Almeida Cavalcante e; Serfaty, Daniel; Vieira Junior, Feliciano Mendes
  • Ações contra a Covid-19 na População com Síndrome de Down Carta Científica

    Russo, Giorgia Castilho; Bernardes, Nathalia; Baraldi, Natália Rezende; Saraiva, Denise Jeanine Berlinger; Angelis, Kátia De; Lantieri, Carla Janice Baister; Saraiva, José Francisco
  • Tópicos Emergentes em Insuficiência Cardíaca: COVID-19 e Insuficiência Cardíaca Carta Científica

    Goldraich, Livia Adams; Silvestre, Odilson Marcos; Gomes, Edval; Biselli, Bruno; Montera, Marcelo Westerlund
  • Tópicos Emergentes em Insuficiência Cardíaca: Novos Paradigmas na Amiloidose Cardíaca Carta Científica

    Simões, Marcus Vinicius; Alves, Silvia Marinho Martins; Fernandes, Fabio; Coelho Filho, Otávio Rizzi; Mangini, Sandrigo

    Resumo em Português:

    Resumo Evidências recentes sugerem que a amiloidose cardíaca é uma doença amplamente subdiagnosticada, particularmente na sua forma ligada à transtirretina, podendo ser uma causa comum de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) no idoso. Os novos paradigmas sobre a doença incluem o desenvolvimento de novas terapias específicas que modificam a história natural da doença. Este artigo traz uma síntese destes novos conceitos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Recent evidence suggests cardiac amyloidosis (CA) is a mostly underdiagnosed condition, particularly in the transthyretin-mediated form, and is a frequent cause of heart failure with preserved ejection fraction (HFpEF) in the elderly. New paradigms about CA also involve the development of disease-modifying specific therapies. This article summarizes these new concepts.
  • Tópicos Emergentes em Insuficiência Cardíaca: Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada e Intermediária Carta Científica

    Fernandes-Silva, Miguel Morita; Mourilhe-Rocha, Ricardo; Brito, Flávio de Souza; Jorge, Antonio José Lagoeiro; Issa, Victor Sarli; Danzmann, Luiz Cláudio
  • Tópicos Emergentes em Insuficiência Cardíaca: Terapias Intervencionistas na Insuficiência Cardíaca Carta Científica

    Rossi Neto, João Manoel; Almeida, Dirceu Rodrigues de; Atik, Fernando Antibas; Avila, Monica Samuel; Bonatto, Marcely Gimenes
  • Tópicos Emergentes em Insuficiência Cardíaca: Nova Era do Tratamento Farmacológico Carta Científica

    Marcondes-Braga, Fabiana G.; Ramires, Felix J. A.; Figueiredo, Estêvão Lanna; Figueiredo Neto, José Albuquerque; Beck-da-Silva, Luís; Rassi, Salvador
  • Stent Ductal Oscilante na Atresia Pulmonar Valvar Imagem

    Gopalakrishnan, Arun; Krishnamoorthy, Kavassery Mahadevan; Kumar, Paidi Suresh; Sivasubramonian, Sivasankaran
  • Forma Hepática Não Progressiva da Doença de Andersen como Mímica da Cardiomiopatia Hipertrófica Imagem

    Mastrocola, Fabio; Oliveira, William Santos de; Porto, Adalberto Atsushi; Mendonça, Roberto Moreno; Oliveira Neto, Nestor Rodrigues de
  • Efeito Cardiodepressor do Acetato de Eugenil em Coração de Roedor Comunicação Breve

    Marques, Leisiane Pereira; Beserra, Samuel Santos; Roman-Campos, Danilo; Gondim, Antonio Nei Santana

    Resumo em Português:

    Resumo No presente trabalho investigou-se o efeito inotrópico do acetato de eugenil (AE), bem como sua ação sobre a corrente de Ca2+ do tipo L (ICa,L). Os experimentos de contratilidade foram realizados em átrio esquerdo isolado de cobaia exposto às concentrações crescentes da droga (1 a 5.000μM). O AE reduziu a força de contração atrial (IC50=558±24,06μM) de modo dependente de concentração. O efeito do AE sobre a ICa,L também foi avaliado em cardiomiócitos ventriculares isolados de camundongos, utilizando-se a técnica de “patch-clamp”. O AE apresentou um efeito inibitório (IC50=1.337±221μM) sobre os canais de Ca2+ sensíveis à voltagem (CaV1.2). Em conclusão, o AE apesenta efeito cardiodepressor que se deve, pelo menos em parte, à diminuição da entrada de Ca2+ nos cardiomiócitos.
  • Tecido Adiposo Epicárdico: Um Novo Parâmetro de Imagem Cardiovascular Profundamente Relacionado às Doenças Cardiovasculares Carta Ao Editor

