Acessibilidade / Reportar erro

Impacto da cirurgia minimamente invasiva no tratamento de câncer de esôfago

RACIONAL:

O tratamento cirúrgico do câncer de esôfago está associado com alta morbidade e mortalidade. Os acessos transtorácicos abertos ou os transmediastinais são considerados procedimentos invasivos e têm sido associados à altas taxas de complicações e de mortalidade operatória. Desta forma, a operação do esôfago minimamente invasiva tem sido sugerida como alternativa aos procedimentos clássicos, porque iria produzir melhora no desempenho pós-operatório a longo prazo.

OBJETIVO:

Avaliar a sobrevida, mortalidade e morbidade da esofagectomia por câncer de esôfago submetidos às técnicas minimamente invasivas e compará-los com os resultados publicados na literatura internacional.

MÉTODO:

Estudo observacional, prospectivo. Entre 2003 e 2012, 69 pacientes foram submetidos à esofagectomia minimamente invasiva devido ao câncer. Foram analisadas morbidade e mortalidade pós-operatória de acordo com a classificação Clavien-Dindo. A taxa de sobrevivência foi analisada pelo método de Kaplan-Meier. O número de nódulos linfáticos obtidos durante a dissecção do nódulo linfático foi analisado como um índice da qualidade da técnica cirúrgica.

RESULTADOS:

63,7% dos pacientes tiveram complicações menores (tipo I-II Clavien Dindo), enquanto nove (13%) necessitaram de re-exploração cirúrgica. A complicação pós-operatória mais comum correspondeu a deiscência da anastomose cervical observada em 44 (63,7%) pacientes, mas sem suas repercussões clínicas, apenas dois deles necessitaram de reoperação. A taxa de mortalidade foi de 4,34%, e reoperação foi necessária em nove (13%) casos. O tempo médio de sobrevivência foi de 22,59±25,38 meses, com a probabilidade de uma taxa de sobrevida em três anos estimada em 30%. O número de linfonodos ressecados foi 17,17±9,62.

CONCLUSÃO:

As técnicas minimamente invasivas têm menor morbidade e mortalidade, satisfatório número de linfonodos ressecados e resultados a longo prazo semelhantes após operação aberta, em termos de qualidade de vida e sobrevida.

Neoplasia esofágica; Câncer; Esofagectomia; Videotoracoscopia


Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 278 - 6° - Salas 10 e 11, 01318-901 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (11) 3288-8174/3289-0741 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revistaabcd@gmail.com