    Correia, Eduardo Thadeu de Oliveira; Barbetta, Letícia Mara dos Santos
  • Imagem Cardiovascular em Pacientes com COVID-19 Carta Ao Editor

    Grossman, Gabriel Blacher; Lima, Ronaldo de Souza Leão
  • Posicionamento sobre COVID-19 e Gravidez em Mulheres Cardiopatas – Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2020 Posicionamento

    Marques-Santos, Celi; Avila, Walkiria Samuel; Carvalho, Regina Coeli Marques de; Lucena, Alexandre Jorge Gomes de; Freire, Claudia Maria Vilas; Alexandre, Elizabeth Regina Giunco; Campanharo, Felipe Favorette; Rivera, Maria Alayde Mendonça R.; Costa, Maria Elizabeth Navegantes Caetano; Castro, Marildes Luiza de
  • Posicionamento sobre Indicações da Ecocardiografia em Cardiologia Fetal, Pediátrica e Cardiopatias Congênitas do Adulto – 2020 Posicionamento

    Morhy, Samira Saady; Barberato, Silvio Henrique; Lianza, Alessandro Cavalcanti; Soares, Andressa Mussi; Leal, Gabriela Nunes; Rivera, Ivan Romero; Barberato, Marcia Ferreira Alves; Guerra, Vitor; Ribeiro, Zilma Verçosa de Sá; Pignatelli, Ricardo; Rochitte, Carlos Eduardo; Vieira, Marcelo Luiz Campos
  • Diretriz Brasileira de Cardio-oncologia – 2020 Diretriz

    Hajjar, Ludhmila Abrahão; Costa, Isabela Bispo Santos da Silva da; Lopes, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga; Hoff, Paulo Marcelo Gehm; Diz, Maria Del Pilar Estevez; Fonseca, Silvia Moulin Ribeiro; Bittar, Cristina Salvadori; Rehder, Marília Harumi Higuchi dos Santos; Rizk, Stephanie Itala; Almeida, Dirceu Rodrigues; Fernandes, Gustavo dos Santos; Beck-da-Silva, Luís; Campos, Carlos Augusto Homem de Magalhães; Montera, Marcelo Westerlund; Alves, Sílvia Marinho Martins; Fukushima, Júlia Tizue; Santos, Maria Verônica Câmara dos; Negrão, Carlos Eduardo; Silva, Thiago Liguori Feliciano da; Ferreira, Silvia Moreira Ayub; Malachias, Marcus Vinicius Bolivar; Moreira, Maria da Consolação Vieira; Valente Neto, Manuel Maria Ramos; Fonseca, Veronica Cristina Quiroga; Soeiro, Maria Carolina Feres de Almeida; Alves, Juliana Barbosa Sobral; Silva, Carolina Maria Pinto Domingues Carvalho; Sbano, João; Pavanello, Ricardo; Pinto, Ibraim Masciarelli F.; Simão, Antônio Felipe; Dracoulakis, Marianna Deway Andrade; Hoff, Ana Oliveira; Assunção, Bruna Morhy Borges Leal; Novis, Yana; Testa, Laura; Alencar Filho, Aristóteles Comte de; Cruz, Cecília Beatriz Bittencourt Viana; Pereira, Juliana; Garcia, Diego Ribeiro; Nomura, Cesar Higa; Rochitte, Carlos Eduardo; Macedo, Ariane Vieira Scarlatelli; Marcatti, Patricia Tavares Felipe; Mathias Junior, Wilson; Wiermann, Evanius Garcia; Val, Renata do; Freitas, Helano; Coutinho, Anelisa; Mathias, Clarissa Maria de Cerqueira; Vieira, Fernando Meton de Alencar Camara; Sasse, André Deeke; Rocha, Vanderson; Ramires, José Antônio Franchini; Kalil Filho, Roberto
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br